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UM ADENDO

Cesóstre Guimarães de Oliveira
cesostre@hotmail.com

 

         Até bem pouco tempo, ao ser questionado de como me definia, quando maçom, costumava dizer “sou um novo homem”. Hoje, embora continue achando que sou..., a resposta mudou. Nesta nova fase de minha vida sou simplesmente um Mórmon Maçom que defende suas convicções.
         Seguindo esta nova etapa de transição, sou irremediavelmente a favor da tradição, defendo com todos os meus argumentos a conservação dos landmarks na forma que o tempo nos permitiu recebê-los. Sou contrário ás reformas pleiteadas por alguns modernistas que pretendem desconstruir nossas leis mais antigas, apenas para ás adequar a necessidades de uns poucos. Mesmo sabendo que meu posicionamento possa vir a ser interpretado como radical, meu desejo manifesto é ser aceito como alguém que defende aquilo que acredita. Esta abordagem faz parte de meu novo trabalho, ainda sem título definitivo, onde trato exaustivamente das mudanças que tentam inserir em nosso contexto. É nele que também afirmo que “ninguém, por si só, tem o direito de ser maçom, se o somos, é por que fomos agraciados por um privilégio concedido a uns poucos iméritos”.
         Certa vez, em tom de critica, alguém disse que meus textos transpiram o radicalismo, não desejo discutir aqui se esta pessoa esta certa ou errada em sua afirmativa, porém, enfatizo que não sou irracional, sempre que a coerência exige, flexibilizo meus pensamentos, ao ponto de compreender que todo aquele que aspira ser iniciado Maçom, por via de regras, deve ser alguém fincado ao chão, pelas raízes do bom senso e da verdade, alguém de livre nascimento que esteja no tempo da existência física e da idade da sensatez, que seja discreto, que não seja amoral, que seja de boa índole, que seja aquele de quem sentimos orgulho só por dizer: este é meu irmão! Ainda neste contexto, é certo afirmar que todo candidato a maçom deve ser alguém que tenha suas crenças pautadas na existência de um deus, que estando livre para adorá-lo, da mesma forma conceda “[...] a todos os homens o mesmo privilégio, deixando-os adorar como, onde, ou o que quiser” [11º Regra de Fé].
         Penso também que seja um pensamento coerente aceitar que é dever inalienável do Maçom “[...] a obediência, honra e manutenção da lei” [12º Regra de Fé] de seu país, (...) desde que esta lei não tente nos privar de nosso sagrado direito à liberdade. Assim como também, entendo que nós maçons estamos obrigados a agir em beneficio da humanidade, mesmo que algumas vezes, isto signifique estar do lado que ninguém deseja ficar, pois a preservação do estado de direito, é, em caráter absoluto um bem irrevogável.
         Há alguns meses tive o privilégio de conhecer um irmão Maçom, (ex-Mórmon), que me apresentou um extenso currículo de serviços prestados a Igreja, e me disse que havia abandonado a fé, forçado pelas bestialidades de um líder despreparado que se encontrando embriagado pelo status que certo cargo lhe conferiu, passou a fazer interpretações distorcidas de determinadas citações de líderes da Igreja sobre a Maçonaria, fazendo com que este nobre e valoroso irmão desistisse de sua fé. Foi ele quem me disse: “... foi na Maçonaria que encontrei o centro de união entre os homens de boa vontade, assim como também foi nela que presenciei a conciliação entre aqueles que sem a Maçonaria seriam mantidos perpetuamente separados pelos dogmas da religião”. Eu entendo sua mágoa, e embora eu mesmo não tenha sido vitima de escancaro da intolerância por parte de meus líderes locais, não o culpo por haver deixado de compreender que o objetivo da religião estar em perfeita simetria com as metas da Maçonaria. Mas não posso negar a existência daqueles que estão enclausurados em seus pensamentos nebulosos, onde a verdade se confunde com suas interpretações improcedentes.
         Várias vezes já me disseram que os templos maçons são lugares de profanação do sagrado, que a Maçonaria viola a santidade do templo de Deus quando utiliza símbolos que, segundo eles, deveriam ser usados somente em determinados locais sagrados. Ainda no contexto Mórmon Maçom eu aprendi que nossos templos, (tanto mórmon quanto maçom), são santuários levantados á verdade e ao bom senso, são locais construídos para que seja preservada à paz, à harmonia e a concórdia. São locais de onde a discórdia e a balburdia foram expulsas, e se encontram perpetuamente banidas de nosso convívio, sem a possibilidade de retorno.
         Nesta simetria de convicções entendo que os direitos e deveres de um Mórmon Maçom, estão intimamente ligados ao mérito e ao valor pessoal. Esta afirmação quem fez foi o maior de todos os mestres, Jesus Cristo disse: "... E, a qualquer que muito for dado, muito se lhe pedirá, e ao que muito se lhe confiou, muito mais se lhe pedirá." (Lc 12:48b).
         Aos que procuram o erro na Maçonaria, como forma de ratificar seus pensamentos antagônicos, eu digo: não há nada de errado conosco, errados estão os críticos, que sem o devido conhecimento de causa, pautados unicamente em suas mirabolantes conclusões, de forma atroz, premiam a sublime fraternidade com deméritos que só existem em suas imaginações. Eu sou Maçom, e acredito no bom senso, na virtude e no sagrado.

