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CARTA DE UM MAÇOM A UM NÃO INICIADO


by Cesostre Guimaraes de Oliveira
cesostre@hotmail.com
...Não posso ler um livro selado... JS-H 1:65


Aqui me dirijo exclusivamente a você que deseja ingressar na Maçonaria. Espero que entenda os princípios e propósitos da mais antiga fraternidade que se tem registro. A Maçonaria têm sobrevivido apesar das injurias e maledicências que nos tem sido infligidas ao longo dos séculos. A história é testemunha que sempre fomos vitimas e opositores daqueles que tem nas relações políticas, econômicas, religiosas e sociais uma forma de aprisionar o homem, orgulho-me desta oposição benéfica a humanidade.
Você pode estar se perguntando como esta tão antiga fraternidade ainda sobrevive? Que força misteriosa a protege do mal que nasce nos pensamentos daqueles que a atacam sem nenhum motivo? A Maçonaria é uma ordem secreta, obscura, ou espiritualista? O que deverá fazer na Maçonaria caso seja iniciado? Todas estas perguntas serão respondidas caso continue a leitura deste texto, cujo objetivo é esclarecer dentro dos limites possíveis o que é a Maçonaria.
A Maçonaria é uma escola de superação espiritual, intelectual, honra e virtude. Seu objetivo é trazer à luz o conhecimento e a verdade, desenvolver no homem o sentimento de solidariedade para formar uma fraternidade universal entre todos os habitantes da terra.
A Maçonaria condena sem ressalvas, a perseguição política e religiosa, a violência em todas as suas formas, a exploração do homem pelo homem, e todas as formas de maldade, para preservar e estabelecer estas verdades a Maçonaria quando entidade ritual exige dos seus membros a prática das virtudes morais e sociais que elevam o espírito que sempre procura à paz e a tranqüilidade para o corpo e a mente. Acreditamos que a paz de espírito é alcançada através da realização de boas obras e ações.
Aquele que tem pretensões a ser iniciado Maçom deve ser do sexo masculino, manifestar fé em um ser supremo, não possuir limitações físicas e intelectuais que o impeçam de desenvolver suas atividades quando Maçom.
Ao dizer que deve manifestar fé um ser supremo, estamos a reconhecer a importância fundamental na crença da imortalidade da alma, a certeza da existência de um Ser Supremo, que genericamente denominamos Grande Arquiteto do Universo.
Nenhum Maçom, independente de sua crença, requererá a outro que abdique de suas convicções religiosas, políticas ou filosóficas.
Mais a todo Maçom será requerido pelas tradições milenares fidelidade absoluta a moralidade e a constante prática da bondade, da justiça e da solidariedade e a constante vigilância e proteção universal da liberdade, igualdade e fraternidade, que são os mais nobres princípios universais que permitem as pessoas conscientes do seu dever de lutar por seus ideais através da construção da liberdade, soberana e de justiça se posicionarem como livres e de bons costumes. A princípio todo Maçom é livre e dono de suas ações, e nunca deverá permitir que lhe intimidem através do uso de dogmas, da coação ou tirania.
A liberdade é um dos mais nobres princípios que nossos antepassados nos legaram, e devemos sempre lutar por esse direito inalienável pertencente a cada pessoa.
Um Maçom nunca estará conformado com a tirania, um Maçom jamais permitirá que seus direitos sejam violados, lutará até a morte em defesa da verdade e da justiça.
Um Maçom bem sucedido financeiramente não deve permitir que sua condição social o afaste daquele irmão menos favorecido pelo poder aquisitivo, não sente orgulho no poder econômico, e a ninguém (mesmo que não seja um Maçom) discrimina por questões raciais ou religiosas. Estas práticas caracterizam parte das regras milenares que disciplinam e dão exemplos que são retransmitidos através de gerações e que perduram por todo o sempre, ou até quando existir um maçom sobre a face desta terra.
Quando falamos de Maçonaria, estamos a nos referir a regras milenares, tão antigas que o próprio tempo se esqueceu de seus idealizadores. Para que se compreenda a dimensão destas verdades. Aquele que pretende ingressar na maçonaria deverá entender certos princípios básicos, como por exemplo: ser pessoa do sexo masculino, maior de idade, (atual constituição do Brasil, ter 18 anos), ser consciente de suas ações, ser alguém que respeite os padrões de moral estabelecidos, ter corpo e mente saudáveis, não aceitamos mutilados na medida em que a mutilação lhes impede de cumprir suas funções quando Maçom.
