Translator

O CRISTÃO MAÇOM


Parte II
by Cesóstre Guimarães de Oliveira
cesostre@hotmail.com



Sou grato a Deus pelas pessoas que me escrevem. Penso que ao me escreverem, o fazem por que realmente desejam aprender a verdade, lógico que existem as exceções, tem aqueles que desejam apenas tumultuar, colher meus pensamentos para distorcer-los e apresentá-los como uma nova verdade, a estes tenho reservado meus mais sinceros sentimentos de piedade. Aos que me buscam nutridos pela sinceridade, afirmo que entendo suas tentativas de fuga das fontes preconceituosas, dos ignorantes da verdade histórica que tentam criar uma Maçonaria satânica ou diabólica que só existe na mente dos desinformados ou mal intencionados.
Um irmão protestante com quem mantenho contato regularmente, me escreveu certa vez dizendo: “eu gostaria que você me explicasse, como você, quando membro da Igreja Mórmon [A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias], pode fundamentar seus pensamentos, baseados na doutrina cristã, quando diz que um cristão pode ser maçom sem prejuízo da fé?
Respondi a este bom amigo que a compreensão deste assunto vai depender muito do seguimento cristão a que estar ligado, e de como este seguimento interpreta as escrituras. Quem sou eu para responder a essa pergunta a partir da ótica dos católicos, metodistas, batistas, presbiterianos e outros seguimentos do protestantismo?
Tudo que precisamos entender é que cada um destes seguimentos tem diferentes doutrinas, e todos têm sua própria formula para interpretá-las, aquilo que pode ser certo para um, pode ter significado completamente diferente e oposto para outro, e assim todos passarão a acreditar que o outro estar errado. Aquele que conhece um pouco (que seja) da história da restauração do evangelho e da Igreja de Jesus Cristo saberá que esta disputa pela verdade foi à principal motivação que conduziu Joseph Smith Junior a buscar esclarecimento em Deus sobre a que seguimento religioso se filiar (Joseph Smith – História 1:9).
Para alguns seguimentos do cristianismo, a teoria da evolução das espécies contradiz a Bíblia, para outros, esta mesma teoria só reforça sua fé em Deus.
Em outras palavras, uma pessoa pode acreditar (como você, por exemplo) que ao ingressar na Maçonaria, independente da fé religiosa, estou errado, embora, eu acredite firmemente no oposto. Espero que entenda que acredito ser o Pai Celestial o detentor totalitário da autoridade e controle sobre a minha vida. Não me atrevo a pensar o contrário, e não sou tolo o bastante para pensar que Deus não tem poder para arbitrar sobre as escolhas que faço. Afinal quem está acima de Deus para dizer, que Ele não está me orientando quando o assunto é Maçonaria?
Eu acredito firmemente que se hoje sou Maçom, é pela graça permissiva de Deus, pois foi a Ele que perguntei sobre isto, e Ele me respondeu (Morôni 10:4-5). Ingressar na Maçonaria não foi uma decisão inconseqüente, foi algo meticulosamente analisado, consultei meus líderes na mais alta esfera. Pesquisei a vida dos primeiros mórmons maçons, estou respaldado pela história, e jamais teria aceito ser iniciado Maçom se isto ferisse minha fé. Afirmo que sou Maçom com a anuência de Deus, eu acredito que estou lá por sua vontade permissiva. Não costumo fazer coisa alguma em minha vida, sem antes buscar a orientação divina (Alma 37:37). Não tem como alguém devidamente esclarecido, dizer que estou errado em permanecer na Maçonaria, já que apenas trilho os mesmos passos de Joseph Smith Junior o grande benfeitor da humanidade, que com exceção apenas de Jesus Cristo fez mais pela humanidade que qualquer outro homem (D&C 135:3). Minha fé não permite que eu faça algo em minha vida, que não seja a vontade de Deus. Sendo eu um Santo dos Últimos Dias, afirmo enfaticamente, Deus está no controle de minhas ações.
Deus é nosso Pai Celestial. Apesar de nossas diferenças, eu realmente acredito que Deus cuida de cada indivíduo na terra. Cada um de nós deverá prestar contas de suas próprias ações de forma individual, um esposo não será considerado culpado dos pecados de seu cônjuge, um pai não será responsabilizado pelo filho que devidamente instruído preferiu o caminho do mal. É tudo uma questão pessoal. Sinto-me incomodado com os muitos “achódromos” de plantão, que sentem a necessidade de tentar julgar e ditar as leis, mandamentos e regras que devemos acreditar, ou não. Estes achódromos tentam criar novas regras, me deixando a impressão que o objetivo final é usurpar o papel designado para Deus na história do homem. É minha humilde opinião de que essas pessoas deveriam dedicar-se mais a sua própria salvação, ao invés de se ocupar dos assuntos pertinentes a salvação de outras.
A questão sobre a possibilidade de um cristão estar certo ou não, ao ingressar na maçonaria, somente será respondida satisfatoriamente, de forma individual, no coração de cada um. Se você entende que a Maçonaria contradiz sua fé, então não seja um maçom, para que assim, não venha a fazer com "que teu irmão tropece" (Romanos 14:21c). No entanto, se você se identifica com a Maçonaria e sente satisfação em ajudar seu irmão, demonstrando sua fé de acordo com suas boas obras e amor para com o próximo e os necessitados, seja um de nós, aqui você terá oportunidade de exercitar suas praticas filantrópicas ao mesmo tempo em que aprende sobre lealdade e fidelidade às amizades verdadeiras. Ser Maçom é uma decisão individual, ninguém além de você, poderá ou deverá arbitrar sobre isto, pois só Deus conhece o coração dos homens e sabe da sinceridade ou demagogia oculta por trás das palavras daqueles que combatem tanto a Maçonaria quanto A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias.

DE SALOMÃO A RESTAURAÇÃO

by Cesóstre Guimarães de Oliveira
cesostre@hotmail.com


Sinto-me confortável em afirmar e reafirmar que Maçonaria não é religião, e não tem pretensões em ser. Aqueles que tentam classificá-la como uma organização religiosa fracassam, pois ao serem aplicados os testes básicos que caracterizam uma religião fica comprovada a ineficácia de seus argumentos. Defino a Maçonaria como uma organização masculina por tradição e adequação á seus antigos rituais, que embora literalmente sua ritualística seja voltada ao sexo masculino, ela conta com o auxilio de mulheres. Existe um seguimento que se auto-intitula Maçonaria, eles aceitam iniciar mulheres em seu quadro de operários, este seguimento surgiu na “FRANÇA REVOLUCIONÁRIA”, mas eles não são aceitos pela Maçonaria regular e nenhuma relação existe entre eles e nós, esta facção esta para a maçonaria, da mesma forma que o judaísmo está para o cristianismo, embora um tenha seus primeiros passos no outro, em algum momento um terá que estar errado em suas afirmações para que o outro esteja certo, ambos não podem ser detentores da verdade já que pensam e afirmam coisas aparentemente similares mas que em vários momentos se mostram diferentes, tornando-os drasticamente divergentes. As ditas maçonarias femininas ou mistas não contem o todo, nem parte significativa do verdadeiro conceito de Maçonaria, este seguimento não é milenar, portanto não tem tradições adquiridas no passar dos séculos, e fundamentalmente não são maçons.
Ao longo de sua existência a Maçonaria desenvolveu uma trajetória de relacionamento com as religiões, inclusive com A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, pois não poderia ser diferente. Qualquer pessoa que desejar se aprofundar tanto na história da Maçonaria quanto na história de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (Mórmons) observará a existência dos encontros ocorridos entre as duas organizações. Poderá também notar que alguns líderes da Igreja têm tentado ignorar esses encontros, bem como os desencontros ocorridos entre as duas organizações, penso eu que por falta de respostas para algumas perguntas. Mas sei também que calar a estes encontros e desencontros, é um objetivo impossível de ser atingido sem prejuízo da verdade. Pois é publico e notório que tanto a história da Maçonaria quanto a história de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias estão entrelaçadas de modo intimo. Os primeiros dias da Igreja estão de tais modos relacionados com a Maçonaria que a simples tentativa de “ousar” relatar suas existências sem citá-las juntas, torna-se uma tarefa penosa e ruinosa para a verdade, além de ser um objetivo impossível de ser atingido, pois sempre ficará a aquele que ler a impressão que algo ficou faltando. Por esta razão, venho abranger a história de maneira lúcida, sem acréscimos ou ocultações de fatos relevantes a ambas.
Neste momento minha maior preocupação é a manutenção da verdade, pois tenho aprendido em meu berço religioso que a verdade sempre é a melhor via a ser seguida.
Faço aqui um breve registro da trajetória dos primeiros líderes de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias em suas relações com a Maçonaria. Faço isto não por desafeto, mais por amor a meu credo. Incomoda-me ver líderes que tentam ocultar estar parte importante de nossa história como se algum crime houvesse sido cometido. Todos os líderes de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias que foram iniciados na Maçonaria eram dignos cidadãos, excelentes pais, invejáveis maridos e dedicados ao extremo em suas atribuições religiosas, são todos excelentes exemplos a serem seguidos. Nenhum destes homens, jamais negou sua condição de maçom, pois eles conheciam a Maçonaria em sua essência e negá-la seria afrontar o belo, o perfeito.
Nesta parte do texto cito alguns de nossos líderes (Mórmons) que foram iniciados e jamais deixaram a Maçonaria. Para iniciar, nada mais justo do que começar relatando sobre o Profeta Joseph Smith Jr, ele foi chamado por Deus para conduzir a Restauração do Evangelho, através dele o Livro de Mórmon foi traduzido. Ele também serviu em várias atividades seculares, como por exemplo: Chefe Geral da Legião de Nauvoo, Prefeito de Nauvoo, e outras mais. O Profeta foi iniciado na augusta ordem por Mestre Abraham Jonas (Tecerei alguns comentários sobre este homem mais a frente).
Penso eu ter ficado claro, conforme estar exposto no inicio desta compilação, quando afirmo que Hyrum e seu pai Joseph Smith Sr eram bem mais antigos que o Profeta no contexto maçônico. Hyrum foi iniciado na Loja Monte Moriah em Palmyra, Município de Ontário – NY, tendo posteriormente sido um dos fundadores da Loja Worshipful em 1841 onde exerceu várias funções.
Outro que teve grande relevância tanto no contexto maçônico, como na Igreja, foi Sidney Rigdon um pastor protestante de Cambellite que se converteu ao Evangelho Restaurado, tendo posteriormente servido na Primeira Presidência como conselheiro do Profeta Joseph Smith. (Sidney comandou um grupo dissidente que hoje se intitula Igreja de Cristo, antes era Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias Reorganizada).
Ele também foi iniciado na maçonaria por Abraham Jonas, e continuou sua escalada maçônica mesmo depois das dissidências causadas pela morte do profeta, e da divisão dos Santos em grupos religiosos. Segundo consta no diário de seu filho, e outros registros maçônicos, Rigdon continuou suas atividades maçônicas até o fim de seus dias. Como um de seus maiores feitos maçônicos, posso registrar a fundação da Loja A Amizade, em 18 de junho de 1851. No cumprimento de uma exigência sua quando ainda em vida, na morte foi enterrado segundo os Ritos Maçônicos que foram administrados pela Loja Allegheny.
Quando estamos a falar de Santos dos Últimos Dias que abraçaram a Arte Real, obrigatoriamente temos que citar o Moisés moderno, Brigham Young, assim como o Moisés do velho testamento guiou uma nação até a terra prometida. Este foi alguém que venceu suas paixões, e submeteu sua vontade. Ele era membro do Quorum dos Doze Apóstolos quando foi iniciado. Tendo o sido na Loja de Nauvoo, em 4 de julho de 1842.
Tendo como base os registros da Loja, e informações contidas em diários pessoais, posso afirmar que Profeta Joseph Smith Jr estava presente a sua iniciação. Sua fidelidade e a seriedade de como encarava a maçonaria, pode ser observada nos registros fotográficos maçônicos e de (documentos da Igreja) alem de outros proprietários. O Presidente Brigham Young aparece nestas fotos com um broche preso a gravata onde claramente se ver o esquadro e o compasso, que como sabemos, são símbolos adotados pela Maçonaria, é importante frisar que algumas destas fotos são posteriores ao êxodo para Utah.
Outro amigo tão chegado do Profeta era Willard Richards que acumulava as funções de Apóstolo, Historiador da Igreja, e secretário pessoal do Profeta. Ele estava presente na cadeia de Cartage quando da chacina. Richards foi iniciado na mesma ocasião e na mesma Loja que Brigham Young.
Já Heber C. Kimball que também era membro do Primeiro Quorum dos Doze Apóstolos e foi conselheiro do Presidente Brigham Young. Foi iniciado em Winner, Município de Ontário, NY em 1825. Estava sendo preparando para ser iniciado no Arco Real o que não foi concretizado devido o sentimento anti-maçônico estimulado pelo “Caso Morgan” que provocou o fechamento da maioria das Lojas naquela região do país (posteriormente trataremos do “Caso Morgan”). Sua dedicação a Maçonaria é digna de admiração e respeito, comprovadamente Heber C. Kimball desenvolveu várias funções na Loja de Nauvoo.
O próspero comerciante Newel K. Whitney filiou-se a Igreja no inicio de 1830. Ele foi ordenado Bispo pelo Profeta Joseph Smith para presidir sobre os Santos de Ohio e os Estados Orientais. Whitney foi iniciado na Loja Orbe, em Painesville, Ohio. Ele serviu posteriormente como Tesoureiro da Loja de Nauvoo.
John Taylor que já era membro do Quorum dos Doze Apóstolos, sob a supervisão do Profeta Joseph Smith foi iniciado na Loja de Nauvoo. Ele sucedeu Brigham Young na presidência da Igreja.
O novo convertido (1830) Parley P. Pratt, que serviu como Presidente de Missão no Missouri e depois como um Apóstolo, posteriormente cumpriu várias missões para a igreja, passando pela função de editor do Jornal Estrela Milenar, um jornal da Igreja. Foi iniciado na Loja de Nauvoo em 7 de outubro de 1843.
Também outro Apóstolo que sob a supervisão do Profeta iniciou na Loja de Nauvoo, foi Wilford Woodruff. Ele foi o quarto presidente da Igreja.
O quinto Presidente da Igreja, Lorenzo Snow, com a anuência do Profeta Joseph Smith também foi iniciado na Loja de Nauvoo.
Já o Apóstolo Orson Hyde, que logo após sua conversão assumiu funções proeminentes na Igreja, e que serviu várias missões, (em uma dessas dedicou a Terra Santa para o ajuntamento final de Israel), foi iniciado na Loja de Orbe nº 10 em Painesville, Ohio.
Orin Caring Rockwell era um novo converso da igreja e mantinha profundos laços de amizade com o Profeta Joseph Smith. Alguns historiadores afirmam ser ele um dos donos do Jornal Danites no Missouri, mais não existe consenso quanto a isso. Rockwell foi acusado de tentativa de homicídio contra Lilburn W. Boggs, Governador do Missouri que tinha emitido a "Ordem de Extermínio" contra os membros de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Durante nove meses ele esteve na prisão por causa desta acusação. Rockwell foi iniciado na Loja de Nauvoo em 3 de setembro de 1844.
William Clayton um convertido inglês que migrou para Nauvoo em 1840, foi secretário pessoal do Profeta Joseph Smith, excepcional historiador que devido sua proximidade com o Profeta deixou riquezas incalculáveis de informações sobre a Igreja, alguns destes registros por ele deixado hoje fazem arte do acervo de outras organizações que não A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, mas mesmo assim merecem nossa credibilidade. Ele foi um dos primeiro a adotar o casamento plural. Antes da morte do Profeta ele foi iniciado na Loja de Nauvoo em abril de 1842. William Clayton era muito meticuloso, e em seu diário escreveu e preservou uma riqueza grandiosa de informações importantes relativas aos primeiros convênios feitos no templo de Nauvoo, como também os detalhes do dia a dia da vida na cidade. Ele estava entre os Santos que se deslocaram para o Oeste, liderados pelo Presidente Brigham Young.
George Miller se converteu em 1839. E logo foi chamado para substituir Edward Partridge como Bispo, e Don Carlos Smith como presidente dos Sacerdotes em Nauvoo. De acordo com os registros de sua Loja mãe, Miller foi iniciado em 11 de março de 1819, Miller era um dos membros do "Conselho dos Cinqüenta”. Depois da morte de Joseph Smith, Miller teve desentendimentos com Brigham Young e eventualmente afastou-se da Igreja. Existem muitos outros líderes da Igreja, tanto no passado como contemporâneos, que também são maçons, não citarei aqui os contemporâneos pelo simples respeito de suas vontades. Os que foram citados, só foram por que em nenhum momento manifestaram o desejo de anonimato, e sua condição de maçom é de domínio publico, apenas citei estes para demonstrar que nada existe por parte da Igreja que venha desabonar nossa participação ou permanência na maçonaria.

