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...E EM NOME DE SÃO JOÃO, NOSSO PADROEIRO...

by Cesóstre Guimarães de Oliveira
cesostre@hotmail.com



Com freqüência quase desconfortável, sou questionado sobre minha relação com a Maçonaria. Em um e-mail que recebi, alguém que se diz meu irmão de fé pergunta: “Por que vocês maçons dizem ser São João o padroeiro da Maçonaria, e a qual dos joãos se referem quando assim falam”? Esta pergunta de aparência simples, mais muito capciosa, me conduziu a uma reflexão... Será que (todos) os maçons têm respostas para esta pergunta? Motivado pela curiosidade de um não iniciado, pude concluir que esta era uma interrogação que ainda não havia me ocorrido. Encontrar uma resposta tornou-se vital, sai em busca de esclarecimentos para nós dois. Nesta procura, que aconteceu de forma ávida, devorei as páginas de alguns livros, consultei sites especializados, fiz consultas por telefone àqueles mais esclarecidos no assunto... Com um propósito quase obstinado, elegi como algo fundamental para aprimorar meus conhecimentos, encontrar uma ligação entre São João e a Maçonaria.
Transbordando de alegria pueril, descobrir que existe farta literatura abordando o assunto, até mesmo mais do que eu supunha existir. Mas, embora tanta fartura literária possa ser comprovada, não posso afirmar que exista um consenso sobre o São João padroeiro da Maçonaria. A discordância quanto aos joãos é forte e “já deu muito pano para mangas de camisas”. Alguns afirmam ser nosso patrono, São João de Jerusalém(1) ou São João da Escócia, outros dizem São João Batista(2), e ainda tem aqueles que aceitam São João Evangelista.
Não sou pretensioso ao ponto de achar que detenho todas as verdades e respostas, inclusive, para questões tão antigas como a que indaga: “quais dos joãos é o padroeiro da Maçonaria, e como ou porque “Ele” teve seu nome ligado a Maçonaria”?
Antes de adentrar neste mérito, esclareço que diferente do contexto religioso, aqui, a expressão padroeiro, estar para Maçonaria, como Luís Alves de Lima e Silva(3), (o Duque de Caxias), estar para o exercito brasileiro, tão somente contextualizado como patrono, nada lembrando o sentido religioso da expressão Santo.
Inicialmente eu havia dito existirem divergências históricas levantadas pelos escritores maçons quanto aos joãos “padroeiros”, não tenciono escrever sobre cada um. Adotarei neste trabalho São João Batista como padroeiro único. Talvez algo que eu venha a dizer nas próximas linhas conflite com tudo que você sempre acreditou, mas como eu disse no início, não sou detentor de toda a verdade, ninguém é, talvez minhas conclusões sejam divergentes das suas, mas, não esqueça, sou um pesquisador, busco conhecimento em todas as fontes, e ao encontrá-lo, faço minha triagem, e algumas vezes pode ser que venha equivocar-me, então, antes de censurar-me convido-o a analisar e valorizar o conhecimento, mesmo aquele que parece nos agredir.
Acredito que chegaremos a um consenso quanto à melhor compreensão das razões pelas quais escrevo sobre este tema. Saio agora em busca de “... São João, o padroeiro...” na tentativa de localizar o patrono da Maçonaria.
Por necessidade de desenvolvimento do texto faço uma pergunta que deixará o desavisado em pé de guerra comigo: "Será que João o Batista realmente existiu?"
Acalmai-vos todos, não duvido da existência deste homem impar. Esta pergunta tão somente nos arremete a uma confluência verdadeira, que se torna em prova definitiva da verdade, a existência de João Batista estar ratificada pelos evangelhos sinópticos, bem como nos registros de Flavius Josephus(4). Talvez um dos maiores feitos de João, e que o torna mais conhecido, tenha sido o batismo de Jesus Cristo. Mas, além deste feito, João era uma figura importante em seu contexto histórico... Amado e odiado, ele um Profeta judeu levando sua mensagem, seguido por seus próprios discípulos(5).
João era filho de Zacarias e Isabel, descendia de vários sacerdotes. Um fato memorável em sua história foi seu ministério no deserto. Seria interessante pensar um pouco no porque de enfatizar esta parte da vida de João.
