Translator

MÓRMONS MAÇONS

By Abdias Flauber Dias Barros.
21 de fevereiro de 2009


Nota do blog:
Quando escreveu este texto, Abdias Flauber ainda era membro de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Hoje, embora não seja mais um Mórmon (decisão exclusiva dele), ainda conserva todos os bons princípios absorvidos da doutrina.
Embora sua referencia religiosa tenha deixado de ser o “mórmonismo”, as verdades outrora por ele apregoadas (quando Mórmon), continuam valendo, pois a verdade é eterna, e não perde seu sentido em função das mudanças climáticas ou decisões de ordem pessoal, por isso o texto é publicado aqui, e afirmo ainda que Abdias Flauber é um homem livre e de bons costumes.

Esta semana recebi a informação de uma carta dirigida a liderança da Igreja, foi lida durante a reunião sacramental em uma ala. Compartilho com os caros irmãos que a princípio senti me feliz pelo fato de saber que a mesma tomou conhecimento de existência de Membros que são Maçons no Brasil, o que não é novidade nos Estados Unidos, por exemplo. Tanto que me chamou a atenção parte do parágrafo que diz:
“Lembramos que a escolha de se tornar maçom é um assunto pessoal. Não existe nenhum tipo de discriminação na Igreja quanto à associação de seus membros à maçonaria...”
Sim, isto foi extremamente positivo! Lembrou a todos os seus leitores a importância do livre-arbítrio, que a decisão de ser um Maçom é algo particular e completa a sequência afirmando a inexistência de qualquer preconceito àqueles que fazem parte da Ordem. Opa! Peraí, não existe ou não deve existir? Nós vivemos em sociedade e como o ser humano por sua natureza terrena é sujeito ao erro, iria desconsiderar isto como regra. Na minha humilde opinião, o autor do texto atingiria seu objetivo se utilizasse das palavras, por exemplo: Não pode haver qualquer tipo de discriminação.
Não respondo por mim, pois como já os fiz saber, nunca tive problemas de discriminação seja por parte da Igreja, seja por parte de membros, tanto enquanto membro no Brasil, quanto no exterior. Mas levanto a voz por àqueles Irmãos de outras Alas/ Ramos em nosso país que sofreram ou sofrem preconceitos por serem homens livres e de bons costumes, por integrarem os quadros de obreiros de nossas lojas.
Outro trecho da carta lembra que aquele que recebeu sua investidura no templo já “... fez o convênio de consagrar-se ao Senhor e Sua Igreja. Isto suplanta e precede qualquer envolvimento em organizações criadas pelos homens.”
Seria uma má decisão fazer parte de uma organização criada pelo homem, aonde a mesma leva em sua bandeira o lema da Liberdade , da Igualdade e da Fraternidade? Aonde exige daqueles que aspiram integrar seu interior sejam àqueles que queiram cavar masmorras ao vício, a tirania e tudo o que tira a capacidade do homem de pensar e edificar templos a virtude, a verdade e a justiça?
Seria errado fazer parte de uma organização criada pelo homem quando no passado Maçons Ilustres da história das Américas se fizeram proeminentes na realização do bem comum, líderes que marcaram época trazendo a liberdade, o desenvolvimento e o progresso principalmente em nosso país?
O que dizer de líderes de nossa Igreja que fizeram/ fazem parte de organizações criadas pelos homens além da Maçonaria, como o Rotary Clube, Escotismo Mundial, Lyons Clube? Teriam eles errado de alguma maneira ao administrar seu tempo de forma a não cumprirem com seus Convênios de Templo?
Ou queria/ querem eles apenas andar a segunda milha, praticar a caridade, buscar mais luz e conhecimento, servir?