O CRISTÃO MAÇOM

by Cesóstre Guimarães de Oliveira
cesostre@hotmail.com



“Combati o bom combate, terminei a carreira, guardei a fé... (II Timóteo 4:7).” Este texto bíblico traduz os sentimentos do Apóstolo Paulo de Tarso em relação à fé cristã, e embora o texto seja claro ao descrever suas crenças, se não compreendido, conduz o leitor a uma inevitável apatia, mas se adequadamente entendido revela a história passada, presente, e futura, dos cristãos.
O ser humano por natureza e origem é religioso, e por ser, sempre esteve em busca do criador de todas as coisas. Esta é uma discussão da qual a maçonaria não pode nem deve ficar à margem. Neste artigo estarei abordando de forma genérica a relação existente entre os cristãos e a Maçonaria, antes, porém, faço saber que existe uma tendência (que considero preocupante) “aninhando-se” no seio da Maçonaria: é a perda da Fé cristã por parte de alguns irmãos maçons, atribuo a este distanciamento da fé, a busca por novos rumos religiosos, busca esta provocada pela intolerância e o preconceito, que muitas das vezes se traduz em verdadeira caça às bruxas, semelhante aos acontecimentos ocorridos no vilarejo de Salem, (colônia americana da Nova Inglaterra). Esta ação irracional tem conduzido muitos a ingressarem naquilo que acreditam ser uma realidade mais tolerante e menos preconceituosa.
A história é enfática ao registrar que dentre as religiões existentes, nenhuma estar tão intrinsecamente ligada a Maçonaria, e ao mesmo tempo tão radicalmente distanciada quanto o cristianismo, temos ouvido os discursos de alguns representantes dos vários seguimentos cristãos que tentam delinear a Maçonaria como inimiga da religião, este posicionamento contraditório se traduz em uma retórica vazia que tem como principal objetivo manter cativos na ignorância medieval os herdeiros do medo e dos conceitos pré-formados. Não se pode ignorar a história, os fatos apontam a Maçonaria como benfeitora da humanidade, amiga e protetora das religiões. Por isso não compreendo por que somos os alvos preferidos dos ataques de líderes cristãos, sejam eles, católicos, protestantes, ou outros seguimentos deste universo religioso tão diversificado. Talvez este posicionamento iconoclasta assumido pelos caçadores de maçons, explique o porquê de tantos entre nós, desiludidos com a fé cristã, cansados das intolerantes e incompreensíveis criticas têm migrado para outros seguimentos religiosos. Estes, ao procederem assim, esperam com essa ação escapar desta “Guerra Santa” que por sua agressividade com requintes de crueldades lembra os inquisidores espanhóis da Idade Média.
Ao ingressar na Maçonaria, embora todos recebam tratamento igualitário, infelizmente, nem todos atingem o mesmo nível de compreensão e esclarecimento, para estes que pouco, ou nada aprenderam, é bem mais confortável desistir da Maçonaria a ter que enfrentar as sanções ou retaliações que lhes serão infligidas pelos líderes e membros comuns das igrejas cristãs, ou até mesmo dos membros de suas famílias que contestam sua participação na milenar fraternidade. Um adágio popular diz: "Você é o que acredita ser." Eu sou um Mórmon Maçom, e acredito estar trabalhando minha pedra bruta da ignorância, lapidando-a até estar definitivamente polida quando então refletirá o conhecimento que tenho adquirido na milenar fraternidade.
Nós maçons estamos nos locais mais inusitados, ocupamos cargos nos altos cleros de vários seguimentos religiosos, estamos nos senados, nas câmaras federais, estaduais e municipais, também estamos nos poderes executivos, e judiciários, somos seus vizinhos, seus amigos, estudamos nas mesmas universidades, freqüentamos os mesmos eventos sociais, temos participado decisivamente das decisões que afetam a todos, a história diz isto, nossos endereços são conhecidos de todos, nossos rituais e estatutos estão registrados nos órgãos competentes, e mesmo assim, alguns nos acusam de sermos uma sociedade secreta, por isso, somos ignorados e rejeitados por vós.
Mais saiba que agindo de forma silenciosa, nunca passivos, estamos a zelar por sua fé, por sua segurança, por seus direitos políticos, sociais e religiosos, e mesmo assim, somos rejeitados por seus líderes que nada sabem sobre nós, pessoas que tem seu conhecimento alicerçado nos labirintos de uma mente esquizofrênica que vê na Maçonaria uma organização secreta e maligna que planeja dominar o mundo e conduzir as almas dos cristãos a um inferno que só existe em suas mentes desvirtuadas. É neste caos ideológico e teológico que somos descritos como inimigos da deidade, eles esquecem que fomos nós, os primeiros, e talvez os únicos a universalizar o Grande Arquiteto do Universo, que é Deus. Fomos nós quem primeiro extirpou toda forma de sectarismo religioso, com o objetivo de proteger os vários seguimentos da religião, em nossas reuniões não questionamos o credo de cada um, a nós importa somente a crença na deidade, a quem genericamente, como forma de respeito à fé individual e ao livre arbítrio de cada um denominamos Grande Arquiteto do Universo. Afinal foi ele o idealizador e criador de tudo.
Infelizmente até mesmo dentro de meu seguimento religioso (mormonismo) existem aqueles (que são ilhas isoladas) contrários a Maçonaria, mas isto não significa que A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias compartilhe deste mesmo pensamento, (na verdade os que assim pensam, o fazem usando de sua liberdade de pensamento, são homens e mulheres que desconhecem a história, pessoas limitadas a uma ou duas linhas de conhecimento, ou talvez, contaminados pela linha de pensamento protestante). Tenho escrito vários artigos abordando este tema, meu objetivo tem sido um só, mostrar que é absolutamente possível compatibilizar a Maçonaria com a fé cristã. Entendo que o grupo dos opositores à Maçonaria é formado por pensadores prisioneiros da ignorância, homens implacáveis, que de forma intolerante e preconceituosa vão disseminando seus pensamentos de forma erosiva, criando fendas na consciência dos inseguros, fendas estas que lembram as crateras lunares que também muito se assemelham ao 1Grand Canyon.
Qualquer um que rebuscar na internet facilmente encontrará vários "especialistas em Maçonaria" que tentam explicá-la, inclusive estes especialistas alegam ser seus objetivos esclarecer aos cristãos que estão sendo “enganados na Maçonaria”, eles costumam dizer: “Temos todas as respostas para livrá-los do mal oculto por trás da Maçonaria”, existem ainda os mais afoitos que alegam: “Somente os altos graus sabem realmente o que ela é, e que por estarem já envolvidos demais com o mal não conseguem se libertar”, ao afirmarem isto estes “falsos especialistas” deveriam antes explicar como sabem destas coisas, já que segundo eles “somente os altos graus sabem o que é a Maçonaria e que por estarem já envolvidos demais com o mal não conseguem se libertar”, como então alguém que nem iniciado foi pode saber? Esses plantadores do medo nos acusam de formarmos alianças com Satanás, e de envolvimentos com o ocultismo, agindo assim, tencionam impor medo e minar a fé dos cristãos que se atrevem ingressar na Maçonaria, lógico que estas alegações não passam de falácias.
Admito que a Maçonaria não tenha nenhuma religião acima de outra, mas isto antes de ser entendido como algo maléfico, deverá ser tratado como benéfico, já que no contexto maçônico não existe a preocupação, (tão comum ao protestantismo), de provar qual religião estar certa ou errada, nós maçons deixamos as discussões teológicas a encargo dos profissionais da fé, não nos envolvemos nestes debates estéreis que somente conduzem irmãos à dissidência e à discórdia. Mas isto não nos impede de em respeito á predominância religiosa do país onde nos encontramos manter sobre o altar dos juramentos um volume dos escritos sagrados para a religião, nos países de predominância cristã a Bíblia tem seu espaço reservado, porém pode ser substituída pelo livro sagrado que representa a religião do pretenso iniciando sempre que assim se fizer necessário. Especificamente em meu caso, quando de minha iniciação estavam presentes tanto a Bíblia quando o Livro de Mórmon. Ao assumir meus compromissos maçônicos, fiz e ratifico invocando a autoridade divina contida em minha religião. Entendo que um Mórmon ou qualquer que seja o seguimento religioso, ao iniciar na Maçonaria não terá nenhum conflito de fé, pelo contrário, terá oportunidade de fortalecê-la. Além disso, ao ingressar na Maçonaria posso ser um exemplo aos irmãos que não compartilham de minha fé em Cristo, no contexto maçônico eu serei um exemplo de Sua vida e ensinamentos.
Independente de qual seja a religião do iniciado, na Maçonaria estamos cercados de bons exemplos, homens devotados e fiéis as doutrinas preconizadas por A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, pessoas que embora não sejam filiadas a minha religião, são indivíduos comprometidos com a honestidade, caridade e amor fraternal. Lógico que existem as exceções, mais exceção não é uma característica exclusiva da Maçonaria, afinal quem nunca ouviu falar do mau político, do mal cristão, do mal budista, etc. As exceções existem, e estão em todos os lugares.
Penso que a antipatia (será medo?) que alguns religiosos nutrem pela Maçonaria, está ligada à nossos rituais sigilosos, os leigos não compreendem que ao fazer uso do ritual maçônico um cristão o utiliza também para ilustrar as ricas verdades contidas no evangelho de Jesus Cristo. Os sinais são utilizados para que possamos expressar nossas idéias e torná-las mais fáceis de serem lembradas. Não sei precisar quando a Maçonaria adotou determinados sinais, na verdade existe certo nível de unanimidade que afirma ninguém saber até mesmo quem foi o primeiro maçom, mas seja ele quem tenha sido, criou um elaborado sistema para expressar essas verdades através das imagens de ferramentas comuns aos pedreiros.
Mais nem todos os cristãos são inimigos da Maçonaria, como falei antes, as exceções existem, e são muitas. Alguns cristãos alcançaram verdadeiro destaque no universo maçônico, entre estes cito 2Norman Vincent Peale, um cristão maçom grau 33, ele é o criador da “Revista Diretrizes”, e autor do livro “O Poder do pensamento positivo”. É dele a citação: "Embora não seja uma religião, a maçonaria completa nossa fé em Deus e é ponto de apoio da moralidade e virtude”. A Maçonaria não têm dogmas teológicos, não têm rituais sacramentais, esta é uma característica das religiões, mas ensina que é importante ter uma religião que seja de sua livre escolha, e ao escolher sua religião o individuo deverá ser fiel a ela em pensamentos e ações.
Na convivência diária que tenho com vários cristãos maçons pude notar que ao ser iniciado o cristão se torna mais fiel aos princípios de sua fé. Sabendo de tudo isto, não consigo compreender a razão de tanta animosidade contra a Maçonaria. O estigma, a perseguição insana, a calunia tem sido uma característica da luta deflagrada pelos cristãos contrários a Maçonaria.
As criticas das quais somos vitimas são freqüentes e irresponsáveis, não entendo por que a adesão de um cristão a uma organização que tem profundas raízes no cristianismo é tão contestada. Talvez o medo de ter seus segredos religiosos expostos pela maçonaria, que é uma fonte de conhecimento, seja a causa da insegurança de alguns.