Seu dia a dia no deserto é um ponto importante a ser ponderado. O porquê de João Batista optar por viver no deserto é a chave para o compreendermos, se entendermos porque assim escolheu viver, entenderemos o porquê de sua radical oposição a sociedade (sua) contemporânea.
João era desprezado pela aristocrática sacerdotal da grande cidade de Jerusalém. Os líderes da hierarquia religiosa o olhavam com muito desprezo, ele era uma pedra em seus sapatos. Por outro lado, João não os tinha em grande apreço, chegando também a desprezá-los. Aqueles que se encontravam no ápice da escala social de Israel não aceitavam se misturar com um homem como João Batista. De sua parte, provavelmente João não tinha intenções de se relacionar com eles também.
A própria maneira como João se vestia era clara demonstração de ser ele um homem separado da sociedade. Os padrões sociais, as convenções de vestimentas, nada significavam para ele. Podemos compará-lo a um sufísta, (não confundir com sufismo(6), que se apresenta a uma importante reunião de negócios, onde todos trajam paletó, e somente ele traja suas vestes de trabalho, que são, pés descalços, prancha de surf e calção de banho tipo havaiano, haveria um choque, embora todos estivessem vestidos a caráter. João vestia rústicas roupas feitas de pele de camelo, em contraste as vestes de fino linho dos outros sacerdotes. Na cintura, apenas um simples cinto de couro. Até mesmo seu alimento contradizia as convenções sociais de Jerusalém. No Templo os sacerdotes jantavam cordeiro e grãos, além de beberam fino vinho. No deserto João se alimentava de gafanhotos e mel silvestre.
Em sua pregação João falava contra os ricos, contra os poderosos, contra os dirigentes da sociedade. Ele os chamava de "raça de víboras(7)" e com freqüência os intimava a assumirem suas responsabilidades perante Deus. As pregações de João, e sua incessante repetição da mensagem, foi fator decisivo no alargar do fosso que existia entre ele e os membros da "sociedade tradicional". Por todo o período que viveu como Profeta, João foi um homem que nadou contra a corrente.
Agora preciso concluir esta parte do texto, apresento um parecer, talvez, decepcionante para aqueles que esperavam um João Batista Maçom...
Levando-se em conta que ele era um devoto sacerdote, e que viveu e desenvolveu suas atividades, no deserto, afastado das estruturas governamentais e da sociedade civil, é altamente improvável que João tenha sido membro da fraternidade maçônica. Tudo aponta João como um homem que trabalhou sozinho (apesar dos muitos discípulos que o seguiram), os indícios dizem também que sua vida inteira foi dedicada a um solitário propósito: pregar a mensagem de arrependimento e renovação da fidelidade a Deus. Estar claro para mim que João não era um homem que tivesse tempo livre para se dedicar a atividades sociais. Na verdade, os profetas de Deus (do velho mundo), não desenvolveram outras atividades além daquela que Deus lhes havia chamado em primeiro lugar.
No entanto, mesmo sabendo não existir a menor possibilidade de João Batista ter sido Maçom, entendo que esta declaração em nada prejudica o posto lhe hortogado como sendo um dos eminentes patronos da Maçonaria. Isto valoriza mais ainda tanto a Maçonaria quanto o próprio João, já que ambos têm padrões similares mesmo não existindo nenhuma relação entre ambos, além da conduta apresentada.
João pode ter sido um extremista, ele pode ter se vestido como um mendigo e se alimentado como uma espécie de hippie do Século I e quase sempre era extremamente rude com as pessoas. Definitivamente João não era o tipo de homem que um pai ou mãe espera que sua filha se apaixone para um dia casar. Não é nem mesmo alguém que gostaríamos de ter como vizinho, (digo isto relativo a seu temperamento).
Mas, apesar de todas essas características aparentemente desagradáveis e até mesmo repulsivas do homem que chamamos de João Batista, ele é um homem que todos nós deveríamos tomar como exemplo. Acima de tudo – independente de seu modo de se vestir, seus gestos e comentários brutos, sua excêntrica alimentação... Além de sua completa falta de compromisso com as convenções sociais João era um homem integro e de caráter.