Joseph Smith (Profeta de AIJSUD)
Joseph Smith, Sr. (pai de Joseph Smith)
Hyrum Smith (irmão de Joseph Smith)
Samuel Smith (irmão de Joseph Smith)
William Smith (irmão de Joseph Smith)
Sidney Rigdon (Conselheiro de Joseph Smith)
Orson Pratt (Apóstolo)
Parley P. Pratt (Apóstolo)
Orson Hyde (Apóstolo)
Lyman Johnson (Apóstolo)
William Law (Segundo-conselheiro de Joseph Smith)
William Marks (Presidente de Estaca de Nauvoo)
Erastus Snow (Apóstolo)
William Clayton (secretário de Joseph Smith)
Brigham Young (Segundo Profeta de AIJCSUD)
Heber C. Kimball (Primeiro-conselheiro de Brigham Young)
Willard Richards (Segundo-conselheiro de Brigham Young)
John Taylor (Terceiro Profeta de AIJCSUD)
Wilford Woodruff (Quarto Profeta de AIJCSUD)
Lorenzo Snow (Quinto Profeta de AIJCSUD)
Glen Cook (137º. Grão-Mestre de Utah, primeiro SUD-Maçom a ser Grão-Mestre neste século)
Elder David B. Haigh (Apóstolo e diretor do conselho de Escotismo de Stanford e membro do Rotary Club)
Spencer W.Kimball (Profeta de AIJCSUD e membro do Rotary Club por 20 anos)

“Portanto, pelos seus frutos os conhecereis” Mateus 7:20

Durante os tempos do Brasil Colonial a Ordem sempre esteve presente em decisivos e importantes momentos de nossa história, para citar brevemente acontecimentos como o Dia do Fico, a Independência, a Inconfidência Mineira, a Libertação dos Escravos e a Proclamação da República, pois mantínhamos-nos de pé e a ordem para superar as dificuldades e avançávamos. Não podemos nos dar ao luxo de nos calarmos neste momento, em memória de nossa história, em memória daqueles Maçons Ilustres, de suas vidas e suas lutas e em respeito aos nossos queridos Irmãos que atualmente tiveram suas vidas e a vida de suas famílias conturbadas em favor da ignorância de certos homens, certos seres humanos, que por falta de conhecimento, deturpam e ou cobrem a verdade.

Abraham Lincoln – Presidente dos Estados Unidos
George Washington - Presidente dos Estados Unidos
San Martin Matorras, José de - Libertador da Argentina, Chile e Peru
Ademar de Barros - médico e político ( Governador de Estado )
Arruda Câmara - naturalista e frade carmelita
Barão do Rio Branco - historiador e diplomata
Benjamin Constant - militar, professor e político ( "o pai da República" )
Bento Gonçalves - líder da revolução farroupilha
Campos Salles - presidente da República
Cônego Januário da Cunha Barbosa - prócer da Independência
Deodoro da Fonseca - militar, proclamador da República
Duque de Caxias - militar, patrono do Exército Brasileiro
Frei Caneca - patriota e revolucionário
Hermes da Fonseca - presidente da República
Jânio da Silva Quadros - presidente da República
Joaquim Gonçalves Ledo - prócer da Independência
Joaquim Nabuco - escritor, diplomata e líder abolicionista
José Bonifácio de Andrada e Silva - " O Patriarca da Independência"
José do Patrocínio - expoente da campanha abolicionista
Marquês de Abrantes - político e ministro de Estado
Nilo Peçanha - presidente da República
Osório, general - um dos maiores militares brasileiros
Padre Feijó - político e figura da Regência
Pedro I - primeiro imperador do Brasil
Visconde do Rio Branco - estadista
Washington Luis - Presidente da República
Wenceslau Brás - Presidente da República.