APENDICE

1 O Grand Canyon é uma imensa falha no terreno, medindo 440 quilômetros de comprimento, quase dois quilômetros de profundidade e com largura variando de 200 metros a 27 quilômetros. É considerado como uma das maiores maravilhas da natureza. O responsável por esta obra de arte foi o rio Colorado, que ao longo dos séculos abriu caminho a força por entre aquelas rochas, moldando a pedra e criando um fantástico zig-zag de corredeiras de água entre paredões verticais de rocha avermelhada.

2 Pastor protestante que alcançou a fama mundial a partir de 1937, quando publicou A Arte de Viver (The Art of Living) que, ao lado de outras 45 publicações de sua autoria, vendeu 20 milhões de exemplares em 41 países onde foram traduzidos. Em 1956, era lançado no Brasil o primeiro livro de auto-ajuda, O Poder do Pensamento Positivo (The Power of Positive Thinking), atraindo uma legião de adeptos e vendendo 450 mil exemplares. Nos EUA, permaneceu 90 semanas na lista dos mais vendidos, ganhando popularidade especialmente entre homens de negócios.


A MAÇONARIA INFLUENCIOU JOSEPH SMITH?

by Cesóstre Guimarães de Oliveira
cesostre@hotmail.com

Já se tornou uma característica dos críticos de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias as alegações de haverem encontrado possíveis ligações entre os rituais da Maçonaria e as cerimônias do templo. Todos têm a intenção de provar ser as ordenanças do templo Mórmon um plágio mal feito da Maçonaria, estes pseudo-iconoclastas têm rebuscado em livros e outros escritos alguma afirmação que validem suas posições.

Por isso frequentemente apontam algumas mudanças feitas nas investiduras, dizem que ao fazê-las, a Igreja tenta eliminar elementos maçônicos constantes nos rituais do templo, não entendem que embora as mudanças tenham acontecido, a essência do templo permanece intacta, embora eles não estejam preocupados com as ordenanças sagradas, faço saber que estas mudanças somente ocorreram para que houvesse maior agilidade no decorrer das cerimônias, bem como facilitar a compreensão da idéia central por parte de membros mais leigos. Na verdade concluo que existe por parte dos anti-mórmons a necessidade de justificar suas afirmativas quando dizem que se os rituais do templo fossem realmente inspirados não haveria necessidade de alterações nos mesmos.
As cerimônias do templo não foram plagiadas da Maçonaria, não foram criadas por homens e nem moldadas conforme nossas necessidades. Agem levianamente aqueles que afirmam serem as cerimônias do templo práticas ocultas e satânicas. Cada vez mais aparecem anti-mórmons que tentam impor suas idéias aparentemente plagiadas do livro “Versos Satânicos” de Salman Rushdie, escritor este que atira pedras em todas as direções mais que só ganhou notoriedade ao ter sua cabeça posta a premio por lideres do islamismo.
Aqueles que combatem o mormonismo o fazem pelo simples prazer de valer seus pensamentos, inclusive afirmando que Joseph Smith e outros líderes mórmons somente ingressaram na maçonaria para acrescenta peso social a seus cargos políticos e eclesiásticos.
Mas eles erram, talvez intencionalmente, ou por equivoco, mais é certo que erram em não mencionar que o ritual maçônico tem também suas origens em fontes antigas, que estão relacionadas com a origem dos rituais praticados hoje nos templos mórmon, e que estes mesmos rituais são cópias de alguns ritos de iniciação utilizados no cristianismo primitivo. Não precisa ser nenhum expect para ratificar minhas afirmações, basta uma pesquisa, embora superficial, que seja imparcial, livre de qualquer sectarismo religioso. Se assim proceder, você poderá notar que o significado dado por Joseph Smith á todos os elementos do templo estão dentro do contexto cristão.
Se eu aceitar, mesmo que de forma remota, a possibilidade de que Joseph Smith tenha lançado mãos de alguns elementos da Maçonaria para desenvolver os rituais do templo com seus significados, ainda assim, Joseph não poderia ser condenado por essa prática, já que fazer isto não seria uma exclusividade sua, uma vez que ele não foi o único a (supostamente) se utilizar desta prática.
Se houvesse real intenção de encontrar a verdade, os teólogos e pesquisadores contrários à doutrina mórmon já teriam notado que em seus escritos os hebreus fizeram à mesma coisa quando adotaram vários símbolos e textos pagãos, dando-lhes um novo significado e colocando-os em um novo contexto. A arquitetura do templo de Salomão, por exemplo, em sua descrição histórica segue um padrão arquitetônico tipicamente fenício contendo várias semelhanças com os edifícios religiosos da Babilônia. Vários símbolos utilizados no Templo de Salomão arremetem os judeus de encontro a algumas práticas e conceitos da religião fenícia. Outro exemplo é o tabernáculo de Moisés que nada mais era além de uma réplica portátil de várias estruturas pagãs, a exemplo da tenda da purificação dos egípcios. No entanto, segundo o livro de Êxodo (na bíblia) em seus capítulos de 25 a 30, credita ao próprio Senhor Deus de Abraão, Isaac e Jacó, as instruções dadas aos israelitas para construir a tenda de adoração.
Não tem como se negar as muitas semelhanças existentes entre a lei mosaica e os vários códigos jurídicos pagãos da época, como, por exemplo, “Código de Hammurabi”. Se fizer uma leitura cuidadosa você caro leitor, poderá notar a forma literária em que foi escrita a Lei de Moisés, parece ser uma cópia dos códigos utilizados pelos pagãos do Oriente Médio na época.
É quase unanimidade entre os estudiosos da Bíblia, dizer que a Lei de Moisés parece ter sido criada em códigos que seguem os padrões pagãos. Será que isto significa que a Lei de Moisés não foi divinamente inspirada? Claro que foi, não duvido disto. Mas se seguirmos o raciocínio dos anti-mórmons que tentam transformar as cerimônias do templo em cerimônias pagãs, infelizmente, teremos que afirmar ser a Bíblia uma fraude. Mas nem todos os pesquisadores se posicionam acima da verdade, existem aqueles que buscam explicações para os dogmas maldosamente impostos ao homem, é a estes que retiro meu chapéu, homens desprovidos das falsas verdades que partem em busca do certo onde ele esteja escondido.
É fácil ver nos registros históricos que os primeiros cristãos se valiam de muitos símbolos pagãos para exemplificar suas crenças àqueles que desconheciam as novas verdades do cristianismo, eles davam novos significados aos velhos símbolos pagãos e os utilizavam livremente em seus novos contextos. Um dos símbolos pagãos mais utilizados pelos cristãos ao ensinar sobre a ressurreição de Cristo era a ave Phoenix, que inquestionavelmente era um símbolo pagão. Norbert Brox e John Bowden afirmam em sua obra “A História da Igreja Primitiva” que a ave Phoenix sempre exerceu uma grande influência sobre a cultura pagã. Esta ave tinha o poder de se recuperar, renascendo de suas próprias cinzas. Não demorou muito para que os cristãos passassem a usar esta ave na representação da ressurreição.
Os primeiros cristãos usavam sem nenhum problema de consciência muitas representações pagãs, penso que esta não seja uma verdade acessível à maioria dos cristãos leigos, mais a Phoenix não foi o único símbolo pagão adotado pelo cristianismo, o Bom Pastor, aquele que saiu para resgatar sua ovelha perdida, também antes de ser adotado por Jesus Cristo, basicamente já era um símbolo pagão cultuado pelos egípcios na personificação do deus Hórus que carinhosamente era chamado pelos seus seguidores de “O Bom Pastor” (The Pagan Origins Of Christian Mythology - Brice C. Smith). Tertuliano instruiu sobre que símbolos seriam adequados para se colocar em um anel que deveria ser usado como um selo pelos cristãos. Clemente recomenda que os cristãos usem selos decorado com representações que, embora não sejam especificamente cristã, podem facilmente receber uma interpretação cristã, como por exemplo: a pomba, o peixe, as ovelhas, a lira ou a âncora, todos adotados pelos cristãos após haverem sido largamente usados nas religiões pagãs. É importante notar que os símbolos propostos por Clemente para uso dos cristãos também poderiam ser usados por pagãos sem nenhum conflito ideológico. Em outras palavras, apesar do sentido cristão adotado pelo usuário, qualquer outra pessoa (de outro seguimento religioso) poderia usá-lo como um ponto neutro da moral ou religião. Da mesma forma que o bom pastor, carregando nos braços um cordeiro era um símbolo pagão que representava a filantropia convencional e amor ao próximo. Os primeiros cristãos lançaram mãos de imagens pagãs, dando a elas novo significado.
A prática do uso de símbolos pagãos pela Igreja primitiva parece ter sido um evento necessário na consolidação do cristianismo, já que os cristãos utilizavam livremente estes símbolos dando a eles novos significados contextualizados com suas verdades. Os primeiros cristãos adotaram os ritos pagãos que podiam ser facilmente usados como símbolos após ser re-interpretados a partir da ótica cristã, particularmente isto em nada me incomoda, já que de alguma forma a nova religião precisava chegar a todos.
Que conclusões podemos tirar de tudo isso? Por sua semelhança com os templos pagãos devemos julgar como profano o templo de Salomão? E o Tabernáculo e a Lei de Moisés? Devemos condenar os primeiros cristãos pelo que fizeram? E os antigos Profetas, será que nunca utilizaram material pagão para ensinar uma verdade cristã? A verdade é que os profetas de Deus, em qualquer momento da história, basearam-se em símbolos e literatura de seu ambiente cultural para então expressar as verdades sagradas.
Aqueles que criticam A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias pelas alterações ocorridas nos sagrados rituais do templo estão sempre baseados em uma compreensão fundamentalista das escrituras e da forma como Deus fala aos seus profetas. Nossos opositores alegam ser inconcebível que os profetas modernos possuam autoridade para alterar uma cerimônia que foi revelada por Deus. Esta visão não é procedente, conforme evidenciado pelo comportamento dos profetas da Bíblia. Aqueles que se dizem chocados com as mudanças nas cerimônias de investiduras, também devem estar chocados com o comportamento de Marcos e Lucas que, deliberadamente, minimizaram o papel de Pilatos na morte de Jesus Cristo, de modo a não ofender seus ouvintes romanos, para mim isto é prova irrefutável de que os primeiros cristãos não se limitaram a uma visão fundamentalista das Escrituras.
Aqueles que criticam A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, pelas mesmas razões deveriam criticar a antiga fé hebraica, já que Ezequiel fez mudanças no culto dos hebreus para que eles vivessem melhor em seu cativeiro na Babilônia. Com estas mudanças, os judeus deixaram de praticar certos rituais estabelecidos pelo Senhor "eterno", que antes os havia instruídos a guardá-los.
É difícil para qualquer cristão imaginar todas as formas que Deus pode usar a fim de conduzir as pessoas a cumprirem suas designações, e foi sem dúvida, de modo providencial que Joseph Smith tenha ouvido falar da Maçonaria quando estava restaurando o ritual original do templo.
Não posso negar que Joseph Smith de alguma forma tenha sido influenciado pela linguagem ritual da maçonaria, já que ele estava familiarizado com este ambiente. A contribuição da Maçonaria para o alicerçamento da Igreja é inegável. Aquele que me ler deve estar ciente da possibilidade, ou melhor, da necessidade que Deus tem de usar a cultura familiar e local para revelar suas verdades. Penso ser a Maçonaria um modelo de organização em que um ritual divino poderia ser facilmente assimilado e compreendido pelos homens. As semelhanças apenas confirmam o princípio bíblico e lógico que os mandamentos de Deus são dados aos homens numa linguagem que possamos assimilar. Heber C. Kimball escreveu a Parley P. Pratt dizendo: "A Maçonaria é uma espécie de sacerdócio" (Heber C. Kimball para Parley P. Pratt, 17 de Junho de1842, Church Archives. Citado por David John Buerger em The Mysteries of Godliness, p. 40).
Joseph Fielding Smith escreveu em seu diário no dia 22 de dezembro 1843: "Muitos se juntaram à fraternidade maçônica. Parece que essa é uma preparação ou um trampolim para algo mais" (Joseph Fielding, Diary (1843-1846), Church Archives, citado em "`They Might Have Known He Was Not a Fallen Prophet' – The Nauvoo Journal of Joseph Fielding", editado por Andrew F. Ehat. BYU Studies 19 -Winter 1979.)
É importante notar que estes homens, que estavam familiarizados com a Maçonaria não consideravam as investiduras um plágio da mesma, pelo contrário, entendiam que ela (a Maçonaria) era o veículo através do qual uma maior plenitude da verdade poderia ser revelada.
Aqueles que têm intima relação com os rituais maçônicos e os do templo Mórmon notarão que alguns aspectos superficiais das práticas do templo podem ser lembrados nos rituais maçônicos, porém estas semelhanças não se tornam em provas de que alguém tenha copiado os rituais da Maçonaria na criação dos rituais do Templo Mórmon, isto só prova que ambos beberam em uma mesma fonte.
As semelhanças entre os rituais praticados pelos primeiros cristãos e a atual forma destes rituais, se tornam em provas convincentes de que Joseph Smith foi realmente o restaurador do ritual original dos templos antigos.
Já nos primeiros momentos do cristianismo, para ser aceito cristão o candidato teria que passar por uma iniciação que incluía convênios confirmados por sinais sagrados, tendo como parte das cerimônias a representação dos acontecimentos ocorridos no jardim do Éden, a expulsão de Satanás da presença de Deus, e a unção de várias partes corpo com óleo.
Não pretendo abordar o caráter sagrado dos templos neste artigo já que os significados destes elementos são de relevante importância espiritual para nós Santos dos Últimos Dias.
Quanto aos nossos críticos que tentam relacionar as investiduras com os ritos maçônicos, faço saber que eles nunca apresentaram provas que sustentem suas afirmações. Grande parte das criticas que fazem A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, como já provei antes, também poderiam ser aplicadas aos cultos dos antigos hebreus e dos primitivos cristãos.
Os anti-Mórmons nunca apresentaram uma explicação plausível para os paralelos que impressionante, embora não sejam localizados em qualquer parte da maçonaria, claramente existem entre as investiduras do templo e os ritos de iniciação cristianismo primitivo. Os ritos de iniciação da Igreja primitiva, descobertos muito tempo depois da morte de Joseph Smith, se tornam em provas da origem divina da investidura.
Eu um Mórmon Maçom reconheço que certamente existem algumas similaridades entre a Maçonaria e as cerimônias do Templo, mas as diferenças também existem e são inúmeras, além de que, a maçonaria está longe de possuir a profundidade e complexidade teológica como também as cerimônias completas do templo. Joseph Smith acreditava que os rituais da Maçonaria eram fragmentos do ritual original do templo. Portanto, considero justo que certos elementos da Maçonaria apareçam nas perfeitas ordenanças do Templo. Sendo assim, nada neste contexto prejudica a beleza ou a inspiração dos rituais do templo.