CONVICÇÕES MAÇONICAS


 
Cesóstre Guimarães de Oliveira
cesostre@hotmail.com


Publicar meus pensamentos no blog é uma gratificante oportunidade de compartilhar minhas convicções, mas, como toda ação exige uma reação, publicá-los me expõe tanto às manifestações de apoio quanto as contrárias. Graças aos meus textos, agora converso com pessoas, que se não fossem as publicações, jamais saberiam de mim. Diariamente sou contatado por diversos tipos de leitores: têm aqueles que me escrevem para sugerir temas, que em suas opiniões, de alguma forma terá relação com a abordagem que faço do contexto mórmons maçons.
Existem também aqueles que escrevem apenas para dizer que acreditam ser a Maçonaria parte de uma trama demoníaca que conspira para o domínio da humanidade, aos seus olhos somos os anti Cristo.
Além destes, existe um grupo peculiar, a quem dedico atenção especial, são os irmãos mórmons que me escrevem apenas por que desejam saber minha opinião sobre pontos salientes de nossa doutrina. A estes, ao responder suas inquietações, os aconselho que busquem respostas para suas dúvidas nos manuais e ou instruções dos líderes locais.
É este pequeno grupo de leitores, que me faz crer que nem sempre sou compreendido, embora eu seja Santo dos Últimos Dias convicto, não sou um apologista mórmon, nem tampouco um proselitista maçom. Por isso desejo que todos saibam, quando escrevo, o faço na esperança de que minhas palavras não sejam distorcidas e usadas para ratificar certos desmazelos, e que é meu desejo que saibam que jamais, em sã consciência, direi ou farei algo que seja pernicioso a nossa fé. Já disse em várias outras oportunidades, e repito aqui: meu objetivo, embora possa parecer uma pretensão, é tão somente, democratizar a verdade. Penso que os fatos históricos não devem, nem podem ficar limitados ou escondidos atrás de tolas justificativas, tais como: “ser maçom em nada ajudará na nossa exaltação. Pois acredito que a verdade, sempre, em qualquer instancia, será benéfica e nos conduzirá a exaltação.
Portanto, minha preocupação é com os irmãos mórmons, que emprenhados pelas dúvidas nascidas das especulações protestantes, desapercebem que não pretendo estabelecer uma nova doutrina a partir do mormonismo, ou quem sabe, expor sagradas doutrinas aos críticos indolentes.
Suas alegações infantis, não passam de combustível, que me movimenta pela “cruzada” contra a desmistificação da relação mórmons maçons, sem que isto faça nascer em mim á intenção de agredir nossa fé religiosa. Saibam que, se, em algum dos meus textos os rituais mórmons parecem alinhados aos rituais da Maçonaria, minha intenção é somente referendar os fatos na verdade.
Entendam que minhas afirmações são frutos do somatório de minha compreensão, meus pensamentos estão alinhados ao que já foi pensado por outros, inclusive por nossos líderes do mormonismo. Não vos trago nada de novo, minha mensagem apenas retrata de forma coloquial aquilo que os eruditos mórmons disseram em outras épocas. Portanto, espero que entendam meu desconforto quando me pedem para abordar a doutrina de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, proposta esta que não faz parte de meus objetivos. Então, caso você seja apenas alguém que deseja aprender sobre as crenças do mormonismo, fale com um de nossos missionários, ou visite nosso site oficial [www.lds.org.br]. Porém, se você já é um de nós, e deseja apenas se aprofundar na doutrina, busque respostas para suas dúvidas nas diversas fontes que estão a nossa disposição, leias as escrituras, os manuais, freqüente o seminário, o instituto, consulte os líderes locais, eles têm acesso [assim como você], às fontes de informações que existem e são muitas.
A razão d’eu estar lhes dizendo estas coisas é por que fui argüido por um irmão mórmon, que de forma “invasiva, tentou me convencer que sua interpretação de um determinado tema doutrinário é a verdade absoluta. Meu descontentamento não veio em função de suas dúvidas ou certezas, já que entendo que todos, temos direitos às nossas próprias conclusões. Mas, sim, por que seu pensamento confronta verdades já amplamente explicadas no blog. Baseado em ridículas conjecturas este irmão tentou me conduzir ao infrutífero campo da polêmica e da discórdia. Ler suas asneiras, me fez concluir que muitos mórmons, ironicamente, não conseguem digerir a “fidelidade” demonstrada por nossos primeiros líderes à Maçonaria.
O irmão mórmon que acabei de citar, serve muito bem como parâmetro na descrição do perfil dos que afirmam que ser “mórmon fiel” é permanecer dentro de uma zona de conforto onde somente aquilo que entendem como verdade tem valor. Para eles, qualquer outra afirmação que vá além dos domínios literários autorais da Igreja, imediatamente recebe o rótulo de “apostasia”, esquecendo-se que nem toda a verdade, ainda, está conosco. Pois se não for assim de que nos servirá a escritura que cito a seguir [?] “[...] Se houver qualquer coisa virtuosa, amável, de boa fama ou louvável, nós a procuraremos[13º Regra de Fé].
A conclusão lógica é: “se devemos procurar, é por que não temos”, e o fato de existir alguma coisa virtuosa, amável, de boa fama ou louvável, que não estar em nosso domínio, ratifica todos os pensamentos positivos que se pode ter em relação á Maçonaria, inclusive contrariando aqueles que alegam não ser possível conciliar nosso tempo dedicado a Igreja, com a Maçonaria. Será que precisamos de tempo para fazer o que é certo? Será que precisamos de tempo para procurar “... qualquer coisa virtuosa, amável, de boa fama ou louvável...”? Se isto for verdade, quando será este tempo?