João era um homem humilde, no sentido mais explicito da palavra quando aplicada a personalidade de uma pessoa. Ele pregou uma enfática mensagem em nome de um Deus poderoso. Ele nunca duvidou de seu chamado profético, sabia que não era o maior, e humildemente aceitou isto. Quando Jesus Cristo buscou João para ser batizado, João hesitou, dizendo: “Eu é que preciso ser batizado por ti, e tu vens a mim? (8)” Este não foi um show de falsa humildade. João realmente reconheceu a Jesus Cristo, e por isto questionou a sua própria capacidade como aquele que estava sendo convidado a batizar o Filho de Deus.
Um homem de falsa humildade teria continuado a protestar, declarando a sua indignidade, de uma forma destinada a obter elogios para esse comportamento humilde. Mas João não argumentou com Jesus Cristo. Ele não protestou. Em vez disso, ele calmamente entendeu quando Jesus Cristo explicou que isto era o correto a ser feito e cumpria um desígnio de Deus. João era um humilde homem, que foi capaz de colocar os seus próprios interesses de lado quando viu que havia um bem maior a ser feito.
João pregou uma mensagem de arrependimento. Agora, arrependimento significa mais do que apenas dizer que você está arrependido. A palavra grega metanóis(9), a partir da qual a palavra "arrependimento" vem literalmente significa "para virar". João exortou os seus seguidores que literalmente deveriam se virar e avançar em uma nova direção... Ele pediu-lhes para "dar frutos", "dignos de arrependimento." João queria que seus seguidores vivessem vidas sob a orientação de Deus. E ele pregou esta mensagem, não só com suas palavras, mas com suas ações também.
É certo dizer que de forma indubitável João era um homem definitivamente consagrado a Deus. Sua vida, seu trabalho foi realizado em conformidade com a vontade de Deus e em resposta ao chamado Divino. O estilo de vida adotado por ele no cumprimento das designações inerente a um Profeta (precursor) não o tornou alguém muito popular, mais mesmo assim ele permaneceu fiel as suas designações. Ele era alguém com um propósito pré-definido, e neste propósito permaneceu inamovível até o fim... Se é que podemos entender que houve um.
Graças à imutabilidade de João, hoje vivemos nossas próprias experiências em perfeita conformidade com a vontade de Deus. Concordo que isto nem sempre é fácil, vivemos em uma sociedade onde se valoriza mais os objetos que o ser humano, onde os direitos são validados a partir dos desejos da posse, onde algumas vezes a devoção a Deus nada significa, onde o “eu” vale mais que o “nós”, e isto é tratado como virtude.
Finalmente concluo afirmando, João era um homem que amava Deus. Foi este amor que sustentou João ao longo de sua vida e em todo seu ministério, até o momento da sua morte. Na verdade, a reciprocidade de amor existente entre Deus e João lhe deu uma reputação que tem se mantida firme por todos os séculos.
João Batista era um homem especial, que viveu em um determinado momento da história. E, no entanto, sua mensagem de arrependimento, humildade, devoção, e amor a Deus transcende o tempo e as culturas. Sua mensagem continua sendo tão urgente e tão verdadeira hoje como era há 2000 anos. É uma mensagem ilustrada pelos joãos da vida diária. E é uma mensagem que ressalta muitos dos valores que hoje nós Maçons aceitamos como ideais para uma vida moral.
Talvez nunca saibamos de forma definitiva se havia alguma relação mais concreta entre João e a Maçonaria. Provavelmente nunca descobriremos se ele foi um iniciado ou não, mesmo assim, este é um assunto que não se esgotará. Na verdade, a mim, não importa saber disto. Tudo que preciso saber é que o homem conhecido como João Batista era um homem cuja vida, ainda hoje, é exemplo de dever para com Deus. Digo isto com os olhos voltados para sua fé, suas práticas religiosas, e sua vida como um todo.
Joseph Fort Newton(10) escreveu: "Justiça e Amor - essas duas palavras não ficam aquém de dizer a todos o dever de um Maçom." A Maçonaria não poderia ter feito melhor na sua escolha de um patrono e um modelo de vida que temos em João Batista: um homem cuja vida continua a brilhar como um exemplo para todos nós. Por isso, orgulhosamente, à glória do Grande Arquiteto do Universo, declaramos São João Batista o padroeiro da Maçonaria.