APENDICE


Tertuliano – Foi um dos mais importantes e originais escritores latinos, nasceu por volta de 155 d.C, em Cartago, filho de pais pagãos. Formou-se em direito exercendo a profissão de advogado em Roma, se converteu ao cristianismo por volta de 193 d.C, e estabeleceu-se em Cartago, pondo a sua erudição ao serviço da fé, dar explicações relacionando o Bom Pastor pagão com o cristão em sua obra Apologeticum.

Clemente de Alexandria (nasceu por volta de 150 d.C, em Atenas, filho de pais pagãos. Não existem registros de quando ou por que se converteu ao cristianismo, após sua conversão fez várias viagens à Itália, Síria, Palestina e Egito, em busca das “verdades ocultas do cristianismo”, após sua ultima viagem ao Egito alegou ter chegado ao fim de sua jornada.).
Fixou residência em Alexandria, por volta de 190, onde criou escola e se consagrou à redação de suas obras. Sua escola era uma iniciativa privada, sem vínculo com a Igreja oficial, onde reunia a intelectualidade pagã e cristã de seu meio. Morreu por volta de 215.

Ave Phoenix - A lenda diz que a primeira Phoenix surgiu de uma centelha que o deus Ra soprou sobre a face da Terra, representando o Fogo Sagrado da Criação.

SER MAÇOM, EM QUE ISTO ME AJUDARÁ?

by Cesóstre Guimarães de Oliveira
cesostre@hotmail.com

Ser Maçom, em que isto me ajudará a ser (1) exaltado? Embora esta possa parecer uma pergunta inocente e desprovida de malícia, ela tem sido usada por apologistas mórmons que são contrários a filiação dos membros de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias à Maçonaria, a intenção é mostrar que não existem justificativas para a permanência ou ingresso de um Mórmon na Maçonaria. Ao levantar este questionamento, homens e mulheres transbordantes de “boas intenções” tentam induzir o interrogado a uma reflexão, que tenha como conclusão a certeza de que nadam de bom ou aceitável, um membro de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias encontrará na milenar fraternidade. Aqueles que assim procedem, demonstram seu total desconhecimento de fatos históricos relevantes à cronologia Mórmon, se conhecem estes fatos, agem nutridos pela incoerência ao sugerir que nada de “bom ou louvável” existe na Maçonaria, afinal, como explicar que Joseph Smith tenha ingressado na Maçonaria?
Se a Maçonaria não é uma organização que de alguma forma ratifique nossa fé, pergunto: o que um profeta de Deus, que estava a conduzir o trabalho de restauração do evangelho veio fazer entre nós maçons? Por que Deus o permitiu? E mais, porque Deus aceitou passivamente que seu profeta agindo de forma deliberada, e claramente intencional, conduzisse tantos outros irmãos mórmons a Maçonaria? A resposta resume se a uma explicação palpável que é ratificada pela (2)13ª Regra de Fé quando assim diz: “Cremos em ser honestos, verdadeiros, castos, benevolentes, virtuosos e em fazer o bem a todos os homens; na realidade, podemos dizer que seguimos a admoestação de Paulo: Cremos em todas as coisas, confiamos em todas as coisas, suportamos muitas coisas e esperamos ter a capacidade de tudo suportar. Se houver qualquer coisa virtuosa, amável, de boa fama ou louvável, nós a procuraremos”. Um Maçom, mesmo não sendo Mórmon, ao ler esta Regra de Fé notará a clara e precisa descrição dos objetivos contidos na Maçonaria. Do mesmo modo um pesquisador, por mais desatento que seja, notará a sintonia existente entre esta Regra de Fé e um dos (3) Landmarks, estas que são as mais antigas leis maçônicas, dentre os quais destaco o que diz: “A Maçonaria impõe a todos os seus membros o respeito das opiniões e crenças de cada um...”
Desconheço qualquer outra entidade religiosa, ou não, além de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias e a Maçonaria que preconize de forma tão enfática o direito a liberdade de expressão religiosa. Sendo eu um Mórmon Maçom, com freqüência sou conduzido a profundas reflexões quando me deparo com os acontecimentos registrados em nossa história, esta reflexão me torna consciente da necessidade de perdoar meus irmãos mórmons por sua ignorância quanto a estes fatos históricos, mesmo que este estado de cegueira seja intencional. Fico triste ao notar pessoas que comigo compartilham da mesma fé, voluntariamente voltando seus olhares para o sol da fé, completamente desprovidos da análise lúcida dos contextos históricos, não é raro encontrar membros da Igreja que desconhecem por completo a simetria do paralelismo existente entre Maçonaria e Mormonismo, pessoas que preferem a ignorância sob a alegação de que saber estas coisas, em nada ajudará na sua exaltação, mas, estas mesmas pessoas me surpreendem ao demonstrarem inflamadas paixões por equipes esportivas, (principalmente futebol), não entendo a relevância contida nestes sentimentos, não vejo onde ou como despender parte de nosso ganho ou tempo com estas atividades venha nos ajudar a ser exaltado, mesmo assim, alguns são tricolores, rubro-negros, alvinegros, etc. Ainda tratando do paralelismo existente entre mormonismo e maçonaria Mervin B. Hogan em sua obra intitulada Mormonism and Freemasonry: The Illinois Episode, diz: “(4) A filosofia e os grandes princípios da Maçonaria não são incompatíveis com o ensino, a teologia, e doutrinas dos Santos dos Últimos Dias. Ambas enfatizam moralidade, sacrifício, consagração, e serviço, e ambas condenam egoísmo, pecado e cobiça”.
Aos que parecem desconhecer, ou ter esquecido, faço saber, e lembro que o Profeta (5) Joseph Smith foi iniciado Maçom em 15 de março de 1842, portanto, 22 anos após ter visto a Deus e Jesus Cristo, é incoerente, e ironicamente absurdo tentar questionar os preceitos maçônicos quanto a sua importância no plano divino. Questionar aquilo que de bom existe na Maçonaria, é por em “(6) xeque-mate” as decisões de um Profeta de Deus, afinal, em que parte do plano divino se poderá encaixar a Maçonaria, que não seja no grupo dos detentores de “qualquer coisa virtuosa, amável, de boa fama ou louvável? É impossível ignorar a intima relação dos mórmons pioneiros com a Maçonaria, esta relação existiu, e é uma página que não pode ser apagada do diário da Igreja. Como poderia Joseph Smith estar certo no passado ao ingressar na Maçonaria, e nós, Mórmons Maçons do presente estar errados quando trilhamos o mesmo caminho que por ele foi aberto? Quem mudou sua maneira de pensar, a Igreja ou a Maçonaria? Ou será que temos deixado os preceitos medievais estabelecidos por (7) Felipe o Belo, e (8) Clemente V contaminar nossa visão da sã doutrina?
O pensamento que aponta a Maçonaria como contrária a nossa teologia, lança todos os mórmons em um estado de letargia onde nos sonhos do letárgico aquele que se filiar a Maçonaria aparece como inimigo de Deus. É doutrina Mórmon reconhecer que “(9) Joseph Smith o Profeta e Vidente do Senhor, com exceção apenas de Jesus Cristo, fez mais pela salvação dos homens neste mundo do que qualquer outro homem que jamais viveu nele”, (esta afirmação foi feita pelo Élder John Taylor, do Conselho dos Doze Apóstolos, que estava com Joseph no momento de seu martírio), eu aceito isto como verdade. (10) John Taylor que também era Maçom tinha pleno conhecimento da intima ligação do Profeta com a Maçonaria, sua afirmação é clara demonstração de que somente bons preceitos existem na Maçonaria, afinal ela acolheu o profeta de Deus. Se a decisão de ingressar na Maçonaria foi um equivoco cometido por Joseph Smith, pergunto a meus irmãos que são contrários a nossa ligação com a Maçonaria: Como poderia Deus ter permitido que um profeta seu ingressasse na Maçonaria se isto fosse atrapalhar seu progresso espiritual? Será que se Joseph ainda estivesse entre nós, nossos implacáveis e irônicos interlocutores o perguntariam, “em que ser Maçom nos ajudará a ser exaltado?”
Ao ser questionado sobre uma possível dualidade religiosa (que não existe) e acusado de pertencer a uma organização que nada acrescentará a minha exaltação, fico decepcionado com os homens cultos e inteligentes da Igreja que abusam da frivolidade, e sem argumentos doutrinários eficazes se deixam ser envolvidos pelas crenças pagãs medievais que rotularam e rotulam a Maçonaria como algo nocivo, que nada acrescenta em benefícios a humanidade.
Como podem meus irmãos Mórmons que discordam de nossa filiação a Maçonaria, sequer, sugerir que a milenar fraternidade não tenha nenhuma relação com nosso aperfeiçoamento? Esquecem dos homens de imensuráveis importâncias para o evangelho restaurado que cá estiveram, e ainda estão? Um bom exemplo é o Mórmon Maçom (11) Glen Cook que aproximadamente ha um ano foi escolhido para ser Grão Mestre da Grande Loja de Utah, ele é o primeiro membro de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias a ser escolhido para este cargo na alta hierarquia maçônica em quase um século de existência da Grande Loja de Utah, em uma entrevista concedida logo após sua posse, falando dos mórmons ele disse: “(12) A Maçonaria deve ser um complemento a fé, e não uma barreira a seu exercício”.
Validando o que tenho dito, resgato junto à história nomes de grandes relevâncias tanto para a maçonaria quanto o mormonismo, nomes como: (13) Joseph Smith, (14) Brigham Young, (15) Heber C. Kimball, (16) Parley P. Pratt, (17) Hyrum Smith, (18) Newel K. Whitney. Estes com certeza foram algumas das inteligências nobres e grandes vistas por Abraão - (Abraão 3:22, 23).
Ainda temos muito que aprender com a história. Acreditando ou não, que nossos líderes são exemplos a serem seguidos, mesmo quando iniciados na Maçonaria, esta é uma verdade que teremos que conviver pacificamente. Não se pode apagar o escrito nas tábuas do tempo, mesmo que pareça “uma verdade inconveniente e desconfortável”. Os mórmons maçons existem, este é um fato irrefutável... Estamos nos templos, nos escritórios da Igreja, nos bispados, nas presidências de estacas, nas missões... Na praça do templo. É irônico que alguns de nós se penitenciem ao ostracismo temendo represálias por parte daqueles que deveriam nos proteger. Criticado e contestado pelo que escrevo, encerro citando o Maçom prêmio Nobel da Paz, Martin Luther King: “... O que mais preocupa é o silêncio dos bons".


APÊNDICE


(1) Exaltado – Na teologia Mórmon significa ser conduzido ao mais elevado estado de felicidade e glória dentro do reino celestial... Tornar-se igual a Deus (GEE pág. 82). Para um Maçom significa (de forma sucinta) sair do Grau de Companheiro para o de Mestre Maçom. Nenhuma semelhança existe entre os contextos mórmons e maçons ao fazer uso desta expressão.

(2) Regras de Fé - Perguntaram a Joseph Smith quais eram as crenças básicas da Igreja. Ele resumiu os ensinamentos e doutrinas em 13 pontos básicos que são conhecidos como as Regras de Fé d'A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias.