Uma pessoa a quem devo muito respeito, e por isso preservo seu nome, escreveu: “Qualquer membro que tenha recebido sua investidura no templo fez o convenio de consagra-se ao Senhor e Sua Igreja. Isto suplanta e precede qualquer envolvimento em organizações criadas pelos homens. Todos nós temos compromissos eternos com nosso cônjuge e filhos. Muitos de nós temos o compromisso com nosso chamado, comunidade e profissão, o que leva à falta de tempo para o envolvimento em quaisquer outras associações”.
Minha mente não consegue acompanhar seu raciocínio, me parece irreal ter que escolher, quando, e onde devo fazer o que é certo. O autor do pensamento acima parece haver esquecido que o tempo é apenas um detalhe de Deus, criado para nos aperfeiçoar. Sua explicação só convence aos carentes de visão periférica, já que em suas próprias palavras, ele concorda comigo... “Deus não exige exclusividade de seus filhos, a exigência tácita é que aprendamos administrar o tempo que nos foi concedido”.
Qualquer outra compreensão daquilo que foi dito pelo “bom homem”, mesmo que seja ele a interpretar, não passa de poesia. Não quer dizer nada, além de refletir o pensamento de alguém que teme ver a doutrina mórmon ser comparada com a Maçonaria. Se todas as nossas obrigações temporais e ou espirituais estivessem limitadas às seis linhas onde ele nos “ensina” administrar nosso tempo, pergunto: “que tipos de deuses seremos?” Dizer que não temos tempo para ser Maçom, por que somos mórmons, esta é de todas á mais ridícula das explicações concedidas por alguém que tem o dever de ser “o mais esclarecido”. Que o digam os muitos mórmons maçons espalhados pelo mundo no desenvolvimento de seus chamados na Igreja.
Certa vez conversando sobre o tempo disponível necessário para ser Maçom, o Presidente da Organização dos Rapazes de minha Ala, que também é Maçom, me disse: “Cesóstre, quem tem tempo é desocupado”, e tanto na Maçonaria, quanto na Igreja, não existe espaço para os desocupados. Penso que ele foi muito feliz em seu pensamento, descreveu muito bem os homens da Igreja e da Maçonaria, somos todos dedicados e ocupados trabalhadores.
Há anos venho tentando entender o porquê da oposição, mesmo não oficial, que alguns líderes do mormonismo fazem a Maçonaria, (embora neguem, é verdade, a oposição existe), a única explicação lógica que me ocorre, é o descontentamento que sentem ao saber que as sagradas doutrinas do templo estão sempre sendo comparadas aos rituais maçônicos, por nossos irmãos protestantes. Parece que ter os rituais do templo associados aos rituais da Maçonaria os força a darem respostas ininteligíveis, inconseqüentes e pouco pensadas, pois quando questionados do por que da ligação do Profeta Joseph Smith, [e outros], com a Maçonaria, quando resolvem falar, tentam a duras penas provar que tudo não passou de um acontecimento sem importância, inclusive não necessitando de muita atenção em nossos manuais e outros livros, e que nós mórmons de hoje já temos muitas coisas para fazer, e que estes afazeres não nos deixam tempo para ser Maçom.
[...] e assim, com as unhas cravadas nesta “frágil teoria”, igual ao naufrago que depende de uma fina tábua para permanecer vivo, nos brindam com pérolas evasivas ao serem questionados sobre a iniciação maçônica do Profeta Joseph Smith, é comum ouvi-los dizer que o Profeta só aceitou ser iniciado Maçom por que precisava resgatar, símbolos que se achavam perdidos, [que símbolos?], de todas as explicações que tenho ouvido falar, esta tem sido a mais bizarra. Sobre ela, digo apenas que se encontra tão eqüidistante da verdade, quanto Kolob estar da terra [lembrem-se, um dia em Kolob equivale a mil anos na terra], ressaltando que este pensamento não é ratificado por qualquer registro considerado sério, ou oficial, da Igreja. Mesmo sem estar respaldados na coerência, e na verdade, alguns defensores desta linha de pensamento, vêm a mim escrevendo para antagonizar. Eles tentam justificar seus pensamentos contrários a Maçonaria, mas desmontam-se em manobras que lembram um desajeitado contorcionista circense, e a extremos sacrifícios da verdade, buscam sintonizar aquilo que diz o protestantismo atual, com o que foi dito por nossos admiráveis líderes [mórmons] do passado.
Ler seus argumentos, pautados em idéias desconexas, só aumenta a certeza que tenho de que temem aparecer em algum momento alguém que lhes prove que os mórmons maçons pioneiros estavam errados ao aceitarem ser iniciados maçons. Talvez por isso justifiquem a iniciação maçônica dos pioneiros dizendo que eles só procederam assim, por que foi algo necessário para aquele momento específico, e desnecessário para a atualidade.
Para eles é mais fácil ignorar que tudo foi uma questão de escolhas, preferem negar que desde o início, ser ou não maçom, sempre foi uma questão de decisão pessoal, que em nenhum momento teve ou tem relação com a religião.
Aprendam caros irmãos, somos donos de nossas escolhas, por isso somos livres, cabe a cada um optar e abraçar os caminhos que nos conduzirão pelas sendas do conhecimento, que em conseqüência da inércia, alguns jamais alcançarão.