Aquele que aspira ser Maçom deve sentir inclinação e amor pelas artes liberais, (gramática, retórica e lógica, aritmética, geometria, música e astronomia), descartando a pretensão de ser perfeito humanista, mas que esteja disposto a compreender os princípios filosóficos contido na Ordem, através do estudo das suas leis, símbolos e alegorias.
É preciso entender que tudo isto exige certa capacidade intelectual e psicológica. Nunca será permitido ou tolerado que um Maçom viole seus juramentos e segredos da fraternidade. Ao ser iniciado o novo Maçom deverá compreender que seu crescimento dentro da Ordem estará escalonado em graus, e que sua ascensão nos graus esta diretamente ligada a sua fidelidade, só acontecendo após testes de fidelidade a que se submeterá sem medos ou preconceitos.
Embora Maçonaria não seja uma seita religiosa, reconhecemos a existência de um Ser Supremo e da imortalidade da alma, jamais abriremos nossas portas para receber um ateu. Portanto, não conflitamos com as religiões, em verdade somos seus guardiões.
Para entender plenamente o que é Maçonaria, é necessário vivê-la, não basta ser inteligente ao ponto de compreender seus princípios filosóficos, antes, é preciso pô-los em prática dentro e fora da Ordem.
Agora que fizemos este passeio pela Maçonaria, convido você, que se junte a nós. Mais ainda você precisa saber que a Loja Maçônica se reserva o direito de recusá-lo ou aceita-lo, saiba que em sigilo uma comissão estará a investigar os antecedentes da sua vida privada.


Obs. Você deve compreender que esta escrita não encerra todo o processo de iniciação, existe muito mais a ser feito, aconselho que busque um amigo próximo a seu domicilio, que seja Maçom, fale a ele de seu desejo de ser iniciado na ordem e aguarde, se ele parecer não compreender sua sutileza, seja objetivo, seja o mais direto possível, e aguarde.

COMO SER MAÇOM?


Dentre as pessoas que honram este página com a sua visita, muitos fazem esta pergunta.
Tenha sempre em mente que será necessário o exercício de atividades periódicas (semanais, quinzenais ou mensais) enquanto for maçom, numa Loja Regular. Só a participação prática pode levar à plenitude dos direitos maçônicos. A teoria pode coadjuvar bastante, mas será sempre somente isso: teoria.
Isto posto, e apenas para prestar um serviço básico aos visitantes, esclareço que já houve um tempo em que os brasileiros eram convidados a ingressar para a maçonaria. Hoje em dia o postulante deve demonstrar o seu interesse para que seu nome seja submetido à apreciação dos membros de uma determinada Loja e o convite efetivamente se vertebre.
Em síntese:
1) Busque conhecer os maçons da sua cidade, do bairro em que você mora. Quando for maçom, vale a redundância, você terá de exercer atividades práticas periódicas, voltadas a seu aprimoramento pessoal, familiar e do meio social em que vive. Por isto a recomendação de procurar a Loja mais próxima, que os maçons de seu bairro frequentam.
2) Em conversa informal com um maçom amigo no bairro em que mora, dê a entender o seu interesse pela maçonaria e ouça com atenção o que ele disser.
3) Aguarde uns dois meses e vá novamente conversar com aquele amigo sobre o mesmo assunto. Se tiver liberdade, pergunte se ele conversou com outros maçons sobre o seu interesse e como foi a receptividade.
4) Estando tudo em ordem, você será convidado a apresentar à Loja alguns documentos fundamentais (RG, CIC, comprovante de residência, etc.) e aguardar novo contato, quando seu ingresso poderá ser franqueado.
Note bem: somente desta maneira se ingressa regularmente na maçonaria. Nos dias de hoje é possível ingressar de maneira irregular ou espúria, mas foge ao escopo desta explanação, pois é indesejável e traz mais aborrecimentos do que vantagens. Procure os maçons de sua cidade que eles o instruirão pessoalmente sobre estes detalhes. Não se encontrará na Internet mais do que apoio a algumas dúvidas teóricas. O que passar disso, necessariamente está fora do encaminhamento ortodoxo tradicional, constituindo, portanto, proposta espúria.

