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DE SALOMÃO A RESTAURAÇÃO

by Cesóstre Guimarães de Oliveira
cesostre@hotmail.com


Sinto-me confortável em afirmar e reafirmar que Maçonaria não é religião, e não tem pretensões em ser. Aqueles que tentam classificá-la como uma organização religiosa fracassam, pois ao serem aplicados os testes básicos que caracterizam uma religião fica comprovada a ineficácia de seus argumentos. Defino a Maçonaria como uma organização masculina por tradição e adequação á seus antigos rituais, que embora literalmente sua ritualística seja voltada ao sexo masculino, ela conta com o auxilio de mulheres. Existe um seguimento que se auto-intitula Maçonaria, eles aceitam iniciar mulheres em seu quadro de operários, este seguimento surgiu na “FRANÇA REVOLUCIONÁRIA”, mas eles não são aceitos pela Maçonaria regular e nenhuma relação existe entre eles e nós, esta facção esta para a maçonaria, da mesma forma que o judaísmo está para o cristianismo, embora um tenha seus primeiros passos no outro, em algum momento um terá que estar errado em suas afirmações para que o outro esteja certo, ambos não podem ser detentores da verdade já que pensam e afirmam coisas aparentemente similares mas que em vários momentos se mostram diferentes, tornando-os drasticamente divergentes. As ditas maçonarias femininas ou mistas não contem o todo, nem parte significativa do verdadeiro conceito de Maçonaria, este seguimento não é milenar, portanto não tem tradições adquiridas no passar dos séculos, e fundamentalmente não são maçons.
Ao longo de sua existência a Maçonaria desenvolveu uma trajetória de relacionamento com as religiões, inclusive com A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, pois não poderia ser diferente. Qualquer pessoa que desejar se aprofundar tanto na história da Maçonaria quanto na história de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (Mórmons) observará a existência dos encontros ocorridos entre as duas organizações. Poderá também notar que alguns líderes da Igreja têm tentado ignorar esses encontros, bem como os desencontros ocorridos entre as duas organizações, penso eu que por falta de respostas para algumas perguntas. Mas sei também que calar a estes encontros e desencontros, é um objetivo impossível de ser atingido sem prejuízo da verdade. Pois é publico e notório que tanto a história da Maçonaria quanto a história de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias estão entrelaçadas de modo intimo. Os primeiros dias da Igreja estão de tais modos relacionados com a Maçonaria que a simples tentativa de “ousar” relatar suas existências sem citá-las juntas, torna-se uma tarefa penosa e ruinosa para a verdade, além de ser um objetivo impossível de ser atingido, pois sempre ficará a aquele que ler a impressão que algo ficou faltando. Por esta razão, venho abranger a história de maneira lúcida, sem acréscimos ou ocultações de fatos relevantes a ambas.
Neste momento minha maior preocupação é a manutenção da verdade, pois tenho aprendido em meu berço religioso que a verdade sempre é a melhor via a ser seguida.
Faço aqui um breve registro da trajetória dos primeiros líderes de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias em suas relações com a Maçonaria. Faço isto não por desafeto, mais por amor a meu credo. Incomoda-me ver líderes que tentam ocultar estar parte importante de nossa história como se algum crime houvesse sido cometido. Todos os líderes de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias que foram iniciados na Maçonaria eram dignos cidadãos, excelentes pais, invejáveis maridos e dedicados ao extremo em suas atribuições religiosas, são todos excelentes exemplos a serem seguidos. Nenhum destes homens, jamais negou sua condição de maçom, pois eles conheciam a Maçonaria em sua essência e negá-la seria afrontar o belo, o perfeito.
Nesta parte do texto cito alguns de nossos líderes (Mórmons) que foram iniciados e jamais deixaram a Maçonaria. Para iniciar, nada mais justo do que começar relatando sobre o Profeta Joseph Smith Jr, ele foi chamado por Deus para conduzir a Restauração do Evangelho, através dele o Livro de Mórmon foi traduzido. Ele também serviu em várias atividades seculares, como por exemplo: Chefe Geral da Legião de Nauvoo, Prefeito de Nauvoo, e outras mais. O Profeta foi iniciado na augusta ordem por Mestre Abraham Jonas (Tecerei alguns comentários sobre este homem mais a frente).