UMA QUESTÃO DE FÉ

Cesóstre Guimarães de Oliveira
Cesóstre@hotmail.com

Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não vêem
Hebreu 11:1


      “Ser Mórmon, é abraçar algumas crenças estranhas para a maioria das pessoas”. Esta foi á resposta que um membro antigo da Igreja, contrário a nossa associação com a Maçonaria, me apresentou quando lhe perguntei se ele realmente sabia o que era ser Mórmon? Ao lhe perguntar, apenas desejava saber em que nível de compreensão doutrinária ele se encontrava. Com esta resposta simples, mas, estranha para um mórmon, ele me deixou momentaneamente desconcertado, pois não esperava encontrar nele, os sinais do temor que habita na cabeça de alguns menos esclarecidos.
Mas ele não é uma exceção, os que denominam a si mesmos de “esclarecidos”, em alguns casos, por haverem parado de questionar, ou por não mais pesquisar os fatos, estão mais propensos a certas conclusões duvidosas. Nas próximas linhas estarei fazendo algumas afirmações que provavelmente alguns de vocês irão discordar. Porém, a falta de unanimidade, neste caso, é um mal necessário, pois só assim, discordando, tentaremos validar nossos pensamentos, para que nos aprofundemos nas verdades que defendemos. Então, antes das conclusões precipitadas, respondam ao seguinte questionamento: como reagem seus amigos, [aqueles que não são membros de nossa religião], quando, [se], lhes dizem que a meta principal de um mórmon é tornar-se um deus? Não vale usar o velho argumento defendido por alguns ineptos que afirmam ser este um tema da doutrina profunda, e sobre isto não falam.
      Apenas para esclarecer, aviso, este texto não é sobre a doutrina Mórmon, se faço menção dela no início, é para justificar minha resposta à mensagem de um afoito e feroz “defensor” do mormonismo, que ao se pronunciar contra nossa associação com a Maçonaria, disse: “caro irmão, modere seu linguajar [?], não suporto mais seus textos na internet difamando o profeta, talvez não seja sua intenção, mas, em vários momentos você parece desejar nos combater” [...]. Confesso que fiquei chocado com essas palavras, não consigo imaginar de onde ele extraiu idéias tão estapafúrdias, quem será que o convenceu de que pretendo desconstruir verdades que considero sagradas e eternas?
Muitos de vocês não sabem, mas, eu e minha esposa, com nossos quatro filhos, somos uma família eterna. Que eu sou um mórmon convicto [converso á 21 anos ininterruptos], que durante dois anos manteve um filho na missão de proselitismo. Que tem três filhas, sendo as duas mais velhas casadas e seladas no templo, com missionários retornados. Que é parte de nosso conjunto de fé, aceitar sem ressalvas, como verdade eterna a doutrina de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, sendo assim pergunto: como pode alguém ousar me acusar de tentar destruir a Igreja do Salvador Jesus Cristo?
      Caros irmãos, entendam que minha luta não é contra a doutrina, mas, sim, contra os achadores de verdades. A estes sim, tenho declarado guerra, luto contra os mágicos da “achologia” que extraem de suas fantasiosas cartolas mágicas interpretações não respaldadas pela doutrina e pela história, apenas por que as entendem ser a verdade.
É verdade que estou em guerra, mas esta é uma guerra deflagrada contra o preconceito que nasce no mais profundo e obscuro poço da ignorância. Não me confundam com os pretensiosos, porém, minha batalha é por levar luz [conhecimento] às mentes limitadas que deixam de usufruir do prazer do acerto, apenas por temer o erro.
      Entendo e aceito como razoável, que algumas pessoas não influenciadas pela luz de Cristo “não possam distinguir o bem do mal” [3], e que por estarem limitadas a este estágio da vida em que se encontram, fiquem arrepiadas com a simples sugestão de que alguém possa acreditar na possibilidade de torna-se um deus. Mas, não tolero, não considero razoável que um Mórmon seja colocado à margem do caminho, apenas por que aceitou ver a luz que brilha na relação mórmons maçons.
      Agora, nesta parte do texto, tentarei conduzir meu leitor a reflexão, desta vez sobre crença e descrença. Pois penso que somente entendendo este paradigma, poderemos conversar sobre a relação do mormonismo com a Maçonaria. Relação esta, que hoje mais que antes é um tabu que tem afastado da mesa das discussões, e das escaladas hierárquicas, qualquer um que ouse declarar publicamente que sua mãe é uma viúva. Como explicar o inexplicável? Como dizer, sem magoar, que aqueles que culminaram ao ápice da pirâmide, hoje, sentem verdadeira ojeriza pela maçonaria?
Seria medo?
      [...], medo de que?
      Talvez este temor de origem desconhecida um dia explique o porquê da existência de tanta intolerância, o porquê da existência deste sentimento que tem marcado um “X” na testa de cada mórmon maçom, nos impedindo de chegar ao zênite desta “cadeia de apoteoses”. Talvez um dia, mesmo nas entrelinhas, alguém faça uma nova declaração que corrija esta vergonhosa injustiça que é cometida pelos mais esclarecidos.
      Mas, enquanto este dia não acontece, estarei escrevendo, descobrindo e revelando, que nem todos estão dispostos a permitir que algumas verdades, agora inconvenientes, sejam expostas. E, se as exponho, não faço isto por vaidade ou rebeldia, mas, sim, por que as escolhas que fiz não me permitem aceitar ser contado com os omissos e os deturpadores. Entendam que o conhecimento é uma dádiva divina, e que “ha quem muito for dado, muito será requerido” [2]. Saber disto gera em mim a responsabilidade de querer antecipar minha prestação de contas. Mas, contraditoriamente, nesta contabilidade de tomadas de decisões, o preço a ser pago por investigar, e tornar publico, fatos que uma minoria maior, prefere manter escondido, algumas vezes tem o tom da tristeza e do abandono. Por estas, e outras, razões, torna-se quase impossível encontrar um mórmon maçom, que afirme aos não lavados no mar de bronze, que em algum momento de nossa história fomos influenciados pelos rituais da Maçonaria, ou até mesmo demonstre aceitar como verdade, que logo após iniciado Maçom, o profeta Joseph Smith intencionalmente adequou certos rituais à nossa necessidade. Abraçar esta bandeira pode significar a escolha por uma trilha solitária. Inclusive, em alguns casos, isto significa suicídio religioso, e como não me encaixo no perfil dos suicidas, e para não ser confundido com um apóstata, vocês não encontrarão nenhuma destas afirmações em meus textos.
      Nos seguidos anos em que venho escrevendo e publicando, tenho colecionado várias mensagens de críticas e apoios. Recentemente, analisando algumas destas, concluir que entre os discordantes existe uma regra básica, eles costumam deixar vazar pelas entrelinhas seus medos, dentre os quais, destaco o temor de que seja verdade aquilo que dizem sobre o profeta Joseph Smith haver plagiado os rituais da Maçonaria. Apenas para que melhor me faça compreendido, dividi os que me escrevem em três blocos, vejamos a seguir:

a) No primeiro bloco tenho relacionado todos os meus irmãos mórmons que negam qualquer possibilidade de haver uma relação entre as duas entidades. Para eles, se existir uma única semelhança, esta é fruto do acaso, ou em segunda hipótese, é um plágio das “coisas de Deus” realizado por algum dos maçons operário do templo de Salomão. Para validar este pensamento, eles costumam se apoiar na seguinte citação: “nós temos a verdadeira Maçonaria. A Maçonaria de hoje foi recebida da apostasia que ocorreu nos dias de Salomão e Davi. Eles têm uma ou outra coisa correta, mas nós temos a coisa verdadeira” [1]. Os defensores desta constrangedora teoria, constantemente apontam a Maçonaria como uma organização antítese das “coisas de Deus”. Eles dizem; “a Maçonaria é uma instituição que tenta desvirtuar os símbolos sagrados do templo tornando-os comuns a todas as pessoas”.
Concluo que talvez procedam assim por pensarem que, se, o profeta Joseph Smith copiou a Maçonaria, isto automaticamente torna suas reivindicações como profeta, inconsistentes com a verdade.

b) No segundo bloco estão alistados todos os mórmons maçons e ou simpatizantes, é neste que me enquadro. As pessoas que se encontram neste bloco deveriam ser vistas como aqueles que já se despiram do preconceito, da ignorância moncosa, que tendo recebido a luz, agora são livres, não permitindo que sua [nossa] fé seja atingida negativamente pela possibilidade do racional, do profeta haver lançado mãos do bom e do belo, e os haver transportado para a doutrina mórmon como forma de auxilio para explicar o sagrado. Para validar este pensamento recorro a 13º Regra de Fé que diz “... se houver qualquer coisa virtuosa, amável, de boa fama ou louvável, nós a procuraremos”.

c) No terceiro e último bloco, estão alistados todos aqueles que combatem o mormonismo, que concentram suas ogivas bélicas, na direção de qualquer semelhança que ratifique suas afirmações maldosas. Sua principal fonte de motivação é o desejo de garimpar provas que comprovem a certeza que têm, de que o profeta Joseph Smith agiu para atender suas necessidades pessoais, quando, [se], lançou mãos dos rituais da Maçonaria para explicar a doutrina Mórmon. Agindo desta forma eles pretendem privar o profeta do benefício da inspiração divina, pois pensam que se conseguirem realizar este intento estão destruindo o mormonismo.