(3) Landimarks – Os Landmarks são (leis imutáveis) considerados as mais antigas leis que regem a Maçonaria universal.

(4) Mormonism and Freemasonry: The Illinois Episode - Mervin B. Hogan, Vol III.

(5) Joseph Smith nasceu em 23 de dezembro de 1805, em Sharon, Vermont. Faleceu em 27 de junho de 1844 em Carthage, Illinois, às mãos de uma turba enfurecida.

(6) Xeque-mate - No jogo de xadrez é a jogada em que o rei do adversário é atacado e não pode escapar, esta jogada põe fim à partida com a derrota do jogador que o recebe.

(7) Felipe Belo - (Rei Felipe IV – 1268 a 1314), após acusar os templários de heresia, tentar pela força extinguir a organização, condena seus dirigentes à morte nas fogueiras da inquisição e expulsa da França os judeus.

(8) Clemente V – (1264 a 1314) Eleito Papa graças a um pacto selado com o então rei da França Felipe, o Belo, juntos condenaram a morte todos os cavaleiros templários sob falsas acusações de blasfêmias e heresias.

(9) D & C 135:3 – “Joseph Smith, o Profeta e Vidente do Senhor, com exceção só de Jesus, fez mais pela salvação dos homens neste mundo, do que qualquer outro homem que jamais viveu nele. No curto espaço de vinte anos trouxe à luz o Livro de Mórmon, o qual traduziu pelo dom e poder de Deus, e fez com que fosse publicado em dois continentes; enviou a plenitude do evangelho eterno, nele contido, aos quatro cantos da terra; recebeu e publicou as revelações e mandamentos que compõem este livro de Doutrina e Convênios, e muitos outros sábios documentos e instruções para o benefício dos filhos dos homens; ajuntou muitos milhares de Santos dos Últimos Dias, fundou uma grande cidade, e deixou fama e nome que não podem ser destruídos. Viveu grande e morreu grande aos olhos do Senhor e de seu povo; e como a maior parte dos ungidos do Senhor dos tempos antigos, com o seu próprio sangue selou a sua missão suas obras; assim também o seu irmão Hyrum. Em vida não foram divididos e não foram separados na morte!”

(10) John Taylor foi o terceiro Presidente da Igreja e também era Maçom.

(11) Glen Cook é um Mórmon formado em direito que atua na área de defesa penal em Salt Lake. Cook é formado pela Universidade Brigham Young.

(12) Deseret News - http://www.deseretnews.com/article/1,5143,695265549,00.html

(13) Joseph Smith foi apresentado à augusta ordem por Mestre Abraham Jonas, sendo iniciado como um Aprendiz no dia 15 de março de 1842 e, no dia seguinte foi elevado nos Graus da Arte Real. Ele foi martirizado em uma Prisão de Cartago no dia 27 de junho de 1844.

(14) Brigham Young era membro do Quorum dos Doze Apóstolos, foi iniciado quando Joseph Smith ainda estava vivo. Young foi iniciado nos mistérios dos Pedreiros Livres na Loja de Nauvoo, em 4 de julho de 1842, foi elevado em 4 de agosto de 1842 e exaltado em 4 de setembro de 1842. De acordo com os registros da Loja, Joseph Smith estava presente aos 1º e 3º destes graus.

(15) Heber C. Kimball era um novo convertido à Igreja que se tornou um membro do Primeiro Quorum dos Doze Apóstolos sob a direção de Joseph Smith e também foi conselheiro de Brigham Young. Kimball foi iniciado em Winner, Município de Ontário, NY em 1825. Ele foi preparado para o Capítulo do Arco Real em Canadaigua, NY em 1826, não sendo concretizado devido o sentimento anti maçônico estimulado pelo caso Morgan que ocasionou o fechamento da maioria das Lojas naquela região do país. Kimball desenvolveu várias funções na Loja de Nauvoo.

(16) Parley P. Pratt foi iniciado na Loja de Nauvoo em 7 de outubro de 1843, Elevado 13 de julho de 1843 e Exaltado em 30 de julho de 1844.

(17) Hyrum Smith, irmão do profeta, serviu como patriarca da Igreja depois da morte de seu pai, que também era Maçom. Hyrum era filiado da Loja Monte Moriah em Palmyra, Município de Ontário - NY. Ajudou a fundar a primeira Loja de Nauvoo onde serviu como Venerável Mestre de 10 de novembro de 1842 a 27 de junho de 1844 tendo encerrada sua trajetória quando covardemente assassinado em Cartago ao lado de Joseph Smith.

(18) Newel K. Whitney, um próspero comerciante que se uniu a Igreja no inicio de 1830. Foi ordenado Bispo pelo Profeta Joseph Smith para presidir sobre os Santos de Ohio e os Estados Orientais. Whitney foi iniciado na Loja Orbe, em Painesville, Ohio. Ele serviu depois como Tesoureiro da Loja de Nauvoo.

O LIVRO DE MÓRMON

by Valfredo Melo e Souza


O autor deste texto (Valfredo Melo e Souza) é Maçom, mais não é membro de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias

Este texto foi publicado originalmente na Revista Palavra Maçônica, da Editora Cinzel. Em junho/2007

De tantos quantos, já conheci um Livro da Lei de rara presença nos juramentos maçônicos, e inédito por essas plagas – é o Livro de Mórmon. Temos irmãos mórmons? Não os conheço. O Sagrado Livro, também apelidado de “Um outro Testamento de Cristo”, conheço.
É um resumo histórico dos anais do povo de Néfi e dos Lamanitas, remanescentes de Israel. Conjunto de doutrinas e práticas dos Mórmons, religião surgida em meio ao cristianismo norte americano. A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, fundada em 1830 no Estado de Nova York, condado do Ontário, por Joseph Smith, nascido em 1805, em Vermont.
Em 21 de setembro de 1823, um anjo apareceu a Joseph Smith revelando-lhe onde poderia encontrar um antigo relato escrito por um profeta chamado Mórmon, gravado em três placas de ouro com caracteres egípcios, junto com duas lentes decodificadoras, Urim e Tumim.
Anos de orações se sucederam e foi encontrado, finalmente, o tesouro. A narrativa está hoje vertida para o que se chama de livro de Mórmon, um conjunto de quinze livros em forma de Testamentos: Néfi (4), Enos, Jacó, Jarom, Omni, Mórmon (2), Mosiah, Alma, Helamã, Éter e Moroni.
A doutrina apresenta-se como a restauração dos costumes patriarcais do Velho Testamento. A poligamia [era] é um dever religioso. Espera-se a volta de Jesus Cristo. Os profetas [principais] são Mórmon e seu filho Moroni. A narrativa conta que dois mil antes de Cristo, uma tribo judaica imigrava para a região onde hoje é a América do Norte e que fora visitada por Jesus Cristo após a ressurreição, onde ele erigiu um templo e escolheu doze novos apóstolos. No ano de 320 de nossa era foram aniquilados. Mórmon profetizou que um descendente de José filho de Jacó, restabeleceria o culto. E assim foi.
No ano de 1846, Smith e seu irmão Hyrum morreram em uma prisão de Cartago. Liderados por Brigham Young, os mórmons se estabeleceram na Califórnia, em 1847. Em 1871, foram admitidos na União Americana com a condição de aceitarem as leis da Confederação.
Isto implicava o abandono da prática de poligamia, que permaneceu sendo utilizada ocultamente [por dissidentes]. Young, faleceu em 1877, [deixando várias viúvas] e cerca de cinqüenta e seis filhos. A discutida Teologia Mórmon, afirmando-se trinitária e anti heresiarca e negando a corrupção da natureza humana, assenta-se especialmente na crença do milênio (reinado terrestre divino com essa duração), na restauração de Israel, na perpetuidade da revelação dos dons da profecia, cura divina, operação de milagres e visões.
O registro antigo, assim saído da terra como se fosse á voz de um povo falando do pó e traduzido para a linguagem moderna pelo dom e poder de Deus, conforme consta da afirmação divina foi publicado pela primeira vez e dado a conhecer ao mundo em 1830. Conhecido como o Livro de Mórmon, possui origem naquelas placas encontradas em um monte perto da Vila Manchester, condado de Ontário, no Estado de Nova York.
As Placas de Néfi são dedicadas à história secular dos povos em questão e aos demais registros sagrados. As de Mórmon são comentários e continuação da história, com posteriores adições feitas por Moroni, seu filho. As de Éter, contando a história dos Jareditas, cujo resumo foi feito por Moroni.
Para a história completa, veja “Pérola de Grande Valor” e “História da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias”, volume primeiro, capítulo um a seis.
Bem-vindos sejam os Mórmons à Maçonaria!

TEMPLO: SECRETO OU SAGRADO?

by Cesóstre Guimarães de Oliveira
cesostre@hotmail.com


Desde o início da Gênese humana, podendo esta ser explicada pelas teorias criacionistas, evolucionistas ou outras que você venha a aceitar, temos construído lugares de adoração aos deuses, são locais onde se cumpre rituais de adoração segundo a fé de cada um. Com nós mórmons não poderia ser diferente, temos construído verdadeiros locais sagrados onde cultuamos ao Deus Criador do Universo. De prumo na mão farei uma análise superficial sobre nossas crenças, que se comparadas ás tradições católicas, protestantes, e outros seguimentos religiosos divergem naquilo que apontamos como certo, e como que se desejassem contradizer minhas palavras, se alistam em semelhanças incontáveis. Os questionamentos mais freqüentes que nos fazem têm relação com os rituais praticados em nossos Templos, nos é comum ouvir alguém perguntar se existe alguma similaridade entre o que fazemos hoje e o que era feito no antigo Templo de Salomão. Antes da resposta, preciso esclarecer que esta pergunta é comum tanto aos mórmons quanto aos maçons, e que devido á natureza sagrada dos convênios realizados nos templos de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, e aos juramentos que fiz quando iniciado na Maçonaria não me aprofundarei ao ponto de detalhar as cerimônias lá realizadas, estarei apresentando minha opinião sobre este tema, sem violar o sagrado, sem tencionar profanar o que é puro. Mais uma vez escrevo tencionando desbastar a pedra bruta da ignorância, este meu novo texto não será uma escrita diferente dos anteriores quando abordei a relação mórmons maçons, é uma tentativa de responder algumas das perguntas feitas com mais freqüência a nós mórmons maçons.
Neste primeiro momento estarei a falar dos convênios feitos (hoje) nos templos de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, desejo que entendam que esses convênios já faziam parte das primeiras cerimônias que no principio foram reveladas a Adão. Recomendo a você que ao pesquisara história das ordenanças realizadas nos templos dos mórmons, deve entender que estas cerimônias seguem o mesmo padrão daquilo que foi entregue aos cuidados de Adão na primeira dispensação, e a Joseph Smith nesta última dispensação em que vivemos, ressaltando ainda a importância daqueles que têm se sucedidos à frente de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Desde Adão nada foi adicionado ou retirado sem que a vontade expressa de Deus tenha se manifestado, mesmo quando Deus ordenou estas sutis alterações à essência permaneceu intocável. Dentre os primeiros líderes mórmons a terem contato com as ordenanças do templo pós Profeta Joseph Smith, destaco o Presidente Brigham Young, “o Moisés americano”, ele recebeu suas primeiras instruções em um lugar improvisado, na parte superior da loja comercial de Joseph. Foi ali que Brigham Young pode compreender que realmente algo grandioso estava acontecendo, e que ele fazia parte de tudo isto.
Ao longo dos anos, mais e mais pessoas tem ido ao templo para realizar convênios somente realizáveis nestes locais. Por questões que considero secundárias, algumas, poucas alterações tem sido feitas na forma como são transmitidas e ratificadas as ordenanças do Templo, estas alterações em nada me incomodam, mas parecem ser o prato preferido dos anti-mórmons que a qualquer custo tentam anular o sagrado transformando-o em profano. Como desconheço alguma explicação oficial por parte da Igreja, falarei a partir de minha ótica, deixo claro que não falo em nome de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, o que digo não ouvi de meus líderes, são impressões minhas, concluídas a partir daquilo que tenho pesquisado, havendo divergência entre minha fala e a de meus líderes, entenda minhas afirmações como equivocadas, desconsidere-as.
Fez-se necessário que algumas partes dos rituais do Templo tivessem que ser removidas ou editadas porque existiam alguns equívocos na sua compreensão por parte de alguns membros da Igreja. Nem todos entendiam as conseqüências simbólicas contidas em algumas expressões ou sinais. Inclusive alguns tomavam por literal aquilo que se referia ao espiritual, em função disto, os anti-mórmons usavam (e ainda usam) esta falta de compreensão para atacar a fé dos mais fracos. Se você fizer uma rápida pesquisa pela internet notará a riqueza de literatura onde estão expressas as opiniões daqueles que não conformados com o surpreendente crescimento de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias nos tratam como se fossemos seus concorrentes comerciais, não entendem que não visamos nenhum lucro material, inclusive, devotamos a Deus todos os créditos das conquistas, estes que nada sabem sobre nós destacam em suas longas falas, afirmações difamatórias dizendo que as cerimônias do templo, anterior ao ano de 1990, continham juramentos que se violados teriam a “morte como penalidade", eles dizem ainda “os mórmons o matarão se abrir a boca”. Isso é obviamente uma acusação totalmente falsa, eles não compreendem que os rituais do Templo são espirituais, como também são suas conseqüências. Ao falar de morte estamos a nos referir a uma morte muito mais dolorosa, aquela morte que afasta o homem definitivamente de Deus, a morte espiritual.
Surpreende-me a postura de alguns cristãos que se alinham de forma a gerar invejas nos antigos inquisidores medievais, eles ignoram fatos históricos unicamente para agredir a nós mórmons, nos acusam de havermos feito copias de certas seitas pagãs na elaboração de nossa teologia. A acusação mais comum feita por este “Santo Ofício” moderno, é a que diz: “Joseph Smith roubou da Maçonaria os rituais praticados nos templos”. Por várias vezes já tenho escrito sobre isto, não houve cópia, o profeta não plagiou a Maçonaria. A explicação que apresento para algumas semelhanças entre as partes é que ambos beberam na mesma fonte, os dois estavam juntos no Templo de Salomão.
Se estes acusadores dedicassem mais tempo ao estudo da história do cristianismo entenderiam realmente como Satanás tem tentado copiar tudo aquilo que é sagrado, e foi estabelecido pelo Senhor Jesus Cristo para sua verdadeira Igreja. É um projeto de Satanás desacreditar o Plano de Salvação elaborado por Deus, e aprovado por nós quando ainda na pré-existência. Os desatentos não notam as guerras e as calamidades, não notam que a antiga serpente, a estrela da manhã que declinou tem tentado fazer a humanidade crê que ele não existe, pois obtendo sucesso nisto, fica fácil aniquilar a existência de Deus, daí surge à pergunta: como Lúcifer faz isto? É simples, para você destruir uma verdade, tão somente a mescle com mentiras, é assim que ele procede.
Devemos ter em mente que o principal alvo dos ataques de Satanás não somos nós, mas sim, o Senhor Jesus Cristo, já que destruindo a credibilidade do salvador ele destrói o Plano de Salvação que aprovamos na pré-existência, então nada mais obvio que para desacreditar Jesus Cristo, Satanás crie salvadores antes mesmo do Filho de Deus trilhar a terra. Farei agora uma rápida descrição de como isto tem acontecido, para que você possa perceber como o maior inimigo do Plano de Salvação trabalha.