Penso eu ter ficado claro, conforme estar exposto no inicio desta compilação, quando afirmo que Hyrum e seu pai Joseph Smith Sr eram bem mais antigos que o Profeta no contexto maçônico. Hyrum foi iniciado na Loja Monte Moriah em Palmyra, Município de Ontário – NY, tendo posteriormente sido um dos fundadores da Loja Worshipful em 1841 onde exerceu várias funções.
Outro que teve grande relevância tanto no contexto maçônico, como na Igreja, foi Sidney Rigdon um pastor protestante de Cambellite que se converteu ao Evangelho Restaurado, tendo posteriormente servido na Primeira Presidência como conselheiro do Profeta Joseph Smith. (Sidney comandou um grupo dissidente que hoje se intitula Igreja de Cristo, antes era Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias Reorganizada).
Ele também foi iniciado na maçonaria por Abraham Jonas, e continuou sua escalada maçônica mesmo depois das dissidências causadas pela morte do profeta, e da divisão dos Santos em grupos religiosos. Segundo consta no diário de seu filho, e outros registros maçônicos, Rigdon continuou suas atividades maçônicas até o fim de seus dias. Como um de seus maiores feitos maçônicos, posso registrar a fundação da Loja A Amizade, em 18 de junho de 1851. No cumprimento de uma exigência sua quando ainda em vida, na morte foi enterrado segundo os Ritos Maçônicos que foram administrados pela Loja Allegheny.
Quando estamos a falar de Santos dos Últimos Dias que abraçaram a Arte Real, obrigatoriamente temos que citar o Moisés moderno, Brigham Young, assim como o Moisés do velho testamento guiou uma nação até a terra prometida. Este foi alguém que venceu suas paixões, e submeteu sua vontade. Ele era membro do Quorum dos Doze Apóstolos quando foi iniciado. Tendo o sido na Loja de Nauvoo, em 4 de julho de 1842.
Tendo como base os registros da Loja, e informações contidas em diários pessoais, posso afirmar que Profeta Joseph Smith Jr estava presente a sua iniciação. Sua fidelidade e a seriedade de como encarava a maçonaria, pode ser observada nos registros fotográficos maçônicos e de (documentos da Igreja) alem de outros proprietários. O Presidente Brigham Young aparece nestas fotos com um broche preso a gravata onde claramente se ver o esquadro e o compasso, que como sabemos, são símbolos adotados pela Maçonaria, é importante frisar que algumas destas fotos são posteriores ao êxodo para Utah.
Outro amigo tão chegado do Profeta era Willard Richards que acumulava as funções de Apóstolo, Historiador da Igreja, e secretário pessoal do Profeta. Ele estava presente na cadeia de Cartage quando da chacina. Richards foi iniciado na mesma ocasião e na mesma Loja que Brigham Young.
Já Heber C. Kimball que também era membro do Primeiro Quorum dos Doze Apóstolos e foi conselheiro do Presidente Brigham Young. Foi iniciado em Winner, Município de Ontário, NY em 1825. Estava sendo preparando para ser iniciado no Arco Real o que não foi concretizado devido o sentimento anti-maçônico estimulado pelo “Caso Morgan” que provocou o fechamento da maioria das Lojas naquela região do país (posteriormente trataremos do “Caso Morgan”). Sua dedicação a Maçonaria é digna de admiração e respeito, comprovadamente Heber C. Kimball desenvolveu várias funções na Loja de Nauvoo.
O próspero comerciante Newel K. Whitney filiou-se a Igreja no inicio de 1830. Ele foi ordenado Bispo pelo Profeta Joseph Smith para presidir sobre os Santos de Ohio e os Estados Orientais. Whitney foi iniciado na Loja Orbe, em Painesville, Ohio. Ele serviu posteriormente como Tesoureiro da Loja de Nauvoo.