      Sei que tentar explicar aqueles que me escrevem, ou dividi-los em grupos, não encerra a discussão sobre o assunto. Assim como sei também, que adotar algum tipo de abordagem, que não deixe margens a serem preenchidas pela razão, é um risco para a fé de quem tenta explicar este assunto tão controverso. O beneficio da dúvida é um dom divino, que se explica pelas leis do livre arbítrio, e este, é desejo divino que seja preservado. Não podemos arbitrar a partir do entendimento dos kamikazes, para quem não existe meio termo, ou é "tudo ou nada," esta forma de analisar as coisas, apenas cria barreiras que nos impedirão de enxergar a luz, [que é a verdade], escondida por trás da relação mórmons maçons.
      Eu, quando um mórmon maçom, me sinto confortável por saber que cinco de meus maiores líderes foram maçons, pois a simples presença deles na Maçonaria me é garantia suficiente de que estou fazendo a coisa certa. Porém, não posso deixar de ficar incomodado com o indecente e abstrato silêncio da Igreja. Somos criticados e rotulados por pessoas que nada sabem sobre nós, cujo único intento é fortalecer seus negócios religiosos, nossa primaveril relação com a Maçonaria é motivo de desordem mental para eles, e mesmo assim, não temos uma única manifestação de defesa proferida por aqueles que deveriam fazer-la. Penso que a ausência dessa manifestação não nos cai bem, a escolha pelo silêncio, é um erro que em algum momento, se é que este momento ainda não chegou, será cobrado de todos nós. Penso que ao chegar este momento, teremos que colher os amargos frutos das escolhas erradas, [...] e aí talvez seja tarde, pois este hiato já terá se tornado um germe de muitas novas dúvidas.
      Não podemos vendar nossos olhos, e escolher sobre quais assuntos desejamos falar, principalmente quando a história secular foi tão fiel em seus registros. Ficar calado para fatos históricos tão relevantes tem feito com que a história do mormonismo seja contada de forma diferente aos acontecidos. Nossos historiadores contorcem-se em estranhos malabarismos para tentar explicar nossa relação com a Maçonaria. E como conseqüência, capítulos inteiros de nossas memórias estão sendo mutilados. Sob a alegação de não ter nenhum valor doutrinário, estamos abandonando o fato de que o profeta Joseph Smith foi iniciado Maçom.
      Embora alguns não gostem, e até preferem que este fosse um fato já esquecido, a iniciação maçônica do profeta é um acontecimento incontestável, que teve e tem implicações diretas no que somos hoje. Se ele utilizou os rituais da Maçonaria para explicar, ou até mesmo construir os rituais do templo, ou se recebeu estes rituais na forma de uma revelação divina, esta é uma questão que deverá ser resolvida pela fé, deixando-nos livres para usufruir o privilégio de conhecer nossa história. Se fizermos assim, ninguém que pesquisar a história da Maçonaria vai ignorar suas contribuições às religiões, inclusive A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, ou será que surgirão com novas explicações na tentativa de convencer de que os mórmons pioneiros iniciados maçons, somente o foram por que lhes sobravam tempo ou não tinham nada melhor para fazer?
      Encerro minha fala compartilhando minha convicção de que as revelações não  tiveram um fim, que mesmo existindo algumas semelhanças entre os rituais da Maçonaria e os rituais do Templo, Joseph Smith foi um profeta chamado por Deus, as semelhanças não negam isto, apenas confirmam que as duas entidades um dia beberam da mesma fonte. Saber da existência das semelhanças, não deve servir de fortuitas desculpas para justificar a debilidade da fé de alguns.

[1] - (Heber C. Kimball, Manuscript History of Brigham Young, Unpublished, November 13, 1858, LDS Church Archives. Citado por Stanley B. Kimball, Heber C. Kimball: Mormon Patriarch & Pioneer).
[2] – Bíblia, Lucas 12:47
[3] – Livro de Mórmon, Morôni 7:16

MAÇONARIA E ATEÍSMO


Cesóstre Guimarães de Oliveira


Até certo ponto, julgo ser compreensível um não iniciado, que por não ter acesso ás nossas sigilosas informações rituais, tenha algumas dúvidas sobre o comportamento da Maçonaria em relação às religiões, e, talvez, essas dúvidas possam até ser compreendidas como a conseqüência natural das coisas. Porém, esta explicação não anula o desconforto que sinto ao ler certas literatices semeadas na internet ou em outros locais. Suponho que este meu comportamento, explique o por que de certa vez, alguém haver me rotulado de arrogante. Mas, em verdade, antes de ser arrogante, sou apenas alguém que defende aquilo que é de seu domínio de conhecimento.