a) Mitra, um lendário homem adorado como deus, nasceu 1200 a.C de uma virgem; foi batizado por imersão; seguido por 12 apóstolos; operou milagres; morreu crucificado; ressuscitou ao terceiro dia; seus seguidores o chamavam de “A Verdade”, “A Luz”; e acreditavam que ele havia “vindo ao mundo” para lavar os pecados da humanidade.

b) Attis um deus (da Frígia) contemporâneo de Mitra; nascido de uma virgem; crucificado, morreu e foi enterrado, ressuscitando no 3º dia.

c) Krishna um deus (da Índia) nasceu 900 a.C da virgem Devanaguy; uma estrela avisou seu nascimento; operou vários milagres; morreu e ressuscitou.

d) Dionísio um deus (da Grécia) nasceu 500 a.C de uma virgem; transformou água em vinho; seus seguidores o chamavam de Rei dos reis, Alfa e Ômega;morreu e ressuscitou;

Aquele que um dia tentou destruir nosso livre arbítrio é o mesmo que copia o sagrado para convertê-lo em profano, seu objetivo é destruir a verdade, ele as mescla com mentiras, deturpa verdades eternas, e após mesclá-las oferece ao homem, que agradecido recebe tudo que é mau como se fosse bom. Não existe nada nos ensinamentos de Satanás que não seja uma farsa, uma adulteração de algo que antes era uma verdade divina.
Mas, “ele” sozinho não consegue fazer estas manipulações, precisa da ajuda de alguém, é neste ponto que se nos apresentam as tentações. Ao ler A Pérola de Grande Valor aprendemos que Caim falava com Deus, portanto, nada mais lógico concluir que ele também foi instruído nas ordenanças do templo na mesma forma que os outros membros da família. Ele conhecia as cerimônias do templo e as compreendia. Mas, similar a muitos outros filhos de Deus, ele fez sua opção por Satanás, então, Caim saiu da presença de Deus, por isso não me surpreendo ao encontrar cópias (adulteradas) das cerimônias do templo nos rituais dos vários outros seguimentos religiosos, alguns bem mais antigos que o próprio cristianismo.
Pesquisando com esmero você notara espalhados por todos os seguimentos religiosos do mundo resíduos dos rituais como originalmente ensinados a Adão. Até mesmo no catolicismo encontramos similaridades com normas ou rituais tão conhecidos de nós mórmons. Somente para ilustrar minha fala cito como exemplo:

a) Ao ser escolhido um novo Papa sua primeira decisão é assumir um novo nome pelo qual deverá ser reconhecido por todos;

b) Todos os padres usam vestimentas especiais por ocasião das celebrações e outras liturgias. Segundo afirma a teologia católica, estas vestimentas, estão relacionadas ao sacerdócio do qual os padres são detentores;

c) É comum nas igrejas católicas o uso de “água benta” aspergida sobre os fiéis, esta é uma clara alusão ao ritual da ablução.

Ao citar estes exemplos não o faço com o intuito de agredir a fé de meus irmãos, mas sim para alertar do risco que se corre ao empunhar a espada de justiceiro para combater o sagrado como se este fosse profano. Os cultos satânicos, (ou influenciados por Satanás), deturpam as verdades de Deus tomando como base as ordenanças sagradas do Templo, seu único objetivo é afastar o homem da Deidade, ele age de forma tão sutil que este distanciamento algumas vezes não é notado.
Fico surpreso ao ver que alguns de meus irmãos mórmons desconhecem por completo nossa história, prendem-se unicamente a leitura curricular desprezando verdadeiros rincões de conhecimentos como que se estes livros guardassem segredos indesejados. Por desconhecer os fatos históricos meus irmãos mórmons vêem na Maçonaria um inimigo que deve ser combatido ao estilo dos cavaleiros medievais, “até a morte”. Estes pseudos iconoclastas têm buscado até mesmo no livro de Mórmon justificativa para sua incompreensível ojeriza, sentimento este que deixaria até mesmo o profeta Joseph Smith e outros mórmons maçons do passado boquiabertos. Estes tutores do preconceito lançam mãos de expressões e textos isolados para justificar seus ataques à Maçonaria, comumente valem-se da expressão “combinações secretas” (largamente citada no Livro de Mórmon), como que se a Maçonaria se enquadrasse neste contexto. Os que assim pensam demonstram total desconhecimento até mesmo do contexto Mórmon das escrituras, audaciosamente dão novas interpretações àquilo que exaustivamente já foi explicado. Abaixo cito dois exemplos de combinações secretas, para que você entenda que esta expressão nada tem haver com a Maçonaria;

a) Máfia (é uma organização criminosa secreta, fundada na Itália no século XIX sob a alegação inicial de garantir a segurança pública, posteriormente ela se expandiu por todo o mundo, inclusive Brasil. Seus membros são acusados de participação em numerosos crimes, entre os quais; tráfico de drogas, prostituição, contrabando (de bebidas e outros), assassinatos, etc. O termo máfia se tornou sinônimo de crime organizado);

b) Ladrões de Gadiânton (grupo de ladrões que habitou nas Américas por volta de 29 a 23 a.C. Aos que pertenciam a este bando eram revelados seus segredos de iniqüidades e suas abominações, e eram impostas duras penalidades aos supostos traidores, inclusive, pena de morte, estas regras foram estabelecidas por Gadiânton, de quem o grupo herdou o nome;

Em qualquer um destes grupos existe a ameaça real, (não simbólica), de morte a quem revelar seus segredos, ou até mesmo tentar sair do grupo. Uma vez que se ingressa em uma destas sociedades secretas jamais será permitida a saída, já que existe o temor de que aquele que tentar sair venha a revelar seus segredos.
Aqueles que têm tentado associar Maçonaria a estes grupos secretos e satânicos agem motivados pelo preconceito que é alimentado pelo desconhecimento do contexto maçônico e isto os faz procederem de forma tão injusta. Maçonaria não é secreta, é sigilosa, assim como as ordenanças do Templo (Mórmon) são sagradas e não secretas. Todos os compromissos assumidos com a Maçonaria são voluntários e simbólicos, ninguém será literalmente morto por revelá-los, nem tampouco ninguém estará obrigado a continuar participando dos rituais maçônicos contra sua vontade... Talvez a lenda de que um Maçom jamais poderá abandonar a Maçonaria tenha ligações com nossas convicções, quando uma delas diz simbolicamente, “uma vez iniciado, iniciado para sempre”. Aos desatentos, informo que ninguém estará obrigado a permanecer na Maçonaria caso não seja seu desejo. Pesquise na internet e descobrirá vários “ex-maçons” que hoje, inclusive são nossos maiores perseguidores e, vivem suas vidas tranquilamente sem sofrer nenhuma represália por parte da Maçonaria.
Alguns dos que tentam associar Maçonaria ao satânico, também tentam da mesma forma associá-la A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, a intenção é matar dois coelhos com uma só cajadada, acusam-nos (nós mórmons) de havermos copiado os rituais da Maçonaria para estabelecer os sagrados convênios do Templo, este pensamento destoa da verdade. Por várias vezes já tenho abordado esta temática, portanto considero desnecessário mais uma vez retornar a este tema, fica valendo o que já disse antes: “A Maçonaria e a Igreja de Jesus Cristo beberam em uma mesma fonte, tiveram um encontro no Templo do Rei Salomão, e um desencontro em Nauvoo, daí as semelhanças.”
Mas é claro que os contrários a nós mórmons e a Maçonaria jamais estarão satisfeitos, em seu frenesi quase eterno, buscam imaginários paralelos entre as doutrinas do Templo e os rituais da Maçonaria. Agindo motivados por um desvairo compulsivo tentam encontrar algo satânico na Maçonaria, ou até mesmo qualquer coisa que possa não parecer sagrado nos convênios que fazemos na casa do Senhor, a estes que assim procedem deixo a recomendação de Gamaliel aos que perseguiam os ensinamentos dos primeiros Apóstolos – “Dai de mão a estes homens, e deixai-os, porque, se este conselho ou esta obra é de homens, se desfará, Mas, se é de Deus, não podereis desfazê-la; para que não aconteça serdes também achados combatendo contra Deus.” (Atos dos Apóstolos 5:38,39.
Ao fazer uma sucinta abordagem acerca da Casa do Senhor, fiz usufruindo dos meus privilégios de membro comum da Igreja. Compartilho com todas as pessoas meu testemunho declarando que aceito Jesus Cristo como único Salvador da humanidade, fora dele o homem estar só e perdido, declaro aceitar também que o Senhor tem revelado aos seus servos Profetas somente aquilo que julga necessário a restauração do sagrado. Em nenhum momento minha intenção foi expor ao ridículo ou depreciativo as sagradas ordenanças que um dia fiz, e a cada ano renovo na Casa do Senhor, se fui sucinto quando da abordagem dos convênios no templo, o fiz por puro zelo. Lembro a todos os membros que esta é a maneira correta de tratar algo tão sagrado. Se parecer que fui omisso ao falar destes convênios, fiz isto não por que estes convênios sejam secretos, mas porque são sagrados. Somado a meu testemunho deixo a todos meu convite de que venham a Cristo e sejam perfeitos nele. Deixo estas palavras em nome do (único) redentor da humanidade, Jesus Cristo o filho amado de Deus. Amém.




BIBLIOGRAFIA


A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias – A Pérola de Grande Valor
José Reis Chaves - A Face Oculta das Religiões: uma visão racional da Bíblia.
Pedro Luiz Mangabeira Albernaz - Em busca de Deus.

MORMONISMO, MAÇONARIA – TEMPLOS, DIFERENÇAS E SEMELHANÇAS

by Cesóstre Guimarães de Oliveira
cesostre@hotmail.com


“Pretendemos o privilégio de adorar a Deus Todo-Poderoso de acordo com os ditames de nossa própria consciência; e concedemos a todos os homens o mesmo privilégio, deixando-os adorar como, onde ou o que desejarem.”
(Joseph Smith - 11º Regra de Fé)