“O verdadeiro Maçom sabe que não há melhor argumento que sua própria vivência . Ele se impõe no seu ambiente influenciando-o positivamente, não de forma arrogante ou arbitrária, mas por sua conduta exemplar e inquestionável. Ele é enérgico porém bondoso. Firme, porém humilde. Sua bondade e humildade residem no fato de saber que, a despeito de num dado momento de sua vida Maçônica ser simbolicamente denominado mestre, na prática será sempre aprendiz. Aprende-se a todo instante e de todas as formas. O Maçom é o pedreiro de sí mesmo, e por mais que a obra esteja adiantada, sempre faltará um retoque, pequeno que seja. E depois outro, outro, e mais outro, assim infinitamente. Por mais que se saiba, por mais evoluído que seja, sempre restará algo a aprender, novas lições a assimilar. Na escola da vida não há formandos, ou formados, apenas eternos alunos em busca do aperfeiçoamento.
Fixemo-nos pois, nas principais características que distinguem o verdadeiro Maçom e não nos desvirtuemos de nosso objetivo maior. Mantenhamo-nos livres e firmes na prática dos bons costumes, e que com o auxilio do "Grande Arquiteto do Universo"
nossos corações sejam cada vez mais sensíveis ao bem.
E lembremo-nos sempre: "o que para o profano é um gesto meritório, para o Maçom é um dever sagrado." Todos àqueles nobres Irmãos que são SUD e também Maçons são tão dignos, justos e conscientes de sua honra e fidelidade aos seus convênios do Templo quanto qualquer outro que não seja Maçom. Lancemos mais luz sobre o assunto, deixemos de lado a abertura para mais dúvidas e incertezas.
Sugiro aos Irmãos que o que quer que façam não ajam com a paixão, utilizem-se da razão, ponderem, meditem, orem a respeito e se sentirem que devem, se as palavras lhe forem sussurradas, que utilizem-se da força que podemos ter hoje em dia, que é a palavra aliada ao conhecimento. Desenvolvamos nossos senso crítico, ao ouvir ou ler um argumento, analizemos os dados fornecidos. Conhecimento é Poder.

Abdias Flauber Dias Barros
Membro da Ala 1 – Doha, Manama Bahrain Stake
Companheiro-Maçom, Loja Allan Kardec, 101 – Grande Loja Maçônica do Estado do Rio de Janeiro

Bibliografia:
• Bíblia Sagrada, Novo Testamento, Mateus 7:20
• Por seus frutos/Eduardo Teixeira de Rezende/Presidente Assembléia Maçônica GOEMG