APENDICE


6 Misticismo arábico-persa, que sustenta ser o espírito humano uma emanação do divino, no qual se esforça para reintegrar-se. Vide Dicionário Aurélio versão eletrônica.

9 A palavra metanóia quer dizer mudança de mentalidade. Para os gregos tem um significado especial como ir além, passar além de, ultrapassar, exceder, elevar-se acima de, transcender. Meta, como acima ou além e nóia, vem de nous, mente.


REFERENCIAS


1 Flávio Dellazana – O Verdadeiro Patrono da Maçonaria – www.maconaria.net 20/05/2009

2 M. Claudius - Nos bastidores da Maçonaria, Gráfica Editora Aurora, 1976

3 Celso Castro – A Invenção do Exercito Brasileiro, Editora Jorge Zahar, 2002

4 Flavius Josephus – historiador judeu que escreveu entre os anos 70 e 100 da nossa era.

5 Bíblia, Evangelho segundo São João 3:25

7 Bíblia - Lucas, 3:7-8

8 Bíblia – Mateus 3:14

10 Os Maçons Construtores – Editora Trolha, ano 2000

CITAÇÕES DE LÍDERES MÓRMONS SOBRE A MAÇONARIA

Pesquisa realizada por: Cesóstre Guimarães de Oliveira
cesostre@hotmail.com


PARTE DE UMA CARTA DE HEBER C. KIMBALL, QUE CITA A AFIRMAÇÃO DE JOSEPH SMITH DE QUE A MAÇONARIA FOI DERIVADA DO SACERDÓCIO

" O irmão Joseph sente-se bem como nunca o vi antes. Uma razão é que ele ingressou em um pequeno grupo onde ele se sente seguro. E não é a todos que ele pode abrir seu coração e sentir-se seguro. Queria que você estivesse aqui e ouvisse e sentisse por si mesmo. Recebemos algumas coisas preciosas do Profeta sobre o sacerdócio que faria sua alma regozijar. Não posso dá-las a você no papel porque não são para serem escritas. Portanto, você deve vir e obtê-las por si próprio. Organizamos uma loja de Maçons aqui assim que obtivemos uma Carta. Isso foi em março e desde então quase duzentos foram feitos maçons. Os irmãos Joseph e Sidney foram os primeiros a serem recebidos na Loja. Todos os outros Doze tornaram-se membros, exceto Orson Pratt, ele reluta. Mas, ele vai se acordar em breve, há uma semelhança com o sacerdócio na Maçonaria. O irmão Joseph diz que a Maçonaria foi tomada do sacerdócio mas se tornou degenerada, mas, muitas coisas estão perfeitas.
Heber C. Kimball para Parley P. Pratt,17 de junho de1 842, Church Archives. Citado por David John Buerger em The Mysteries of Godliness: a history of Mormon temple worship, p. 40

ANOTAÇÕES DE BENJAMIN F. JOHNSON ONDE CITA O PROFETA JOSEPH SMITH FALANDO SOBRE MAÇONARIA

“ Ele disse-me que á Franco Maçonaria, no presente, era as investiduras apóstatas, assim como a religião sectária era a religião apóstata.”
Benjamin F. Johnson, My Life's Review, p. 96

DECLARAÇÃO SOBRE O PROFETA JOSEPH SMITH E A MAÇONARIA, FEITA POR FRANKLIN D. RICHARDS, EM 4 DE ABRIL DE 1899

" Joseph, o Profeta, estava ciente de que havia coisas sobre a Maçonaria que vieram do princípio e ele desejava saber o que eram; daí a loja. Os maçons admitiram que algumas chaves concernentes à Maçonaria estavam perdidas. Joseph inquiriu o Senhor com respeito ao assunto e Ele revelou ao Profeta a verdadeira Maçonaria, como a temos em nossos templos. Devido a esse conhecimento superior que Joseph havia recebido, os maçons ficaram invejosos e fecharam a Loja Maçônica [de Nauvoo]."
Journal of Rudger Clawson, 1899

PARTE DE DISCURSO DE HEBER C. KIMBALL EM UMA CONFERÊNCIA ESPECIAL, EM 9 DE NOVEMBRO DE 1858.

" Nós temos a verdadeira Maçonaria. A Maçonaria de hoje é originária da apostasia que ocorreu nos dias de Salomão e Davi. Eles têm uma e outra coisa correta, mas nós temos a coisa verdadeira."
(Heber C. Kimball, Manuscript History of Brigham Young, unpublished, November 13, 1858, LDS Church Archives. Citado por Stanley B. Kimball, Heber C. Kimball: Mormon Patriarch & Pioneer.)