John Taylor que já era membro do Quorum dos Doze Apóstolos, sob a supervisão do Profeta Joseph Smith foi iniciado na Loja de Nauvoo. Ele sucedeu Brigham Young na presidência da Igreja.
O novo convertido (1830) Parley P. Pratt, que serviu como Presidente de Missão no Missouri e depois como um Apóstolo, posteriormente cumpriu várias missões para a igreja, passando pela função de editor do Jornal Estrela Milenar, um jornal da Igreja. Foi iniciado na Loja de Nauvoo em 7 de outubro de 1843.
Também outro Apóstolo que sob a supervisão do Profeta iniciou na Loja de Nauvoo, foi Wilford Woodruff. Ele foi o quarto presidente da Igreja.
O quinto Presidente da Igreja, Lorenzo Snow, com a anuência do Profeta Joseph Smith também foi iniciado na Loja de Nauvoo.
Já o Apóstolo Orson Hyde, que logo após sua conversão assumiu funções proeminentes na Igreja, e que serviu várias missões, (em uma dessas dedicou a Terra Santa para o ajuntamento final de Israel), foi iniciado na Loja de Orbe nº 10 em Painesville, Ohio.
Orin Caring Rockwell era um novo converso da igreja e mantinha profundos laços de amizade com o Profeta Joseph Smith. Alguns historiadores afirmam ser ele um dos donos do Jornal Danites no Missouri, mais não existe consenso quanto a isso. Rockwell foi acusado de tentativa de homicídio contra Lilburn W. Boggs, Governador do Missouri que tinha emitido a "Ordem de Extermínio" contra os membros de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Durante nove meses ele esteve na prisão por causa desta acusação. Rockwell foi iniciado na Loja de Nauvoo em 3 de setembro de 1844.
William Clayton um convertido inglês que migrou para Nauvoo em 1840, foi secretário pessoal do Profeta Joseph Smith, excepcional historiador que devido sua proximidade com o Profeta deixou riquezas incalculáveis de informações sobre a Igreja, alguns destes registros por ele deixado hoje fazem arte do acervo de outras organizações que não A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, mas mesmo assim merecem nossa credibilidade. Ele foi um dos primeiro a adotar o casamento plural. Antes da morte do Profeta ele foi iniciado na Loja de Nauvoo em abril de 1842. William Clayton era muito meticuloso, e em seu diário escreveu e preservou uma riqueza grandiosa de informações importantes relativas aos primeiros convênios feitos no templo de Nauvoo, como também os detalhes do dia a dia da vida na cidade. Ele estava entre os Santos que se deslocaram para o Oeste, liderados pelo Presidente Brigham Young.
George Miller se converteu em 1839. E logo foi chamado para substituir Edward Partridge como Bispo, e Don Carlos Smith como presidente dos Sacerdotes em Nauvoo. De acordo com os registros de sua Loja mãe, Miller foi iniciado em 11 de março de 1819, Miller era um dos membros do "Conselho dos Cinqüenta”. Depois da morte de Joseph Smith, Miller teve desentendimentos com Brigham Young e eventualmente afastou-se da Igreja. Existem muitos outros líderes da Igreja, tanto no passado como contemporâneos, que também são maçons, não citarei aqui os contemporâneos pelo simples respeito de suas vontades. Os que foram citados, só foram por que em nenhum momento manifestaram o desejo de anonimato, e sua condição de maçom é de domínio publico, apenas citei estes para demonstrar que nada existe por parte da Igreja que venha desabonar nossa participação ou permanência na maçonaria.

O CRISTÃO MAÇOM

by Cesóstre Guimarães de Oliveira
cesostre@hotmail.com



“Combati o bom combate, terminei a carreira, guardei a fé... (II Timóteo 4:7).” Este texto bíblico traduz os sentimentos do Apóstolo Paulo de Tarso em relação à fé cristã, e embora o texto seja claro ao descrever suas crenças, se não compreendido, conduz o leitor a uma inevitável apatia, mas se adequadamente entendido revela a história passada, presente, e futura, dos cristãos.