• Brasil Maçom

RITUAIS E CONVÊNIOS

Cesóstre Guimarães de Oliveira
cesostre@hotmail.com
 
Desde o primórdio de nossa existência, independente dela ser justificada por Charles Darwin ou a Bíblia, temos realizado rituais para estabelecer uma ideia ou explicar uma doutrina religiosa. Esta afirmação é confirmada pela repetitividade dos símbolos (inclusive rupestres), palavras e gestos adotados pelas religiões quando transmitem seus ensinamentos litúrgicos. Para as entidades religiosas, a escolha de um ritual, como forma de instrução, a muito foi provado ser uma excelente idéia. A prática repetitiva, a alegoria dos símbolos e sinais sendo facilmente absorvidos pelos fiéis, é prova suficiente de que esta é a melhor didática que poderiam ter adotado.
A presença dos rituais no contexto religioso, assumiu papel tão marcante que em determinados momentos o ritual se confunde com o alvo da devoção. Fazendo com que, ao acontecer esta mistura, a religião seja obrigada (por suas próprias regras) a rotular com novo nome suas práticas rituais, e ao proceder assim, sentindo a necessidade de se uustificarem, os pais da religião alegam que as mudanças só ocorreram por que o novo nome “é mais adequado”, e dizem ainda que a nova nomenclatura retrata com mais fidelidade a doutrina da instituição. (...) é neste momento que o ritual da iniciação vira batismo, o natal do deus Mitra vira o Natal de Jesus Cristo. Por isso, a expressão ritual, agora marginalizada, proscrita cai no desuso, assumindo novo nome, (...) passa a ser convênio, catecismo, liturgia, e outras expressões sinônimas, deixando-nos a impressão de que apenas tentarem dar nova roupagem ao velho, mas ignoram que este procedimento somente cria um novo tabu religioso.
Ao pesquisar, ficou claro para mim que existe nos cristãos "conservadores" o inegável desejo de rejeitar a ideia de rituais no cristianismo, para eles ritual é uma prática exclusiva do paganismo, que por tabela passa a ser uma prática satânica. Por essa razão, tentar convencer um membro de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias que a rotina mórmon no interior do templo sagrado, também é um ritual é uma tarefa perigosa e difícil. Tentar explicar essas coisas para alguém que aprendeu (ou aprende) por osmose é andar em círculos, já que muitos são os que realizam (e vão realizar) a rotina ritual do templo até que a morte lhes chegue, sem entender por que o fizeram. É logico que existem os "mais" esclarecidos, são pessoas que entendem o verdadeiro significado das expressões, são os individuos que buscam e encontram o entendimento oculto no estudo e na interpretação dos textos, porém até mesmo entre estes existem aqueles que por zelo a doutrina, ao lerem meus escritos, na melhor das hipóteses vão me rotulará de apóstata.
Embora suas ações digam o contrário, os discípulos da osmose não são culpados de seus equivocados julgamentos, eles não passam de pobres infelizes condenados a obediência e a subserviência onde tudo se explica com "sim senhor, não senhor". Em sua débil compreensão da doutrina e da verdade, eles pensam estar defendendo os convênios sagrados, ignorando que convênio, (de acordo com o livro de Mórmon), é o pacto, um acordo firmado entre Deus e o homem, em nada se referindo aos símbolos e sinais que aprendemos no ritual sagrado, que tem a unica função de nos fazer lembrar quem somos e quais são nossos compromissos.
Infelizmente, para a maioria de nós, a idéia de um ritual sempre será associada ao mal, tornando o simples uso da expressão uma prática inaceitável quando referida ao templo sagrado.
Algumas linhas acima lhes citei exemplos de práticas rituais na religião, porém, além das citadas, existem outras que são mais comuns aos sistemas religiosos, inclusive posso citar a genuflexão, um procedimento comum aos adoradores de todos os credos, o jejum, a santa ceia (em se tratando de nós mórmons: o sacramento”), o compartilhar de um testemunho, o uso de roupas especificas, tudo isso é ritual, e estão presentes em nosso cotidiano, de tal forma fazendo parte de nós que na maioria das vezes os realizamos sem ao menos perceber.
Porém nem todos os rituais estão diponíveis a "qualquer um". Existem aquelas práticas mais complexas, que estão reservadas a um grupo seleto de iniciados, como por exemplo, os rituais do templo mórmon e da Maçonaria. Em se tratando da Igreja, o sigilo é explicado pela necessidade de proteger o significado sagrado dos símbolos e convênios firmados entre Deus e os humanos. Na Maçonaria o sigilo é apenas fruto da necessidade de preservar intactos rituais milenares, que embora não sejam sagrados do ponto de vista religioso, tem seu valor intimo.
Já que estamos falando de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias em sua relação com a Maçonaria, farei breve citação de suas origens, embora isto não tenha relação direta com a explanação sobre rituais:

1. A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (ou Igreja Mórmon, como é mais facilmente identificada), reclama o direito de ser reconhecida como a restauração da antiga doutrina do Cristo que fora desvirtuada. Os relatos oficiais marcam o ano de 1820 como o momento do inicio de várias visões atribuídas a Joseph Smith. A origem histórica e religiosa do mormonismo tem defensores e acusadores enfileirados em ambos os lados da crença, porém são as afirmações do próprio Joseph que põe mais lenha na fogueira, quando relata sua epifania (History of the Church, Volume I, capítulos de 1 a 5). Ele diz, e eu creio ser verdade, que foi no momento da primeira visão que recebeu do próprio Eloin instruções de que não deveria se filiar a nenhuma das igrejas existentes, pois ele conduziria o trabalho de restauração da antiga doutrina de Jesus Cristo. Imaginem seu conflito interno, pois já neste momento sua mãe, Lucy, seus irmãos Hyrum e Samuel Harrison e sua irmã Sophronia haviam abraçados a doutrina presbiteriana, (para maiores detalhes, vide no Livro de Mórmon, Joseph Smith – História).