A DIFERENÇA ENTRE PERSAS E ÁRABES


Publicado em Mormon Heretic Em 22 de Março de 2009

Traduzido por A. Flauber D. Barros
Em 27 de Março de 2009


Confesso que adoro aprender sobre o Oriente Médio. Gosto de aprender mais sobre Judeus, Muçulmanos, Árabes, etc. Tenho tanto a aprender.
Sou um estudante formado trabalhando em alguns estudos genéticos( um dos meus vários trabalhos). Como parte do estudo genéticos que estamos fazendo, pedimos que os que participam conosco digam-nos suas raças. Em estudos médicos, diferentes tratamentos afetam raças de maneiras diferentes.
Estou desenvolvendo uma base de dados que capta as informações para o estudo. Muitas pessoas não são identificadas como apenas uma raça. Algumas são multi-raciais e até colocam as percentagens a sua maneira, por exemplo, 50% brancos, 25% hispânicos, 25% negros. Então, me questionava sobre como obter este tipo de dado de forma apropriada.
Aprendi que existem basicamente 5 raças: Branco (Caucausiano), Negro, Asiático, Americano Nativo(Índios das américas), e Habitante da Ilhas do Pacífico. Como já havia dissertado anteriormente neste blog, estudos genéticos mostram que os Americanos Nativos têm parentesco com os Asiáticos. Simon Southerton apontou a hipótese de que grupos migraram através do Estreito de Bering, e se espalharam pelas américas. Porém, de acordo com geneticistas(Vou chamá-la de Ann) em meu escritório, ainda existem diferenças muito grandes entre Americanos Nativos e os Asiáticos. O mesmo acontece com os Habitantes das Ilhas do Pacífico.
Parece que muitas pessoas com frequência se referem aos Judeus como uma raça, e ao Árabes também. Alguns já ouviram falar do gene “Cohen”, que é um gene que particular entre as pessoas que são descendentes de Judeus. Então perguntei a Ann à que raça os Judeus pertenciam, e ela disse: “-Causasianos”. Ela disse que existem algumas particularidades interessantes nos Judeus, mas não o suficiente para separá-los em uma raça a parte dos caucasianos. Perguntei sobre os Árabes: -“Caucasianos.” Ok, e as pessoas da Índia? “-Caucasianos.” Este realmente me surpreendeu( como se os outros não o tivessem) Eu suspeitava que os Indianos da Índia fossem Asiáticos, mas eu estava errado.
Hispânicos são realmente os mais confusos para mim, porque existem os hispânicos-negros e os hispânicos-brancos. Se a pessoa um hispânico-negro geneticamente é negra, ou então é Caucasiano.
Eu estava muito intrigado ao aprender sobre tudo isto, e ainda por cima, descobri que Ann era do Irã.
Disse-lhe que ouvi dizer que Iranianos não eram Árabes,e que eu nunca havia entendido esta afirmação. Para mim, para mim parecia que todos do Oriente Médio eram Árabes. Se Iranianos não eram Árabes, o que são eles? E o que os torna diferentes dos Árabes?
Ela me disse que eles se auto-denominam “Persas”. Eu tive um professor na faculdade que me disse que era Persa, e quando lhe perguntei onde era, ele me disse: “-Iraque”. Então, eu perguntei a Ann se os Iraquianos eram também Persas, ela ficou surpresa ao ouvir aquilo, de um Iraquiano se referindo a ele próprio como Persa e então Ann me deu uma lição de história.
A Pérsia era antigamente muito maior do que é hoje em dia, e sua capital era no Irã. Por volta do ano 600 D.C., os Árabes da Arábia Saudita expandiram seu reino e conquistaram a Pérsia, convertendo todos ao Islamismo. (antes disto a religião Persa era o Zoroastrismo.) Mesmo tendo sido convertidos ao Islamismo, eles nunca gostaram dos governantes Árabes, séculos depois eles expulsaram os Árabes e instalaram seus próprios reis.