REGISTRO NO DIÁRIO DE JOSEPH FIELDING SMITH (SÊNIOR)

" Muitos filiaram-se à instituição maçônica. Isto parece ter sido um degrau ou preparação para algo mais, a verdadeira origem da Maçonaria. Isto também vi e me regozijo."
Joseph Fielding, Diary (1843-1846), Church Archives, citado em "`They Might Have Known He Was Not a Fallen Prophet' – The Nauvoo Journal of Joseph Fielding", editado por Andrew F. Ehat. BYU Studies 19 -Winter 1979

ANOTAÇÕES FEITA PELO PROFETA JOSEPH SMITH EM SEU DIÁRIO

Terça-feira, 15 – Oficiei como capelão na instalação da Loja de Maçons Livres de Nauvoo, no Bosque próximo ao Templo. O Grão Mestre Jonas, de Columbus fez-se presente, e um grande número de pessoas reuni-se na ocasião. O dia foi muito bom; todas as coisas foram feitas em ordem, e a satisfação universal foi expressa. Ao anoitecer recebi o primeiro grau na Franco Maçonaria na Loja de Nauvoo, que se reuniu em meu escritório geral (...)
Quarta-feira, 16 de março – Estive na Loja Maçônica e cheguei ao grau sublime.
Joseph Smith. Diary. History of The Church of Jesus Christ of Latter-day Saints, Vol. 4, Ch. 32

CITAÇÃO EM UM DISCURSO DOMINICAL EM NAUVOO, FEITA PELO PROFETA JOSEPH SMITH EM 15 DE OUTUBRO DE 1843

" O segredo da Maçonaria é manter um segredo."
Joseph Smith, History of The Church of Jesus Christ of Latter-day Saints, Vol. 6, Ch. 59

DISCURSO DE BRIGHAM YOUNG REFERINDO-SE A LENDA MAÇÔNICA DE HIRAM ABIFF

" É verdade que Salomão construiu um templo com o propósito de dar investiduras, mas disso podemos aprender com a história da época que eles, se deram alguma, deram muito poucas investiduras, e um dos sumo sacerdotes foi assassinado por homens iníquos e corruptos, que já haviam iniciado a apostatar, porque ele não revelaria aquelas coisas pertencentes ao Sacerdócio que eram proibidas a ele revelar até ele ir ao local apropriado."
Brigham Young. Discourses of Brigham Young. Temples and Salvation for the Dead, p. 393

DISCURSO DE BRIGHAM YOUNG REFERINDO-SE A MAÇONARIA E A IGREJA

“ Quando o Mormonismo me foi apresentado, eu ainda não havia visto uma seita de religiosos cujas doutrinas, do início ao fim, parecessem a mim com a maçonaria, é como um homem que tinha em uma caixa, e que a exibia por uma certa quantia. Ele abria a caixa principal da qual tirava outra caixa; então, abria esta e tirava de lá outra, então outra e mais outra, e continuava a tirar uma caixa de dentro da outra até chegar a um pedaço muito pequeno de madeira; ele então dizia aos espectadores, ‘Isto, senhoras e senhores, é a franco maçonaria".
Brigham Young, Journal of Discourses, Vol. II, April 17, 1853

DISCURSO DE BRIGHAM YOUNG SOBRE A PROIBIÇÃO IMPOSTA AOS MÓRMONS PELOS MAÇONS, DE SE FILIAREM A LOJAS MAÇÔNICAS EM UTAH POR CAUSA DO CASAMENTO PLURAL

“ Há uma outra classe de indivíduos a quem eu me referirei brevemente. Devemos chamá-los de cristãos? Eram cristãos originalmente. Nós não podemos ser admitidos em suas sociedades, em seus lugares de reunião em certos momentos, e em determinadas ocasiões, porque estão receosos pela poligamia. Eu vou lhes dar seu título para que vocês possam saber de quem eu estou falando: refiro-me aos franco maçons. Eles recusaram a filiação de nossos irmãos em suas lojas porque estes eram poligamistas . Quem foi o fundador da franco maçonaria? Eles apontam para Salomão, e param lá. Este foi o rei que estabeleceu esta elevada e sagrada ordem. Mas, ele era um poligamista, ou não era? Se ele acreditava em monogamia, ele não a praticou, porque teve setecentas esposas, e isso é mais do que eu tenho; e teve trezentas concubinas, enquanto eu não tenho nenhuma, que eu saiba.”
Brigham Young, Journal of Discourses, Vol. XI, February 10, 1867