O ser humano por natureza e origem é religioso, e por ser, sempre esteve em busca do criador de todas as coisas. Esta é uma discussão da qual a maçonaria não pode nem deve ficar à margem. Neste artigo estarei abordando de forma genérica a relação existente entre os cristãos e a Maçonaria, antes, porém, faço saber que existe uma tendência (que considero preocupante) “aninhando-se” no seio da Maçonaria: é a perda da Fé cristã por parte de alguns irmãos maçons, atribuo a este distanciamento da fé, a busca por novos rumos religiosos, busca esta provocada pela intolerância e o preconceito, que muitas das vezes se traduz em verdadeira caça às bruxas, semelhante aos acontecimentos ocorridos no vilarejo de Salem, (colônia americana da Nova Inglaterra). Esta ação irracional tem conduzido muitos a ingressarem naquilo que acreditam ser uma realidade mais tolerante e menos preconceituosa.
A história é enfática ao registrar que dentre as religiões existentes, nenhuma estar tão intrinsecamente ligada a Maçonaria, e ao mesmo tempo tão radicalmente distanciada quanto o cristianismo, temos ouvido os discursos de alguns representantes dos vários seguimentos cristãos que tentam delinear a Maçonaria como inimiga da religião, este posicionamento contraditório se traduz em uma retórica vazia que tem como principal objetivo manter cativos na ignorância medieval os herdeiros do medo e dos conceitos pré-formados. Não se pode ignorar a história, os fatos apontam a Maçonaria como benfeitora da humanidade, amiga e protetora das religiões. Por isso não compreendo por que somos os alvos preferidos dos ataques de líderes cristãos, sejam eles, católicos, protestantes, ou outros seguimentos deste universo religioso tão diversificado. Talvez este posicionamento iconoclasta assumido pelos caçadores de maçons, explique o porquê de tantos entre nós, desiludidos com a fé cristã, cansados das intolerantes e incompreensíveis criticas têm migrado para outros seguimentos religiosos. Estes, ao procederem assim, esperam com essa ação escapar desta “Guerra Santa” que por sua agressividade com requintes de crueldades lembra os inquisidores espanhóis da Idade Média.
Ao ingressar na Maçonaria, embora todos recebam tratamento igualitário, infelizmente, nem todos atingem o mesmo nível de compreensão e esclarecimento, para estes que pouco, ou nada aprenderam, é bem mais confortável desistir da Maçonaria a ter que enfrentar as sanções ou retaliações que lhes serão infligidas pelos líderes e membros comuns das igrejas cristãs, ou até mesmo dos membros de suas famílias que contestam sua participação na milenar fraternidade. Um adágio popular diz: "Você é o que acredita ser." Eu sou um Mórmon Maçom, e acredito estar trabalhando minha pedra bruta da ignorância, lapidando-a até estar definitivamente polida quando então refletirá o conhecimento que tenho adquirido na milenar fraternidade.
Nós maçons estamos nos locais mais inusitados, ocupamos cargos nos altos cleros de vários seguimentos religiosos, estamos nos senados, nas câmaras federais, estaduais e municipais, também estamos nos poderes executivos, e judiciários, somos seus vizinhos, seus amigos, estudamos nas mesmas universidades, freqüentamos os mesmos eventos sociais, temos participado decisivamente das decisões que afetam a todos, a história diz isto, nossos endereços são conhecidos de todos, nossos rituais e estatutos estão registrados nos órgãos competentes, e mesmo assim, alguns nos acusam de sermos uma sociedade secreta, por isso, somos ignorados e rejeitados por vós.