Eu lhe perguntei sobre as diferenças entre Sunni e Shiita(ou Shia) muçulmanos. Muçulmanos-Shiitas seguem uma linhagem direta até o profeta Maomé. Muçulmanos-Sunni acreditam que os líderes religiosos não precisam ser descendentes de Maomé. A linha dos Sunni é maior que os Shiitas. O Irã é realmente a única nação fundamentalmente Shiita. O Iraque e Sadam Hussein eram governados pela minoria Sunni, mas parece que a maioria Shiita está tomando conta do governo, então pode ser a segunda nação Shiita. A maioria dos outros países do Oriente Médio são Sunni. Talvez a Pérsia está voltando ao que era!
Bem, Ann me disse que os Iranianos detestam ser confundidos com os Árabes e sim serem identificados mais como Europeus. Ela me disse que os Afegãos pensam da mesma forma. Ela disse que sabia que os Norte-americanos não saberiam distinguir, mas os povos daquela região sabem dizer facilmente quem é Persa ou Árabe.
Ann estava nos Estados Unido ha cerca de um ano. Antes disto ela viveu na França. Ela disse que gostou muito de Utah e que culturalmente falando era semelhante ao Irã. Ela disse que as famílias eram muito importantes no Irã, assim como são em Utah. Disse ainda que na França tinham uma cultura secular e as pessoas não eram tão legais. (Eu estive de ferias na França e tive a mesma impressão)
Bem, Que conversa maravilhosa! Na realidade eu sabia um pouco sobre o Zoroastrismo. Por exemplo, a estrela que apareceu por ocasião do nascimento de Jesus foi descoberta por um sábio do Oriente. Alguns estudiosos acreditam que este sábio acreditava no Zoroastrismo. Ann ficou surpresa ao ouvir isto. Eu também sei que existe uma montanha na Arábia Saudita chamada de Jebel-Musa que siginifica Monte de Moisés. Alguns estudiosos muçulmanos crêem que pode ser a verdadeira localização do Monte Sinai e eu acredito que existem algumas evidências intrigantes que apoiam esta hipótese (Ann também não sabia disto)
Alguns dos que acompanham meu blog, me passaram estas informações:
Em 21 de Março de 1935, o líder da Pérsia, Reza Shah Pahlavi, baixou um decreto pedindo as delegações estrangeiras que utilizassem o termo “Irã” em todas as suas correpondências formais. Alguns acreditam que ele tomou estas decisão para se aproximar da Alemanha, uma forma de enfatizar a conexão ariana entre os ideais de Hitler de raça alemã ariana e a raça Persa ariana, como “Irã” significa “terra dos arianos”, na época em que o Império Alemão estava se tornando uma super-potência. Outros acreditam que ele trocou “Pérsia” por “Irã” para apresentar uma nova imagem do país ao mundo.
Deve ser lembrado que os primeiros Arianos são originários da Índia. Eram uma sociedade de guerreiros que eram chamados por serem os melhores e os mais corajosos “Arianos” ou nobres. Logo, não eram bem uma raça, mas uma classe de pessoas. Tempos depois, mais e mais destes “Arianos” migraram para a Mesopotâmia(atual Irã) e então Europa central. Depois de séculos os nome “Ariano” ou nobres foi alterado para a raça. A razão porque Iranianos não se parecem com Alemães são: (1) por causa do clima (2) porque arianos do Irã foram integrados ao Reino Árabe na época do profeta Maomé então arianos e semitas se misturaram.
Atualmente, qualquer um que tenha origem num país que tenha o árabe como língua materna é considerado árabe, qualquer outro não o é.
Os dialetos Irã-Persas incluem “Tajik” (Tajkistan), “Farsi” (Irã e partes dos Afeganistão), “Dari” (Afeganistão e Azerbaijão). Os povos Tajiks, Afghanis, e Azerbaijanis sei que não iriam identificar-se como apenas Persas, apenas os Iranianos irian. É simples assim.

O NASCIMENTO DO MORMONISMO E SUA RELAÇÃO COM A MAÇONARIA

Estraido do livro "Os Construtores de Templos - Os Mórmons e a Maçonaria"
by Cesóstre Guimarães de Oliveira
cesostre@hotmail.com


Em 6 de abril de 1830, Joseph Smith Junior, Oliver Cowdery, Hyrum Smith, Peter Whitmer Junior, Samuel H. Smith e David Whitmer estabeleceram de forma oficial, conforme registrado em ata, A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Os membros da jovem Igreja posteriormente vieram a ser reconhecidos simplesmente como mórmons, isto aconteceu em função do Livro de Mórmon, um livro que relata a existência de povos que habitaram nas Américas por voltar de 1.000 a.C.