PARTE DE DISCURSO DO ÉLDER MARVIN J. BALLARD

" O que é Maçonaria? Um fragmento da antiga verdade vinda talvez do templo de Salomão dos dias passados, mas senão como um fragmento, como o cristianismo é senão um fragmento do evangelho do Senhor Jesus Cristo. Era apenas para ser possuída e usufruída por aqueles que possuem o santo sacerdócio. O profeta Elias revelou essas verdades: ele as possuía antigamente e as deu em sua perfeição e simplicidade e pureza ao Profeta Joseph Smith.
Elder Marvin J. Ballard General Conference Reports, October 1913, p. 124

A SIMBOLOGIA MAÇONICA


by Cesóstre Guimarães de Oliveira
cesostre@hotmail.com

Penso que por vivermos em um mundo competitivo, é natural aparecerem certos desafetos, com a Maçonaria não poderia ser diferente. Acredito que o preconceito formado a partir do medo, nascido na mente de indivíduos temerosos daquilo que lhes parece inexplicável. Que temem aquilo que não compreendem, seja o verdadeiro causador desta camada de nuvem negra de estigmas que paira sobre a mais antiga de todas as fraternidades, pois o homem sempre temeu o que parece inexplicável.
Talvez por fazermos uso de certos rituais em nossas reuniões, e também por mantermos um livro sagrado para a religião (uma Bíblia nos países de predominância cristã) sobre um altar, algumas pessoas confundem Maçonaria com religião, mas não é. Isso não significa que a religião não tem nenhuma importância para Maçonaria, pelo contrário, é de extrema importância que o iniciado tenha uma fé definida. Uma pessoa que deseja ser iniciado na Maçonaria regular terá que obrigatoriamente crer na existência de um ser supremo, ser este a quem genericamente a Maçonaria chama de Grande Arquiteto do Universo. Nenhum ateu jamais será aceito entre nós (Maçonaria regular). Nossas reuniões são abertas com uma oração, e todo Maçom é ensinado sobre esta necessidade. Aprendemos que sempre se deve orar ao divino e nele buscar orientação antes de começar um empreendimento importante. Mas isso não torna a Maçonaria uma "religião."
As primeiras alegações que ouvimos quando nos comparam a uma religião, é que chamamos a nossos locais de reuniões de templos. Mas quando assim denominamos a estes locais, fazemos no mesmo sentido que foi utilizado pela Juíza Ângela Prudente, quando da inauguração do Tribunal de Justiça do Estado do Tocantins ela denominou aquela casa como "Templo da Justiça". Outro motivo que nos leva a chamar nossas Lojas, templos, é a referência simbólica que fazemos ao Templo de Salomão. Nem Maçonaria nem o Tribunal de Justiça do Estado do Tocantins tornam-se uma religião somente por que as pessoas que lá se reúnem denominam a estes locais como “templo”.
Nós maçons acreditamos na importância da religiosidade. Maçonaria encoraja a todo Maçom, ser atuante em seu próprio contexto religioso. Maçonaria ensina que, sem a crença no Grande Arquiteto do Universo, um homem está só e perdido, e que sem esta crença, ele nunca alcançará seu pleno potencial.
Mas a Maçonaria não dita a uma pessoa que religião ele deverá seguir ou como ele deverá exercer sua fé. Isso é algo que deverá ser definido entre o indivíduo e o Grande Arquiteto do Universo. Essa é uma função de sua religião e não da Maçonaria. Aqueles que tentam impor a Maçonaria a condição de religião, algumas vezes me questionam: “Se Maçonaria não é religião, por que usa ritual?”.
Considero coerente quando algumas pessoas associam ritual a religião, mas esta associação não deve ser genérica, uma vez que são utilizados rituais em vários aspectos da vida, estes rituais são tão repetidos em nosso cotidiano que às vezes nos passam despercebidos. Um ritual é somente um meio encontrado para que alguma coisa seja feita de uma mesma forma. Na verdade a intenção é a padronização da rotina a ser seguida.
Tomando como exemplo as reuniões de pais e mestres nas escolas, observei que elas iniciam com o diretor ou alguma outra pessoa chamando a atenção do grupo. Então o grupo é levado a seguir um ritual simbólico de submissão, onde a pessoa que fala é centro das atenções. Ainda hoje perdura a tradição e a rotina em certos Colégios Militares, antes do inicio das aulas os alunos perfilados cantam o hino nacional e da bandeira. Isso é um ritual.