2. A Maçonaria é uma instituição religiosa (não confunda com religião) de caráter iniciática, filosófica, educativa, filantrópica e progressista, que por ignorância e despeito dos opositores é acusada de ser uma religião contrária ao cristianismo, é logico que não existe procedência nesta afirmação, pois ela não exige do neófito que abandone sua crença para ingressar em suas fileiras. No que se refere sua origem, este é um mistério ainda não decifrado, nem mesmo pelos maõns que afirmam deter o conhecimento que explica de onde viemos. Provar como e onde aconteceu o nascimento da Maçonaria é uma quimera perseguida por pesquisadores que necessariamente não são maçons. As lendas, frutos das especulações das mentes ferteis, sobejam na mesma proporção que crescem os livros “especializados”. Encontrar “pesquisadores” desejosos em receber o premio máximo desta descoberta é fácil, basta seguir o clarão dos holofotes e brilho dos flashes nos lançamentos de livros sensacionalistas. Porém, a verdade perdida, a origem desta singular instituição, permanece sem ter seu encontro com a verdade. O Maçom Edson Rocha, em seu artigo publicado na revista Universo Maçonico, afirma que "das duzentas obras publicadas antes de 1909 consagradas a Franco-Maçonaria, 28 autores determinavam a sua origem no começo da Idade Média;  05 às Cruzadas; 12 aos Templários; 09 à Roma Antiga; 07 ao Gênesis; 06 aos Judeus; 18 ao Egito; 03 ao Dilúvio e 15 à Criação do Mundo" (http://www.revistauniversomaconico.com.br/forum-livre/o-comeco-oficial-da-maconaria-moderna/), penso que depois deste periodo as lendas aumentaram bastante, mas como não tenciono lhes “empurrar goela abaixo” um longo tratado sobre cada uma das possíveis origens da Maçonaria, fruto da imaginação fértil de algum maçom apaixonado pela fraternidade, compartilharei apenas as três que considero mais comuns.

2a. A primeira lenda, (entenda como minha preferida), a mais romântica de todas, que inclusive tem presença marcante no ritual maçom, de tal forma que se fosse retirada, teríamos muito trabalho para reescrever a Maçonaria. Diz a Bíblia que em 960 a.C o Rei Salomão iniciou a construção do mais famoso de todos os templos já dedicados ao Grande Arquiteto do Universo, e a lenda segue afirmando que foi no interior deste templo que as bases da Maçonaria foram lançadas.

2b. A segunda lenda identifica Ninrod, o idealizador da Torre de Babel como o pai da Maçonaria. Na Bíblia, Ninrod aparece como sendo filho de Ham e descendente direto de Noé. A lenda diz que ele foi o primeiro Mestre Maçom, e talvez por esta razão os maçons anteriores a 1717 em alguns documentos são chamados de "Filhos de Noé". Sem entrar em muitos detalhes a lenda alega que após idealizar a Maçonaria e iniciar a construção da Torre de Babel Ninrod iniciou diversos operários enquanto supervisionava a construção.

2c. A terceira lenda, toda pomposa, feliz com suas alegações, reclama ser a única apoiada pela história, e é defendida até mesmo por alguns maçons, mas não passa de uma aberração literária, pois se contradiz em suas afirmações quando alicerçada na arrogância dos historiadores nos premia com dia, mês e ano para o surgimento da Maçonaria, (24 de junho de 1717), e é neste ponto que comete seu maior equivoco, pois ignora que esta data tão somente marca o ano em que três Lojas Maçônicas “já existentes” (sic), se juntaram para fundar a Grande Loja da Inglaterra.