Já antes mesmo da organização da Igreja como uma instituição, os mórmons eram vitimas do preconceito descabido, motivado pela intolerância em aceitar a individualidade e direito a religião tão preservada pela maçonaria.
As novas doutrinas ensinadas e defendidas por A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (mormonismo) eram completamente estranhas ao contexto religioso histórico da época. Ensinamentos como casamento plural (por alguns outros, erroneamente chamado de poligamia), crença em um Deus com forma humana tangível e (que evoluiu até atingir a perfeição), possibilidade de evolução até chegar à perfeição divina, entre outras, estas crenças eram vistas com certa reprovação por parte dos seguidores do protestantismo e catolicismo contemporâneo dos precursores do mormonismo.
No principio, estas reprovações não passavam de simples discordâncias, mais com o rápido crescimento da Igreja estas opiniões acentuaram-se e passaram a ser ponto de origens de conflitos físicos e armados, entre as partes divergentes. Esta intolerância acentuou-se com a iniciação maçônica de Joseph Smith Junior em 15 de março de 1842 na Loja de Nauvoo - Illinois (EUA). Antes de Joseph, vários outros líderes da Igreja já haviam sido iniciados na maçonaria e outros, o eram até mesmo antes de ingressar na jovem Igreja, mas foi o ingresso de Joseph que desencadeou de forma mais acirrada a desconfiança, e conseqüentemente os ataques contra os mórmons.
Esta “associação” do mormonismo com a maçonaria proveu munição para os inimigos de ambos. Já que neste momento histórico a Maçonaria vivia (ainda) uma das maiores perseguições já acontecida nas Américas. Velhos inimigos da maçonaria viram nesta associação, mormonismo e maçonaria, uma oportunidade de livrarem-se dos seus maiores desafetos.
Os ânimos dos contrários à Maçonaria encontravam-se bastante inflamados em função do “misterioso” desaparecimento de William Morgan. Este, um sujeito inescrupuloso, que de forma maquiavélica se infiltrou entre os maçons da Batávia (NY), Após enganar alguns maçons, reivindicou certos direitos que não lhe pertenciam. Morgan era casado, tinha 52 anos, e era um artesão errante, já que o mesmo não fixava residência por muito tempo. Em suas andanças embora não iniciado, ele conseguiu se infiltrar na maçonaria, inclusive adentrando aos segredos mais bem guardados pela ordem, este foi um golpe forte na fraternidade. Em função disto, comunicados foram enviados as todas as Lojas americanas. Em um jornal de Canadaigua, cidade do estado de New York, foi publicado no dia 9 de agosto de 1826 o seguinte alerta: “Se um homem chamado William Morgan apresenta-se como Maçom na comunidade, é preciso cuidado, Morgan esteve entre nós em maio passado e sua conduta enquanto esteve aqui e em outros lugares exige muito cuidado... Morgan é um vigarista, é um homem muito perigoso. Existem muitas pessoas nesta cidade que ficariam felizes em ver morto esse que se auto-intitula capitão Morgan”.
A história é muita rica de detalhes quando se trata de esmiuçar a vida deste traidor da ordem. Antes de ser expulso, Morgan foi o pivô de grandes disputas dentro da ordem, em função de suas artimanhas maquiavélicas foi expulso, sendo lhe recomendado que nada comentasse com ninguém sobre maçonaria. Ignorando estas recomendações, trazendo a luz seu caráter e em represália, Morgan decidiu publicar um livro onde exporia aquilo que ele chamava de “segredos da Maçonaria”, e assim o fez.
Fazendo contato com o coronel David C. Miller que era o editor do Jornal Advocate, na Batavia, Morgan convenceu Miller de que conseguiriam arrecada 2 milhões de dólares com a venda dos livros, este valor embora seja uma quantia expressiva nos dias atuais, para aquele momento da história era uma quantia imensurável, a ganância logo tomou conta de ambos.