Quase toda reunião empresarial tem uma leitura da ata da última reunião. Isso é um ritual.
Existem muitos rituais sociais que são praticados em nosso dia-a-dia, damos um aperto de mão para selar um acordo. Para comprar ingressos no cinema esperamos na fila e não empurramos aqueles que estão a nossa frente. Existem centenas de exemplos que literalmente são rituais.
Maçonaria faz uso de um ritual porque é um modo eficiente de ensinar uma idéia importante. Os rituais que praticamos nos lembram quem somos, e onde estamos, da mesma maneira que o ritual de uma reunião empresarial lembra as pessoas onde elas estão e o que estão fazendo.
O ritual maçônico é muito rico porque é extremamente antigo. Foi desenvolvido durante as eras do tempo para conter e expressar idéias através dos símbolos. Volto a afirmar, não existe nada de anormal em fazer uso de rituais. Todos nós fazemos isto diariamente.
Outra questão, que constantemente é levantada pelos opositores da Maçonaria é o uso freqüente que fazemos dos símbolos. Mais uma vez recorrerei ao cotidiano para demonstrar que esta prática é comum a todos, não somente a nós maçons. Nossos símbolos e sinais facilitam nossa comunicação. Quando nos encontramos em um determinado local de transito e observamos um semáforo vermelho, sabemos o que significa, não é necessário ler a palavra "pare." Na realidade, usamos os símbolos provavelmente por que é o modo mais antigo de comunicação e a melhor maneira de ensinar algo.
A Maçonaria usa símbolos pela mesma razão. O "Esquadro e o Compasso" são símbolos amplamente usados e conhecidos da Maçonaria. De certo modo, estes símbolos são um tipo de marca registrada para a fraternidade tal como os "arcos dourados" são para McDonald. Quando alguém observa um Esquadro e um Compasso em um edifício, automaticamente entende que de algum modo um maçom ali se fez ou faz presente. Outra coisa que posso dizer sobre a simbologia maçônica é que o Esquadro simboliza as coisas da terra, e também simboliza honra, integridade, veracidade, e as outras maneiras pelas quais nós devemos nos relacionar com as pessoas deste mundo. O Compasso simboliza as coisas do espírito, e a importância de uma vida espiritual bem-desenvolvida, e também a importância do autocontrole. O G representa Geometria, a ciência que os antigos acreditavam revelar a glória do Grande Arquiteto do Universo e os trabalhos dele nos céus, e também representa Deus (no cristianismo) Que deve estar no centro de todos nossos pensamentos e de todos nossos esforços.
Os significados da maioria dos outros símbolos maçônicos são óbvios, se o curioso ficar atento descobrira que todos fazem parte do cotidiano da humanidade... O martelo ensina a importância do autocontrole e autodisciplina. A ampulheta nos ensina que o tempo sempre está passando, e que sempre estamos a tomar decisões importantes, que podem mudar nossos destinos e de outros.
Existe uma grande controvérsia por parte dos não iniciados sobre os símbolos usados por nós (maçons) em nosso dia-a-dia. Algumas pessoas conseguem ver o mal em tudo que se relaciona a Maçonaria, somos vitimas de escritores não iniciados que no afã da fama, ou do zelo exagerado, durante décadas tem atribuído significados completamente estranhos a nossa realidade, é bem verdade que a maioria destes escritores está de algum modo ligado a uma denominação religiosa. Contudo a interpretação destes símbolos a partir da compreensão destes pseudos pesquisadores não tem nenhum vinculo com o real. Ao longo da história temos presenciado diversas interpretações daquilo que “parece” ter sido dito por algum maçom que não sobe se expressar, e a partir daí as interpretações desvirtuadas surgem para atender as necessidades destes que denominam a si próprios buscadores de conhecimentos.
Para entender os significados de nossos símbolos, necessariamente precisamos compreender que o simbolismo maçônico não representa uma única idéia, com um único e inequívoco significado. Na verdade, os símbolos são compostos de três formas a serem entendidas. É correto dizer que estas formas estão bem próximas, mas também sendo coerentes devemos entender que estas formas têm significados diferentes.