Conforme lhes disse antes, a origem da Maçonaria é uma incógnita, e como não pretendo rodar loucamente em circulo como o cachorro que corre atrás do próprio rabo, deixo a loucura desta procura aos historiadores sedentos por notoriedade. Então voltemos ao foco deste texto, que é o uso de ritual como forma de transmissão de uma ideia. A manutenção de um ritual é a singular característica tanto do mormonismo quanto da Maçonaria, e torna inegável que entre as duas instituições há uma relação de parceria, no que tange seus objetivos. Porém, tentar explicar essa relação é tarefa complicada, é um verdadeiro desafio, muitos já tentaram sem sucesso colocar na mesma folha de papel, lado a lado, o mormonismo e a Maçonaria. É provável que a falta de sucesso deles se deva a repulsa e o temor demonstrado por alguns irmãos mórmons, para quem a simples sugestão de que o mormonismo possa ser comparado à maçonaria é uma ofensa herética. Para eles a Maçonaria não é um bom lugar para um mórmon estar, inclusive se esquecem de que foi no coração desta instituição que nossos primeiros líderes tiveram suas primeiras instruções sobre rituais. O desconforto que demonstram quando alguém ousa comparar o mormonismo a Maçonaria, torna o trabalho de resgate de nossa história em sua ambiguidade com Maçonaria, uma tarefa difícil e antipática. Volta e meia, alguém solta uma perola, e diz: “não perca tempo com isso, não é importante”. (...) mas, eu sou obstinado, porém sem deixar de ser coerente, rebusco a verdade onde quer que ela esteja, (não é assim que deve ser?), pois sei que é meu dever, quando membro de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, procurar e conquistar “(...) qualquer coisa virtuosa, amável, de boa fama ou louvável (...)”. Tentem imaginar minha tristeza ao descobrir que a cada nova publicação, páginas inteiras se tornaram um único parágrafo, parágrafos inteiros se tornaram algumas linhas e linhas inteiras desaparecem de velhos manuais. Certa vez alguém querendo me consolar ou justificar o sequestro das informações, (confesso que não sei), me disse:
- “(...) por que deveríamos dedicar páginas inteiras dos manuais da Igreja para tratar da iniciação maçônica do profeta Joseph Smith, qual a relevância disso?”
- Nenhuma!
(...)
A quantidade dos que voluntariamente decidem esquecer a iniciação maçônica de Joseph Smith, já que não podem ignorar, é surpreendente se comparada aos “que decidem resgatar a verdade”. Mesmo assim, pesquisar para traçar elos que liguem o mormonismo a maçonaria em alguns momentos se assemelha a um crime hediondo. Muitos são os líderes interrompidos, que não instruídos corretamente, mantem a Igreja em posição antagônica a Maçonaria, fechando portas e janelas, obrigando as duas instituições trilharem caminhos diferentes. Nesta diáspora, em uma das extremidades se encontra a Maçonaria, caminhando sua estrada sem fim, de braços abertos para os mórmons, pergunta: “filhos até quando permanecereis em ignorância?”.
Na outra extremidade se encontra o mormonismo, que em sua agonia por se livrar da dualidade, busca conquistar a simpatia dos cristãos protestantes, não medindo esforços para desinformar e fugir de seu passado com a Maçonaria, que foi tão bem representado pelo profeta Joseph Smith.
(...) Pai nosso que estais no céu (...) protegei nossos rituais, protegei nossos registros antigos, únicas provas de que Joseph Smith, Brigham Young, John Taylor, Wilford Woodrof e Lorenzo Snow fizeram a coisa certa e são bons exemplos a serem seguidos, mesmo que os paletós e as gravatas digam o contrário. Não permita Grande Pai que a verdade desapareça, não permita que a ignorância se sobreponha ao conhecimento, não permita que a iniciação maçônica de tantos líderes do mormonismo se torne mais uma lenda maçônica.