Analisando o conteúdo de seu livro, e comparando ao momento histórico maçônico americano, facilmente podemos concluir que este livro não era motivo suficientemente para incomodar a Maçonaria; já que, livros semelhantes ao de Morgan há muito tempo eram produzidos na Europa e facilmente encontrados nos Estados Unidos. Acredito que o sentimento de ser traído por alguém que havia confiado foi à principal motivação que levou os maçons da Batavia a planejar sumir com seu desafeto. A Loja da Batavia entre outros membros, contava com cinco juízes, o xerife da cidade, seis médicos e o prefeito, e estes decidiram agir para coibir os abusos de William Morgan. Na tentativa de intimidá-lo, Morgan foi preso sob acusação de estelionato, e na noite do dia seguinte alguém pagou sua dívida e Morgan foi liberto, e nunca mais foi visto.
William Morgan é constantemente descrito como uma figura patética, que assumiu proporções heróicas após seu desaparecimento. Aproveitando-se deste acontecimento, seu pseudo-sócio viu em seu desaparecimento a possibilidade de vir a ganhar mais dinheiro transformando o livro em febre generalizada. Este individuo imprimiu em sua gráfica 50 mil folhetos anunciando o desaparecimento com possível assassinato de William Morgan. No panfleto em nenhuma parte era feito acusação contra Maçonaria, mas era de conhecimento geral que Morgan havia violado algumas regras da Maçonaria, e isto irritara em muito aos membros da fraternidade. Já naquele tempo circulavam as histórias fantasiosas dos terríveis castigos impostos àqueles que divulgassem as práticas maçônicas.
Motivados por informações deturpadas e interesses obscuros, a opinião popular foi conduzida por inimigos declarados da maçonaria a desejar sua extinção do território americano. Em Pavillion a 19 quilômetros da cidade de Batávia um Pastor da Igreja Batista em um de seus sermões acusou a Maçonaria de: “obscura, infrutífera, desmoralizante, blasfema, homicida, anti-republicana, inimiga do cristianismo, contrária à glória de Deus e ao bem da humanidade”. Vários boatos apareceram, explicando o sumiço de Morgan, alguns diziam que William Morgan tivera sua garganta cortada, seu corpo jogado nas cataratas do Niágara, sua língua havia sido arrancada. Outros ainda diziam que ele havia sido enterrado nas areias do lago Ontário ainda em vida. Existiam também outras versões mais fantasiosas, destaco ainda uma que dizia que os maçons haviam inclinado uma arvore até parte de suas raízes ficarem fora da terra, então Morgan foi colocado sob estas raízes e a arvore foi replantada sobre seu corpo. Os inimigos da Maçonaria que há muito estavam em silencio, ressurgiram de todas as partes. Líderes religiosos e professores que eram maçons eram intimados a se afastarem da fraternidade sob pena de perderem seus empregos. Bastava ser Maçom para ser rejeitado como jurado, além disto, constantemente eram insultados nas ruas.
Figuras políticas que a muito haviam abraçado a Maçonaria, agora julgavam prudente se afastar da ordem, entre estes destaco o senador Henry Clay do Kentucky. O ex-presidente dos Estados Unidos John Quincy Adams disse que: "a maçonaria deveria ser abolida para sempre. Ela é errada, essencialmente errada - uma semente de mal que nunca poderá produzir qualquer bem. A existência de uma ordem como essa é uma nodoa na moral de qualquer comunidade".
Foi neste contexto de intolerância e preconceitos que surgiram os mórmons, e já neste período era grande a quantidade de Mórmons iniciados na Maçonaria, nomes de extrema relevância para o mormonismo tais como: Joseph Smith Junior, Brigham Young, John Taylor, Willford Woodruff e Lorenzo Snow abraçaram a milenar fraternidade, todos nesta mesma seqüência sucessória lideraram a Igreja por aproximadamente 71 anos, e jamais negaram ou omitiram sua condição de iniciados. A crescente associação dos mórmons com a fraternidade maçônica levou a opinião publica declarar guerra ao mormonismo e maçonaria, pois na visão dos leigos as duas organizações eram como se fosse uma só, e por isso eram ambas satânicas. O resultado de tanta campanha negativa foi trágico para ambas. Em 27 de julho de 1844 Joseph Smith Junior e seu irmão Hyrum Smith (que era o Venerável Mestre da Loja de Nauvoo) foram chacinados. É bom esclarecer que as acusações das quais Joseph e Hyrum Smith foram vitimas, eram falsas, já que nunca foi provada nenhuma das culpas que lhes foram imputadas.