A forma que menos aceito é a chamada interpretação pelo "simbolismo pessoal" no qual a interpretação tem sua origem a partir da compreensão de cada pessoa. É desta fonte que tem surgido aquilo que denomino de “lixo”, pois esta é a maior fonte de fantasia que tem cercado os símbolos maçônicos. Baseado neste contexto qualquer pessoa pode atribuir qualquer interpretação a qualquer símbolo, e infelizmente, muitos escritores maçônicos tem enveredado por este caminho.
Em contraste a esta forma, temos a interpretação simbólica que denomino de verdadeiro "simbolismo maçônico", esta é a mais aceitável de todas, é nesta forma de interpretação que símbolos específicos são explicados por autoridades maçônicas respaldadas principalmente em nossas tradições e rituais.
A última forma, esta que denomino de "simbolismo comparativo" onde a simbologia é comparada aos princípios de uma ou várias religiões que o pesquisador estar a estudar no momento, e a partir daí, passa a comparar levando em conta as semelhanças e diferenças, usando como fiel sua compreensão das coisas. Note-se que esta forma de interpretação é muito similar a forma do “simbolismo pessoal”. Considero esta a mais perniciosa de todas, ela é comumente utilizada pelos escritores religiosos (principalmente protestantes) que utilizando dos artifícios da escrita fazem constantes comparações para associar Maçonaria ao maléfico.
Alguns religiosos cristãos investidos de intolerância por vezes têm acusado a Maçonaria de excluir Jesus Cristo de nosso contexto. Isto surge por falta de compreensão de regras específicas da Maçonaria, pois todo Maçom sabe que em respeito à diversificação religiosa em nosso seio, é terminantemente proibido as discussões sectárias, portanto nomes como Jesus Cristo, Maomé, Buda, etc., ou ainda temas partidários políticos estão excluídos de nossos trabalhos quando tratados como únicos detentores de uma verdade. Penso que as discussões ideológicas, sejam elas religiosas, partidárias ou quaisquer outras; são temas semelhantes a um jogo mundialmente conhecido como “jogo da velha” neste jogo não existe um ganhador, e após horas brincando se descobre que ambos perderam seu tempo. Assim são as discussões sectaristas, ao final de horas de discussão, conclui-se que tudo aponta para uma única direção, à dissensão e a divisão. E contra estas coisas todo maçom deve ser contrário. Devemos entender que na visão maçônica todo iniciado é um irmão, isto no sentido literal da palavra.
Os intolerantes alegam que raramente um maçom se refere a Deus ou Jesus Cristo, digo a estes que deveriam buscar aprender mais sobre nosso contexto antes de falarem tais coisas. A Maçonaria adotou ao longo dos séculos a expressão “Grande Arquiteto do Universo” em respeito à diversificação religiosa existente no mundo, não é segredo para ninguém que as religiões existentes estão em constante digladio, onde cada uma reclama para si o privilégio de estar certa, então nada mais justo e perfeito do que usar uma nomenclatura que sendo usada uma única vez faça referencia a todos os seguimentos religiosos, sem trazer para dentro da Maçonaria as disputas religiosas externas.
Religiosos cristãos alegam que um Maçom a fazer suas orações deveria voltar seus pensamentos inteiramente ao nome de Jesus Cristo. Os que a isto reclamam, deixam claras provas de seu desconhecimento do contexto maçom, não sabem eles que nenhum cristão maçom ou qualquer que seja o seguimento religioso está proibido por nossas leis de fazer suas orações direcionadas aquele a quem sua fé reclama como verdadeiro. A oração feita dentro da Loja é realizada de uma forma que respeite a todos os seguimentos religiosos que estão presentes. Porém nada impede um Maçom (de forma individual) acrescentar mentalmente a oração o nome de Jesus Cristo.
A Maçonaria não desdenha das religiões. Não exclui Jesus Cristo de seu contexto. Nós maçons nos reunimos sem propósitos religiosos, sendo assim, qualquer menção sectária seria imprópria para o momento.
Nenhum Maçom estar impedido por nossas leis de seguir a doutrinas religiosas que sua consciência ditar, porém, é uma reivindicação nossa que todo iniciado deva acima de tudo colocar sua submissão ao Grande Arquiteto do Universo que é Deus, a família e por último a Fraternidade maçônica.