Não que me julgo letrado, apenas sou convicto, que a compreensão da lógica maçônica somente é possível ao Maçom. Por essa certeza, não escondo minha desconfiança às falácias de qualquer um que esteja fora deste contexto, que mesmo de boa vontade esboce alguma tentativa de nos explicar, para mim essas tentativas não passam de meras especulações distribuídas a uma platéia disposta em acreditar sobre qualquer coisa.
Seguindo esta linha de raciocínio, apenas tencionando rebater as afirmações incoerentes, que são vomitadas pelos pseudos letrados, pessoas que não passam de plagiadores sensacionalistas da literatura de cordel, que distanciados das rimas engraçadas, em completa desarmonia com a sextilha, abandonam seus pavões misteriosos para reclamar o direito de atacar a Maçonaria em nome da defesa daquilo que chamam fé.
Estes duvidosos pensadores, na verdade não passam de macilentos santos de procissão, que trazem consigo suas auréolas feitas de arame recozido, pensando estar validando aquilo que supõem ser incríveis descobertas de contradições, nas afirmações de alguns maçons.
Perdidos numa trama de teias aracnídeas, movendo-se sorrateiramente pelas palavras bonitas, escondendo suas verdadeiras intenções, esboçando falsos sorrisos de inocência, costumam argumentar:
É verdade que a Maçonaria não é religião?
Se não é, por que um ateu não pode ser iniciado?”
Estas perguntas, nada inocentes, me foram submetidas por um leitor que dentre vários objetivos, destaco sua intenção de também agredir minha convicção religiosa. Ele veio até mim munido de pensamentos herdados [...], sabe lá, Deus, de quem?
Abusando das palavras rancorosas, confundindo malícia com amor fraterno, parcialismo com fé, tenta veemente provar que minha vida tem sido uma seqüência de equívocos, que se repetem alternadamente entre minha fé mórmon e minha convicção maçônica.
Ler suas palavras, apenas me conduziu a certeza de que ele não fez seu dever de casa. Deixou claro sua incapacidade de compreender tanto o mormonismo quanto a maçonaria, mergulhando num turvo lago de conclusões precipitadas, que apenas ratificam minha convicção de que tem dificuldades em assimilar qualquer coisa lhe requeira um pouco mais de raciocínio lógico.
Talvez motivado pela pressa em finalizar suas conclusões [que considera brilhante], ignorou que um simples ato, como o da consulta a fontes verdadeiras, poderia conduzi-lo ao caminho da compreensão, do porque a Maçonaria não aceitar ateus. Talvez se verdadeiramente houvesse o desejo de aprender, teria dedicado mais tempo a pesquisar, e assim aprenderia que “Constituição de Anderson” exige de cada candidato a manifestação da crença no Ser Supremo.
Embora tenha me perguntado, demonstrando suas desconexões de idéias, é certo que meu interlocutor sabe que “um ateu não pode ser Maçom”, ele mesmo diz isso em seu comentário. Quanto a mim, tenho aprendido que na Maçonaria o iniciado é livre para buscar seu próprio caminho ou destino espiritual. Por diversas vezes tenho repetido que “o sectarismo religioso, se algum dia existiu entre nós, a muito foi erradicado.
Eu, quando Mórmon Maçom, fico incomodado com a malfadada cultura do “denominacionalísmo”, que é fruto das tentativas de correção do cristianismo, por parte dos movimentos de reforma, que tornaram a religião um negócio lucrativo, tratado e administrado por facções, onde as diferenças são acentuadas pelas interpretações pessoais dos escritos sagrados.
Erra aquele que ver na Maçonaria uma aliada para seus desmantelos, erra aquele que confunde a Maçonaria com uma seita protestantismo, erra aquele que busca ganhar seu quinhão difamando os que julga ser seus concorrentes, mesmo que estes sejam as religiões. A Maçonaria não estar "compromissada" com nenhuma religião especifica, nosso compromisso é com a liberdade religiosa, e para tristeza dos apologistas anti maçons, independente de seus esforços, nem mesmo ela é uma religião. As portas da Maçonaria são largas o bastante para receber qualquer um que esteja livre das decisões pré fabricadas, assim como também estão abertas para os homens de bem, de todas as origens religiosas.
O zelo da Maçonaria para com o individuo, vai muito além dos limites estabelecidos pela religião. Entendemos que as religiões são importantes, e as queremos como parceiras, mas, deixamos claro que onde o individuo vai depositar sua fé, é um assunto que diz respeito unicamente a ele, e sobre isto a Maçonaria não arbitra. É privilégio do Maçom receber da Maçonaria a liberdade religiosa, de forma tal, que igual, somente nas previsões constitucionais dos países. Compreendemos que esta liberdade seja fundamental para nossa sobrevivência. Sendo assim, aquele que excluiu de sua vida a crença no Ser Supremo, não terá lugar entre nós.
Ao ouvir alguém falar sobre ateísmo me ocorre o pensamento: será que realmente ele compreende o significado desta expressão? Então, apenas para uniformizar o contexto, transcrevo o que diz o dicionário [Aurélio da Língua Portuguesa - 3ª. edição, 1ª. impressão da Editora Positivo, revista e atualizada do Aurélio Século XXI – Versão Eletrônica], onde consta o seguinte significado para ateu [do grego] átheos: “aquele que não crê em Deus ou nos deuses”.