Neste momento de turbulência para as duas organizações, aqueles que combatiam a fraternidade maçônica criam um partido político anti-maçônico, que como o nome sugere, seu principal objetivo era o fim da maçonaria no território americano, nesta empreitada o partido lançou um candidato a presidente dos Estados Unidos da América, não obtendo sucesso o partido foi perdendo forças à medida que os ânimos esfriavam, e posteriormente veio a deixar de existir.
Em função da crescente e aparente incontrolável perseguição muitos maçons adormeceram, em seqüências a isto várias Lojas bateram suas colunas por todos os estados americanos, inclusive um capítulo do Arco Real que deveria ser estabelecido em Illinois, não se concretizou por falta de homens livres e de bons costumes. Mais também este momento difícil vivido pela Maçonaria mostrou alguns homens convictos e comprometidos com a ordem, homens como Daniel B. Taylor presidente da Loja de Stone Creek no estado de Michigan, este bravo maçom manteve literalmente acesa as chamas da Maçonaria em sua hora mais negra. "Nas noites de reunião, escreveu o cronista dos maçons do estado, James Fairbairn Smith, "assim que a diligência chegava trazendo o correio, ele ia apanhar seu jornal e dirigia-se para a loja. Lá chegando, acendia uma vela junto à janela e sentava-se para ler. Se não viesse mais ninguém, o irmão Taylor esperava até dar a hora habitual de 'fechar a loja', e então apagava a vela, trancava a porta e ia para casa.
Em meio a tudo isto Joseph e Hyrum Smith foram chacinados na Cadeia de Liberty no Missouri, a suspeita do envolvimento de alguns maçons em suas mortes e desavenças posteriores a estes acontecimentos levaram os mórmons a momentaneamente querer se afastar da Maçonaria, embora os iniciados nunca tenham feito qualquer acusação formal ou informal à ordem. Após migrarem para o Oeste sob liderança do então Presidente da Igreja (Brigham Young), os mórmons fundaram Salt Lat City e posteriormente fizeram três tentativas de estabelecer Lojas Mórmons na nova cidade. Cartas solicitando filiação a Grande Loja do México, do Canadá e da Inglaterra foram enviadas, mas não obtiveram autorização de nenhuma das potencias, que temiam agravar o conflito já existente entre maçons não mórmons e os maçons membros de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Todas as tentativas foram rechaçadas, e finalmente os mórmons abriram mãos de sua herança maçônica, afastando-se silenciosamente da sublime ordem, aparentemente os algozes da Maçonaria e da Igreja haviam conseguido enfraquecer as relações entre as duas maiores e mais fortes organizações humanitárias da América.
Um longo silencio onde os líderes da Igreja não mais se manifestavam de forma oficial sobre a maçonaria durou até 1984 quando Spencer W. Kimball, líder da Igreja na época, em uma reunião com o Mestre Principal da Grande Loja do Lago Salgado (Utah) em um hotel de propriedade da Igreja afirmou: “A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias nada tem contra qualquer organização que pratique atos louváveis”. Em contra partida o Mestre Principal disse: “A Maçonaria de Salt Lat City nada tem contra A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias”.
Este deveria ter sido o ponto final da discórdia entre as duas fraternidades, mais ao longo dos tempos, os mórmons foram forçados a se afastarem da Maçonaria. Uma reaproximação de forma oficial entre as duas grandes organizações, neste momento, ou até mesmo em momentos futuros, é algo que beira os passos do devaneio. Embora exista hoje uma quantidade expressiva de Mórmons Maçons (e eu sou um) espalhados pelo mundo, alguns tem se penitenciado ao ostracismo, escondendo dos irmãos de fé nossa condição de iniciados, talvez temam o mesmo preconceito do qual nós membros da Igreja temos sido vitimas por parte dos outros seguimentos do cristianismo.
Pacientemente espero pelo dia em que meus irmãos mórmons compreendam que o grande objetivo da maçonaria é a reconstrução do eu interior do ser humano, e que este objetivo se encaixa perfeitamente dentro daquilo que foi ensinado por nosso primeiro Profeta nesta nova dispensação, (Joseph Smith Junior). Pois recebemos através dele o ensinamento que diz: “... Se houver qualquer coisa virtuosa, amável ou louvável, nós a procuraremos.” (13º Regra de Fé).