Mais saiba que agindo de forma silenciosa, nunca passivos, estamos a zelar por sua fé, por sua segurança, por seus direitos políticos, sociais e religiosos, e mesmo assim, somos rejeitados por seus líderes que nada sabem sobre nós, pessoas que tem seu conhecimento alicerçado nos labirintos de uma mente esquizofrênica que vê na Maçonaria uma organização secreta e maligna que planeja dominar o mundo e conduzir as almas dos cristãos a um inferno que só existe em suas mentes desvirtuadas. É neste caos ideológico e teológico que somos descritos como inimigos da deidade, eles esquecem que fomos nós, os primeiros, e talvez os únicos a universalizar o Grande Arquiteto do Universo, que é Deus. Fomos nós quem primeiro extirpou toda forma de sectarismo religioso, com o objetivo de proteger os vários seguimentos da religião, em nossas reuniões não questionamos o credo de cada um, a nós importa somente a crença na deidade, a quem genericamente, como forma de respeito à fé individual e ao livre arbítrio de cada um denominamos Grande Arquiteto do Universo. Afinal foi ele o idealizador e criador de tudo.
Infelizmente até mesmo dentro de meu seguimento religioso (mormonismo) existem aqueles (que são ilhas isoladas) contrários a Maçonaria, mas isto não significa que A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias compartilhe deste mesmo pensamento, (na verdade os que assim pensam, o fazem usando de sua liberdade de pensamento, são homens e mulheres que desconhecem a história, pessoas limitadas a uma ou duas linhas de conhecimento, ou talvez, contaminados pela linha de pensamento protestante). Tenho escrito vários artigos abordando este tema, meu objetivo tem sido um só, mostrar que é absolutamente possível compatibilizar a Maçonaria com a fé cristã. Entendo que o grupo dos opositores à Maçonaria é formado por pensadores prisioneiros da ignorância, homens implacáveis, que de forma intolerante e preconceituosa vão disseminando seus pensamentos de forma erosiva, criando fendas na consciência dos inseguros, fendas estas que lembram as crateras lunares que também muito se assemelham ao 1Grand Canyon.
Qualquer um que rebuscar na internet facilmente encontrará vários "especialistas em Maçonaria" que tentam explicá-la, inclusive estes especialistas alegam ser seus objetivos esclarecer aos cristãos que estão sendo “enganados na Maçonaria”, eles costumam dizer: “Temos todas as respostas para livrá-los do mal oculto por trás da Maçonaria”, existem ainda os mais afoitos que alegam: “Somente os altos graus sabem realmente o que ela é, e que por estarem já envolvidos demais com o mal não conseguem se libertar”, ao afirmarem isto estes “falsos especialistas” deveriam antes explicar como sabem destas coisas, já que segundo eles “somente os altos graus sabem o que é a Maçonaria e que por estarem já envolvidos demais com o mal não conseguem se libertar”, como então alguém que nem iniciado foi pode saber? Esses plantadores do medo nos acusam de formarmos alianças com Satanás, e de envolvimentos com o ocultismo, agindo assim, tencionam impor medo e minar a fé dos cristãos que se atrevem ingressar na Maçonaria, lógico que estas alegações não passam de falácias.
Admito que a Maçonaria não tenha nenhuma religião acima de outra, mas isto antes de ser entendido como algo maléfico, deverá ser tratado como benéfico, já que no contexto maçônico não existe a preocupação, (tão comum ao protestantismo), de provar qual religião estar certa ou errada, nós maçons deixamos as discussões teológicas a encargo dos profissionais da fé, não nos envolvemos nestes debates estéreis que somente conduzem irmãos à dissidência e à discórdia. Mas isto não nos impede de em respeito á predominância religiosa do país onde nos encontramos manter sobre o altar dos juramentos um volume dos escritos sagrados para a religião, nos países de predominância cristã a Bíblia tem seu espaço reservado, porém pode ser substituída pelo livro sagrado que representa a religião do pretenso iniciando sempre que assim se fizer necessário. Especificamente em meu caso, quando de minha iniciação estavam presentes tanto a Bíblia quando o Livro de Mórmon. Ao assumir meus compromissos maçônicos, fiz e ratifico invocando a autoridade divina contida em minha religião. Entendo que um Mórmon ou qualquer que seja o seguimento religioso, ao iniciar na Maçonaria não terá nenhum conflito de fé, pelo contrário, terá oportunidade de fortalecê-la. Além disso, ao ingressar na Maçonaria posso ser um exemplo aos irmãos que não compartilham de minha fé em Cristo, no contexto maçônico eu serei um exemplo de Sua vida e ensinamentos.