Ao iniciar esta resenha, faço, lembrando a meu leitor que sou um Mórmon Maçom, por isso, em alguns momentos você deverá notar que falo tanto como se pertencesse a uma organização, quanto a outra, todavia, a essência da escrita em nada será prejudicada já que meu interesse é tão somente desmistificar o profano e exaltar o sagrado, trazendo luz e verdade a um tema tão discutido e temido por leigos e eruditos. A você que resolveu se aventurar em minha escrita, meu conselho é... “Leia, e só então tire suas conclusões.
É quase inevitável, ao pesquisar sobre a relação Mórmons Maçons não nos questionarmos sobre a possibilidade de haver alguma relação entre os rituais praticados nos templos dos maçons e as cerimônias realizadas nos templos dos mórmons. Algumas vezes tenho me deparado com escritos daqueles que discordam dos pensamentos e doutrina Mórmon, pessoas que levianamente acusam o Profeta Joseph Smith de haver “tomado emprestado” elementos da Maçonaria para desenvolver as cerimônias do templo. Mas, qualquer um que resolva pesquisar, mesmo que seja de forma superficial, concluirá que o “Endowment”, estar mais relacionado com as escrituras, (especialmente os livros de Abraão e de Moisés), e tradições “coptas” do que com os rituais da Maçonaria. Nós Santos dos Últimos Dias acreditamos ser verdade, e é, que as cerimônias do templo na forma em que as temos hoje, nada mais são do que a consolidação de antigas praticas religiosas dos predecessores e precursores do cristianismo. “Sua possível semelhança com rituais maçônicos deve-se a um ocasional encontro na história da humanidade, a Maçonaria um dia bebeu na mesma fonte doutrinária de onde jorrou o cristianismo.” Qualquer um que esteja despido de preconceito, sentimento este tão pernicioso a inteligência e ao bom senso, resolva pesquisar este tema, facilmente notará que os dois tomaram rumos diferentes na história da humanidade. Enquanto a Maçonaria parece estar preocupada em preparar o homem para se tornar melhor neste plano de existência, as doutrinas de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias enfatiza a necessidade de uma mudança de vida no agora, para que se obtenha uma vida melhor no vindouro, um não ameaça o outro, na verdade ambos conciliam objetivos e metas, por isto não considero apropriado desencorajar aqueles que desejam se aprofundar em conhecimento na busca das origens das duas instituições.
Ao investigar as cerimônias realizadas nos templos mórmons, em combinação aos rituais maçônicos, o pesquisador que previamente tenha desenvolvido antipatia a um dos dois, ou a ambos, analisa tudo com desmedida desconfiança, age como que se as diversas formas de cerimônias consideradas sagradas não tenham surgido com o primeiro homem. Aos evolucionistas lembro Waldomiro O. Piazza quando diz: “Outro indicio da religiosidade do homem do paleolítico é a sua manifestação artística, evidenciadas pelas pinturas encontradas em cavernas.” As cerimônias que antes eram puras e sagradas, com o passar das eras sofreram influencias do meio e foram modificadas paulatinamente, mesmo assim conservaram sua essência sobrevivendo até nossos dias.
Esses rituais de alguma forma chegaram aos egípcios, e embora desvirtuados (conforme concepção moderna), eram por eles praticados. Ao chegar no país de Amon-Rá, Jacó e sua tribo se deparou com estes rituais. A história registra que além dos judeus e egípcios, também os cristãos coptas, e maçons medievais inseriram estes rituais em seus contextos. E, agindo como que estivesse a copiar um modelo inefável, procederam da mesma forma os elaboradores da liturgia católica e mais tarde da liturgia protestante. Reclamo como prova de minhas afirmações, algumas características comuns as religiões pré-cristãs com presença tão marcante em nossos dias, dentre estas, chamo a atenção para:



a) O uso de vestuário especial;



b) Uma forma ritualística de se proferir discursos;



c) A dramatização de um acontecimento na intenção de sintetizar a doutrina;



d) Instruções doutrinárias;



e) Uso de gestos simbólicos, (onde destaco este último como padrão comum a todos).



Em meio a tanta simbologia, como que servindo de modelo a todos, encontramos no “Livro Egípcio dos Mortos”, textos contendo orações, registros de uma viajem pós-morte, instruções com a concessão de expressões e sinais peculiares na preparação do homem carnal para a morte física, já que quando ela (a morte) chegar, o falecido terá que passar com êxito pelas sentinelas dos deuses que guardam a entrada da morada eterna. Embora em alguns momentos estas cerimônias contenham diferenças significantes, os paralelos são gritantes e nos conduzem a uma reflexão que aponta para a possibilidade de uma mesma fonte inspiradora comum a todos.
O Livro dos Mortos aborda de forma lúcida seis temas principais:



a) Ênfase na preservação de parte essencial de um rito;



b) Purificação do iniciado (completada com uma unção, lavagem dos pés, e vestes específicas);



c) A Criação, onde se faz um relato minucioso da origem da vida, (inclusive detalhando a esperança de ressurreição);



d) A existência de um jardim (tendo ao centro uma árvore sagrada que de alguma forma, através de seus frutos, após uma refeição ritualística, se obterá redenção;



e) Várias viagens ritualísticas;



f) Redenção final, (após ser interrogado pelo deus Hórus (ou Heru-sa-Aset) o falecido terá permissão de entrar no céu e estará na presença dos deuses).



Espero que meus irmãos de fé (mórmons) não me compreendam mal quando afirmo que essas antigas cerimônias contidas nos pergaminhos egípcios têm paralelos em nossos templos. Os rituais do Templo apresentam semelhanças inquestionáveis quando os comparamos aos rituais egípcios, isto também não quer dizer que o Profeta Joseph Smith tenha copiado os rituais dos antigos construtores e os tenha transformado nos Endowments Sagrados ritualisticamente praticados em nossos Templos.
Nesta minha fala estou a sugerir que tanto os ritos maçônicos quanto os praticados nos Templos Mórmons são herdeiros de uma verdade outrora perdida, e posteriormente resgatada em sua forma pura e perfeita pelo Profeta de Deus. Entendo que ao se transferirem para o país dos faraós os judeus não levaram apenas suas cabras, tendas, e jóias. Levaram também suas crenças e tradições. Não houve cópia de um ritual nem por parte dos egípcios, e nem por parte dos descendentes de Jacó, acredito na desvirtuação de uma verdade outrora comum a todos. Aos que alegam que muitos destes rituais já existiam antes mesmo da chegada de José ao Egito, faço saber a todos; nós membros de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias cremos literalmente ser a espécie humana de descendência adâmica, partindo desta premissa, cremos que um dia todos fomos instruídos na mesma verdade que outrora se perdeu.
A utilização de alegorias para se explicar uma idéia é farta nos textos sagrados dos diversos seguimentos religiosos, inclusive cristianismo. Embora não se possa, se quer pensar em enquadrar a Maçonaria no contexto religioso, posso dizer que as cerimônias realizadas em nossos templos (Maçom) também são alegóricas, são alusivas aos estágios da vida do homem.
Ao falar de Maçonaria é primordial a qualquer escritor tentar localizar seu momento natalício. Nesta busca por uma verdade que considero perdida, muito já foi escrito, muitas especulações já foram feitas, mas não existe nenhum consenso quanto a isso. Alguns historiadores aceitam como local de nosso “nascimento” o Templo de Salomão, outros apontam para Enoque e sua cidade retirada da terra, outros mais afoitos tentam localizar em Adão o mentalizador da fraternidade, e ainda existem aqueles com idéias mais inovadoras que defendem a ferro e fogo que a Maçonaria nasceu na Idade Média, nos canteiros de construção das antigas catedrais, a partir das necessidades dos pedreiros preservarem suas técnicas de construção. Fiz este aparte sobre a origem da Maçonaria para que meu leitor melhor assimilasse minha próxima fala.
Embora nesta nova dispensação a restauração das ordenanças sagradas se reporte a Kirtland e Nauvoo, nós Santos dos Últimos Dias cremos que as ordenança do Templo são tão antigas quanto o próprio homem, e que a essência do evangelho de Jesus Cristo foi primeiramente revelado a Adão. Posteriormente estas verdades foram reveladas a Sete; Noé; Melquisedeque; Abraão, e a cada um dos profetas conforme a dispensação. Nós, Santos dos Últimos Dias, cremos que as ordenanças realizadas hoje em nossos templos são réplicas fidedignas destes rituais.
Não copiamos a Maçonaria, não copiamos os rituais egípcios, não tomamos parte no movimento de reforma protestante, as ordenanças realizadas em nossos templos são de propriedade exclusiva do Senhor Jesus Cristo e Ele as restaurou através de seu Profeta Joseph Smith.
Todos, principalmente os Santos dos Últimos Dias, devem entender que a filosofia e os grandes princípios da Maçonaria não são incompatíveis com a teologia e a doutrina Mórmon. Tanto a Maçonaria quanto A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias enfatizam a moralidade, o sacrifício, a consagração, e o serviço. Ambas condenam o egoísmo e a cobiça. Além disso, o objetivo do Ritual Maçônico é tornar a verdade tão disponível ao homem quanto ele possa suportar adquirir.
Aqueles que discordam da fé Mórmon tentam a qualquer custo provar a existência de possíveis semelhanças entre os dois rituais, como que se suas próprias vidas dependessem disto, é claro que a intenção final é tão somente desacreditar o Profeta Joseph Smith como restaurador de antigas e perdidas doutrinas cristãs, e assim destruir aquilo que alguns pejorativamente chamam de “seita mórmon”.
Para atender suas necessidades, os inimigos do Evangelho Restaurado, agindo como insaciáveis hienas famintas não notam que as semelhanças existentes entre os dois rituais estão limitadas a uma pequena percentagem de ações e palavras, na verdade, se estes pesquisadores fossem mais atentos teriam notado que o Endowment tem mais semelhanças com os textos coptas que com a Maçonaria. Mesmo quando comparamos os dois rituais, levando em conta o simbolismo, notamos que os significados são diferentes. Talvez a mais forte semelhança entre ambos esteja limitada a explicação da criação e da vida, da obrigação existente dos participantes fazerem convênios, ou juramentos. No entanto, destaco que as Investiduras, ou Endowments, feitos pelos mórmons são convênios realizados reclamando-se a devida autoridade do Sacerdócio, que se honrados estes convênios, conduzirão o fiel a bênçãos eternas provenientes do Senhor Jesus Cristo. Enquanto que na cerimônia maçônica não se reclama autoridade do sacerdócio para realizá-la, nem tampouco, ninguém reclama para si o direito de representante de Jesus Cristo, ou qualquer outra divindade, para agir. A participação ativa de Deus no mundo e na vida dos homens é uma característica do templo mórmon que não encontra paralelos na Maçonaria. Outra diferença que posso destacar aqui, é que a Maçonaria crê em um Deus indefinido, impessoal, a quem universaliza chamando-o de “Grande Arquiteto do Universo”, contrário aos ensinamentos dos Santos dos Últimos Dias que atribui os rituais de Endowments a Deus, que é um personagem real e físico, é o Pai eterno. No mormonismo todos necessitamos aprender que os Endowments direcionam nossos olhares para a eternidade, e seu objetivo é nos preparar para viver eternamente com Deus e desfrutar da vida eterna.
A Maçonaria é uma sociedade fraterna, nada, além disto. Não pode nem deve ser comparada a uma religião. Em seu ritual todas as promessas, juramentos e convênios são feitos entre os membros da fraternidade. Nos templos (Mórmon) todos os convênios são feitos entre os indivíduos e Deus. Na maçonaria, todas as penalidades ou condenações acontecem em consonância com as regras da Fraternidade ou voto dos filiados. No Endowment, só Deus é o juiz, e tudo acontece conforme seus desígnios. Na Maçonaria, os graus atingidos são de grande importância, enquanto que no templo mórmon não existem distinções, todos os participantes são colocados em pé de igualdade perante Deus. Outra diferença que caracteriza a ambas as organizações é o confronto entre o bem e o mal, incluindo o papel do demônio que é bem definido e claramente retratado quando do recebimento dos Endowments, mas, em contra partida, tudo isto é completamente inexistente nos ritos maçônicos.
As cerimônias do Templo enfatizam a salvação para os mortos através dos trabalhos vicários, enquanto que nada no Ritual Maçônico permite ou sequer sugere a necessidade de se agir em nome dos mortos. Nos rituais do Templo Santos dos Últimos Dias as mulheres participam sob todos os aspectos, de todas as ordenanças. Na Maçonaria, embora existam organizações femininas auxiliares, o ritual maçônico as exclui das praticas ritualísticas.
Considero um grande diferencial entre as duas organizações a inclusão das mulheres nas práticas rituais do Templo (Mórmon). O ritual Mórmon tem seu ápice na união eterna do marido a sua esposa e filhos, formando assim uma longa corrente de famílias eternas. Na Maçonaria não existe nenhum paralelo, nada que possa ser comparado a este ensinamento Mórmon.
Eu, quando um Mórmon, vejo os templos maçons fundamentalmente diferentes da forma como são os templos Mórmons.
Eu, quando um Maçom ao me deparar com as semelhanças existentes entre os rituais do templo e os rituais maçônicos, compreendo serem apenas resíduos de uma antiga origem em comum.




APENDICE


ENDOWMENT – Ordenança especial (ou um rito sagrado) realizado nos Templos de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias.
Quando do recebimento dos Endowments, a pessoa é ensinada sobre algumas doutrinas sagradas, podendo então participar dos ritos, e fazer convênios, ou promessas, com o Senhor. Só participam de sessões de Endowments membros adultos da Igreja, considerados dignos e conscientes de seus compromissos.

COPTA – Cristãos que por volta do Século II viviam no Egito, e adotavam o *monofisismo como regra de fé, e foram condenados pelo Concílio de Calcedônia realizado em 451 d.C.

*Aceita Jesus Cristo como completamente divino, sem heranças humanas.

RITO/RITUAL – Conjunto de regras e cerimônias de caráter sacro ou simbólico que segue preceitos estabelecidos.

KIRTLAND/ NAUVOO – Respectivamente as duas cidade americanas onde foram construídos os dois primeiros Templos, com o objetivo de conceder Endowment.




BIBLIOGRAFIA


Bíblia, Almeida Corrigida e Revisada – Genesis 46:5;8;26
Boucher, Jules. A Simbólica Maçônica. Editora Pensamento, 1899
Hornung, Erik, traduzido por Lorton, David. O Antigo Livro Egípcio dos Mortos
Ivins, Anthony W. A relação entre "mormonismo" e Maçonaria. Salt Lake City, 1934.
Madsen, Truman G., ed. O Templo na Antigüidade. Provo, Utah, 1984.
Nibley, Hugh W. A Mensagem de Joseph Smith - Papiro: Um Endowment egípcio. Salt Lake City, 1975.
Oliveira, Cesóstre G. Os Construtores de Templos – Os Mórmons e a Maçonaria, http://www.4shared.com/get/65140167/328d8922/Os_Construtores_de_Templos_-_Os_Mormons_e_a_Maonaria.html - em 04/05/2009
Packer, Boyd K. O Templo Sagrado. Salt Lake City, 1980.
Piazza, Waldomiro O. Religiões da humanidade, pág. 12, Editora Loyola, 1977.