Independente de qual seja a religião do iniciado, na Maçonaria estamos cercados de bons exemplos, homens devotados e fiéis as doutrinas preconizadas por A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, pessoas que embora não sejam filiadas a minha religião, são indivíduos comprometidos com a honestidade, caridade e amor fraternal. Lógico que existem as exceções, mais exceção não é uma característica exclusiva da Maçonaria, afinal quem nunca ouviu falar do mau político, do mal cristão, do mal budista, etc. As exceções existem, e estão em todos os lugares.
Penso que a antipatia (será medo?) que alguns religiosos nutrem pela Maçonaria, está ligada à nossos rituais sigilosos, os leigos não compreendem que ao fazer uso do ritual maçônico um cristão o utiliza também para ilustrar as ricas verdades contidas no evangelho de Jesus Cristo. Os sinais são utilizados para que possamos expressar nossas idéias e torná-las mais fáceis de serem lembradas. Não sei precisar quando a Maçonaria adotou determinados sinais, na verdade existe certo nível de unanimidade que afirma ninguém saber até mesmo quem foi o primeiro maçom, mas seja ele quem tenha sido, criou um elaborado sistema para expressar essas verdades através das imagens de ferramentas comuns aos pedreiros.
Mais nem todos os cristãos são inimigos da Maçonaria, como falei antes, as exceções existem, e são muitas. Alguns cristãos alcançaram verdadeiro destaque no universo maçônico, entre estes cito 2Norman Vincent Peale, um cristão maçom grau 33, ele é o criador da “Revista Diretrizes”, e autor do livro “O Poder do pensamento positivo”. É dele a citação: "Embora não seja uma religião, a maçonaria completa nossa fé em Deus e é ponto de apoio da moralidade e virtude”. A Maçonaria não têm dogmas teológicos, não têm rituais sacramentais, esta é uma característica das religiões, mas ensina que é importante ter uma religião que seja de sua livre escolha, e ao escolher sua religião o individuo deverá ser fiel a ela em pensamentos e ações.
Na convivência diária que tenho com vários cristãos maçons pude notar que ao ser iniciado o cristão se torna mais fiel aos princípios de sua fé. Sabendo de tudo isto, não consigo compreender a razão de tanta animosidade contra a Maçonaria. O estigma, a perseguição insana, a calunia tem sido uma característica da luta deflagrada pelos cristãos contrários a Maçonaria.
As criticas das quais somos vitimas são freqüentes e irresponsáveis, não entendo por que a adesão de um cristão a uma organização que tem profundas raízes no cristianismo é tão contestada. Talvez o medo de ter seus segredos religiosos expostos pela maçonaria, que é uma fonte de conhecimento, seja a causa da insegurança de alguns.

APENDICE

1 O Grand Canyon é uma imensa falha no terreno, medindo 440 quilômetros de comprimento, quase dois quilômetros de profundidade e com largura variando de 200 metros a 27 quilômetros. É considerado como uma das maiores maravilhas da natureza. O responsável por esta obra de arte foi o rio Colorado, que ao longo dos séculos abriu caminho a força por entre aquelas rochas, moldando a pedra e criando um fantástico zig-zag de corredeiras de água entre paredões verticais de rocha avermelhada.

2 Pastor protestante que alcançou a fama mundial a partir de 1937, quando publicou A Arte de Viver (The Art of Living) que, ao lado de outras 45 publicações de sua autoria, vendeu 20 milhões de exemplares em 41 países onde foram traduzidos. Em 1956, era lançado no Brasil o primeiro livro de auto-ajuda, O Poder do Pensamento Positivo (The Power of Positive Thinking), atraindo uma legião de adeptos e vendendo 450 mil exemplares. Nos EUA, permaneceu 90 semanas na lista dos mais vendidos, ganhando popularidade especialmente entre homens de negócios.