...E EM NOME DE SÃO JOÃO, NOSSO PADROEIRO...

by Cesóstre Guimarães de Oliveira
cesostre@hotmail.com



Com freqüência quase desconfortável, sou questionado sobre minha relação com a Maçonaria. Em um e-mail que recebi, alguém que se diz meu irmão de fé pergunta: “Por que vocês maçons dizem ser São João o padroeiro da Maçonaria, e a qual dos joãos se referem quando assim falam”? Esta pergunta de aparência simples, mais muito capciosa, me conduziu a uma reflexão... Será que (todos) os maçons têm respostas para esta pergunta? Motivado pela curiosidade de um não iniciado, pude concluir que esta era uma interrogação que ainda não havia me ocorrido. Encontrar uma resposta tornou-se vital, sai em busca de esclarecimentos para nós dois. Nesta procura, que aconteceu de forma ávida, devorei as páginas de alguns livros, consultei sites especializados, fiz consultas por telefone àqueles mais esclarecidos no assunto... Com um propósito quase obstinado, elegi como algo fundamental para aprimorar meus conhecimentos, encontrar uma ligação entre São João e a Maçonaria.
Transbordando de alegria pueril, descobrir que existe farta literatura abordando o assunto, até mesmo mais do que eu supunha existir. Mas, embora tanta fartura literária possa ser comprovada, não posso afirmar que exista um consenso sobre o São João padroeiro da Maçonaria. A discordância quanto aos joãos é forte e “já deu muito pano para mangas de camisas”. Alguns afirmam ser nosso patrono, São João de Jerusalém(1) ou São João da Escócia, outros dizem São João Batista(2), e ainda tem aqueles que aceitam São João Evangelista.
Não sou pretensioso ao ponto de achar que detenho todas as verdades e respostas, inclusive, para questões tão antigas como a que indaga: “quais dos joãos é o padroeiro da Maçonaria, e como ou porque “Ele” teve seu nome ligado a Maçonaria”?
Antes de adentrar neste mérito, esclareço que diferente do contexto religioso, aqui, a expressão padroeiro, estar para Maçonaria, como Luís Alves de Lima e Silva(3), (o Duque de Caxias), estar para o exercito brasileiro, tão somente contextualizado como patrono, nada lembrando o sentido religioso da expressão Santo.
Inicialmente eu havia dito existirem divergências históricas levantadas pelos escritores maçons quanto aos joãos “padroeiros”, não tenciono escrever sobre cada um. Adotarei neste trabalho São João Batista como padroeiro único. Talvez algo que eu venha a dizer nas próximas linhas conflite com tudo que você sempre acreditou, mas como eu disse no início, não sou detentor de toda a verdade, ninguém é, talvez minhas conclusões sejam divergentes das suas, mas, não esqueça, sou um pesquisador, busco conhecimento em todas as fontes, e ao encontrá-lo, faço minha triagem, e algumas vezes pode ser que venha equivocar-me, então, antes de censurar-me convido-o a analisar e valorizar o conhecimento, mesmo aquele que parece nos agredir.
Acredito que chegaremos a um consenso quanto à melhor compreensão das razões pelas quais escrevo sobre este tema. Saio agora em busca de “... São João, o padroeiro...” na tentativa de localizar o patrono da Maçonaria.
Por necessidade de desenvolvimento do texto faço uma pergunta que deixará o desavisado em pé de guerra comigo: "Será que João o Batista realmente existiu?"
Acalmai-vos todos, não duvido da existência deste homem impar. Esta pergunta tão somente nos arremete a uma confluência verdadeira, que se torna em prova definitiva da verdade, a existência de João Batista estar ratificada pelos evangelhos sinópticos, bem como nos registros de Flavius Josephus(4). Talvez um dos maiores feitos de João, e que o torna mais conhecido, tenha sido o batismo de Jesus Cristo. Mas, além deste feito, João era uma figura importante em seu contexto histórico... Amado e odiado, ele um Profeta judeu levando sua mensagem, seguido por seus próprios discípulos(5).
João era filho de Zacarias e Isabel, descendia de vários sacerdotes. Um fato memorável em sua história foi seu ministério no deserto. Seria interessante pensar um pouco no porque de enfatizar esta parte da vida de João.
Seu dia a dia no deserto é um ponto importante a ser ponderado. O porquê de João Batista optar por viver no deserto é a chave para o compreendermos, se entendermos porque assim escolheu viver, entenderemos o porquê de sua radical oposição a sociedade (sua) contemporânea.
João era desprezado pela aristocrática sacerdotal da grande cidade de Jerusalém. Os líderes da hierarquia religiosa o olhavam com muito desprezo, ele era uma pedra em seus sapatos. Por outro lado, João não os tinha em grande apreço, chegando também a desprezá-los. Aqueles que se encontravam no ápice da escala social de Israel não aceitavam se misturar com um homem como João Batista. De sua parte, provavelmente João não tinha intenções de se relacionar com eles também.
A própria maneira como João se vestia era clara demonstração de ser ele um homem separado da sociedade. Os padrões sociais, as convenções de vestimentas, nada significavam para ele. Podemos compará-lo a um sufísta, (não confundir com sufismo(6), que se apresenta a uma importante reunião de negócios, onde todos trajam paletó, e somente ele traja suas vestes de trabalho, que são, pés descalços, prancha de surf e calção de banho tipo havaiano, haveria um choque, embora todos estivessem vestidos a caráter. João vestia rústicas roupas feitas de pele de camelo, em contraste as vestes de fino linho dos outros sacerdotes. Na cintura, apenas um simples cinto de couro. Até mesmo seu alimento contradizia as convenções sociais de Jerusalém. No Templo os sacerdotes jantavam cordeiro e grãos, além de beberam fino vinho. No deserto João se alimentava de gafanhotos e mel silvestre.
Em sua pregação João falava contra os ricos, contra os poderosos, contra os dirigentes da sociedade. Ele os chamava de "raça de víboras(7)" e com freqüência os intimava a assumirem suas responsabilidades perante Deus. As pregações de João, e sua incessante repetição da mensagem, foi fator decisivo no alargar do fosso que existia entre ele e os membros da "sociedade tradicional". Por todo o período que viveu como Profeta, João foi um homem que nadou contra a corrente.
Agora preciso concluir esta parte do texto, apresento um parecer, talvez, decepcionante para aqueles que esperavam um João Batista Maçom...
Levando-se em conta que ele era um devoto sacerdote, e que viveu e desenvolveu suas atividades, no deserto, afastado das estruturas governamentais e da sociedade civil, é altamente improvável que João tenha sido membro da fraternidade maçônica. Tudo aponta João como um homem que trabalhou sozinho (apesar dos muitos discípulos que o seguiram), os indícios dizem também que sua vida inteira foi dedicada a um solitário propósito: pregar a mensagem de arrependimento e renovação da fidelidade a Deus. Estar claro para mim que João não era um homem que tivesse tempo livre para se dedicar a atividades sociais. Na verdade, os profetas de Deus (do velho mundo), não desenvolveram outras atividades além daquela que Deus lhes havia chamado em primeiro lugar.
No entanto, mesmo sabendo não existir a menor possibilidade de João Batista ter sido Maçom, entendo que esta declaração em nada prejudica o posto lhe hortogado como sendo um dos eminentes patronos da Maçonaria. Isto valoriza mais ainda tanto a Maçonaria quanto o próprio João, já que ambos têm padrões similares mesmo não existindo nenhuma relação entre ambos, além da conduta apresentada.
João pode ter sido um extremista, ele pode ter se vestido como um mendigo e se alimentado como uma espécie de hippie do Século I e quase sempre era extremamente rude com as pessoas. Definitivamente João não era o tipo de homem que um pai ou mãe espera que sua filha se apaixone para um dia casar. Não é nem mesmo alguém que gostaríamos de ter como vizinho, (digo isto relativo a seu temperamento).
Mas, apesar de todas essas características aparentemente desagradáveis e até mesmo repulsivas do homem que chamamos de João Batista, ele é um homem que todos nós deveríamos tomar como exemplo. Acima de tudo – independente de seu modo de se vestir, seus gestos e comentários brutos, sua excêntrica alimentação... Além de sua completa falta de compromisso com as convenções sociais João era um homem integro e de caráter.
João era um homem humilde, no sentido mais explicito da palavra quando aplicada a personalidade de uma pessoa. Ele pregou uma enfática mensagem em nome de um Deus poderoso. Ele nunca duvidou de seu chamado profético, sabia que não era o maior, e humildemente aceitou isto. Quando Jesus Cristo buscou João para ser batizado, João hesitou, dizendo: “Eu é que preciso ser batizado por ti, e tu vens a mim? (8)” Este não foi um show de falsa humildade. João realmente reconheceu a Jesus Cristo, e por isto questionou a sua própria capacidade como aquele que estava sendo convidado a batizar o Filho de Deus.
Um homem de falsa humildade teria continuado a protestar, declarando a sua indignidade, de uma forma destinada a obter elogios para esse comportamento humilde. Mas João não argumentou com Jesus Cristo. Ele não protestou. Em vez disso, ele calmamente entendeu quando Jesus Cristo explicou que isto era o correto a ser feito e cumpria um desígnio de Deus. João era um humilde homem, que foi capaz de colocar os seus próprios interesses de lado quando viu que havia um bem maior a ser feito.
João pregou uma mensagem de arrependimento. Agora, arrependimento significa mais do que apenas dizer que você está arrependido. A palavra grega metanóis(9), a partir da qual a palavra "arrependimento" vem literalmente significa "para virar". João exortou os seus seguidores que literalmente deveriam se virar e avançar em uma nova direção... Ele pediu-lhes para "dar frutos", "dignos de arrependimento." João queria que seus seguidores vivessem vidas sob a orientação de Deus. E ele pregou esta mensagem, não só com suas palavras, mas com suas ações também.
É certo dizer que de forma indubitável João era um homem definitivamente consagrado a Deus. Sua vida, seu trabalho foi realizado em conformidade com a vontade de Deus e em resposta ao chamado Divino. O estilo de vida adotado por ele no cumprimento das designações inerente a um Profeta (precursor) não o tornou alguém muito popular, mais mesmo assim ele permaneceu fiel as suas designações. Ele era alguém com um propósito pré-definido, e neste propósito permaneceu inamovível até o fim... Se é que podemos entender que houve um.
Graças à imutabilidade de João, hoje vivemos nossas próprias experiências em perfeita conformidade com a vontade de Deus. Concordo que isto nem sempre é fácil, vivemos em uma sociedade onde se valoriza mais os objetos que o ser humano, onde os direitos são validados a partir dos desejos da posse, onde algumas vezes a devoção a Deus nada significa, onde o “eu” vale mais que o “nós”, e isto é tratado como virtude.
Finalmente concluo afirmando, João era um homem que amava Deus. Foi este amor que sustentou João ao longo de sua vida e em todo seu ministério, até o momento da sua morte. Na verdade, a reciprocidade de amor existente entre Deus e João lhe deu uma reputação que tem se mantida firme por todos os séculos.
João Batista era um homem especial, que viveu em um determinado momento da história. E, no entanto, sua mensagem de arrependimento, humildade, devoção, e amor a Deus transcende o tempo e as culturas. Sua mensagem continua sendo tão urgente e tão verdadeira hoje como era há 2000 anos. É uma mensagem ilustrada pelos joãos da vida diária. E é uma mensagem que ressalta muitos dos valores que hoje nós Maçons aceitamos como ideais para uma vida moral.
Talvez nunca saibamos de forma definitiva se havia alguma relação mais concreta entre João e a Maçonaria. Provavelmente nunca descobriremos se ele foi um iniciado ou não, mesmo assim, este é um assunto que não se esgotará. Na verdade, a mim, não importa saber disto. Tudo que preciso saber é que o homem conhecido como João Batista era um homem cuja vida, ainda hoje, é exemplo de dever para com Deus. Digo isto com os olhos voltados para sua fé, suas práticas religiosas, e sua vida como um todo.
Joseph Fort Newton(10) escreveu: "Justiça e Amor - essas duas palavras não ficam aquém de dizer a todos o dever de um Maçom." A Maçonaria não poderia ter feito melhor na sua escolha de um patrono e um modelo de vida que temos em João Batista: um homem cuja vida continua a brilhar como um exemplo para todos nós. Por isso, orgulhosamente, à glória do Grande Arquiteto do Universo, declaramos São João Batista o padroeiro da Maçonaria.


APENDICE


6 Misticismo arábico-persa, que sustenta ser o espírito humano uma emanação do divino, no qual se esforça para reintegrar-se. Vide Dicionário Aurélio versão eletrônica.

9 A palavra metanóia quer dizer mudança de mentalidade. Para os gregos tem um significado especial como ir além, passar além de, ultrapassar, exceder, elevar-se acima de, transcender. Meta, como acima ou além e nóia, vem de nous, mente.


REFERENCIAS


1 Flávio Dellazana – O Verdadeiro Patrono da Maçonaria – www.maconaria.net 20/05/2009

2 M. Claudius - Nos bastidores da Maçonaria, Gráfica Editora Aurora, 1976

3 Celso Castro – A Invenção do Exercito Brasileiro, Editora Jorge Zahar, 2002

4 Flavius Josephus – historiador judeu que escreveu entre os anos 70 e 100 da nossa era.

5 Bíblia, Evangelho segundo São João 3:25

7 Bíblia - Lucas, 3:7-8

8 Bíblia – Mateus 3:14

10 Os Maçons Construtores – Editora Trolha, ano 2000