Sendo assim, analisando o que disse o dicionário, é fácil concluir que bem poucos, têm a compreensão real do significado desta expressão, normalmente os indoutos aplicam o significado desta palavra somente ao contexto cristão, quantas vezes não temos ouvido alguém ser rotulado de ateu apenas por que não acredita no Deus cristão? [Eu creio!], Enquanto que o correto seria reconhecer como ateu, apenas aquele que demonstra completa ausência de crença em um deus, seja ele quem for.
Não posso lhes precisar, onde exatamente na história teve inicio este [crasso] erro, que rotula de ateu a qualquer um que não confessa fé no Deus cristão. Talvez seja apenas mais um fruto do conflito teológico vivido pelos primeiros cristãos na formação dos dogmas do cristianismo, neste momento apenas posso especular.
A história é rica em detalhes na descrição das influencias não cristãs infligidas aos cidadãos do vasto Império Romano. Afinal quem dentre aqueles que pesquisam a história do cristianismo, desconhece que foi graças às dimensões geográficas e políticas do Império Romano, que os precursores da cristandade puderam levar ao mundo sua religião? [vide a história completa de Paulo de Tarso e Flávio Valério Aurélio Constantino].
Quem desconhece que uma das [talvez a maior] características do Império Romano era a prática politeísta? Procedimento este, que aos olhos dos zelosos primeiros cristãos não passava de paganismo, que talvez tenha sido rotulado simplesmente ateísmo.
Por via de compreensão genérica, nós cristãos somos monoteístas, e a base de nossa fé estar lançada sob [e em alguns casos sobre] as palavras do Cristo, que, quando em vida, como homem humano, ensinou sobre tolerância e o amor fraternal. Hoje, passados dois mil anos, os radicais proliferaram como uma infecção, e não mais conformados com os discursos retóricos, transformaram em sua nova rotina, o ataque a ao livre arbítrio, rotulando [pejorativamente] de ateu qualquer um que discorde de suas convicções.
Escrever sobre questões teológicas me deixa desconfortável, temo ser mal interpretado, além deste tipo de abordagem significar abandono do espaço delimitado para as discussões do blog. Compreendam que ateísmo é um tema que se encontra nos limites das discussões que há muito abrir mão do direito de explorar, já que tanto A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias quanto a Maçonaria instruem aos seus associados, assumirem o posicionamento da neutralidade e respeito para com as decisões individuais, inclusive quando houver ausência de manifestação de fé.
Falar sobre ateísmo é abrir espaço para a discussão religiosa, pois como abordarei este tema, sem referendar o que dizem os fabricantes de rótulos, que acusam “a Maçonaria de ser incompatível com o cristianismo?”. Este pensamento reflete apenas o pensamento dos ignorantes que vêem o demônio em qualquer coisa ou lugar que lhes foge a compreensão, aquilo que não explicam pela fé, a ausência da razão atribui ao diabo. Lembremo-nos de Galileu Galilei, um gênio da astronomia que obrigado pelos “interpretadores de Deus” precisou negar sua descoberta, para não ser queimado como herege, uma vez que suas afirmações contrariavam aquilo que dizia o entendimento geral dos religiosos. Ações iguais a destes interpretadores de Deus, ratificam minha certeza de que o homem se encontra perdido em meio aos seus temores. Despreparados para compreender o porquê de sua existência, alguns atacam a tudo e a todos que se distanciam daquilo que previamente definiram como verdade absoluta.
Ainda digo mais, são estes “sábios”, que controlam os pensamentos de uma larga maioria de incautos seguidores, que por puro partidarismo, preferem ignorar que a Maçonaria não é mais uma das várias denominações religiosas que se moldam e se remodelam em velhas idéias. Preferem aceitar que a Maçonaria é a antítese do cristianismo, a terem que conviver com uma entidade que constantemente lhes faz lembrar seus desmazelos.
Ao ser interpelado sobre a existência de um deus próprio da Maçonaria, respondo que este não existe. Criar uma entidade divinizada para a Maçonaria é apenas mais uma das muitas bobagens que têm sido realizadas pelos anti maçons. Talvez quando afirmam bobagens semelhantes a esta, apenas estão aludindo aos deuses defendidos por cada Maçom em sua esfera religiosa. Os ignorantes desconhecem que a esta liberdade Jesus Cristo chamou livre arbítrio, [Pretendemos o privilégio de adorar a Deus Todo-Poderoso de acordo com os ditames de nossa própria consciência; e concedemos a todos os homens o mesmo privilégio, deixando-os adorar como, onde ou o que desejarem – Regras de Fé, 11.]. Preciso dizer algo mais?
Sobre a representatividade plural dos deuses na Maçonaria, eu, um Mórmon Maçom, digo apenas que o homem é livre para conservar suas crenças, livre para permanecer em sintonia com sua religião. Não nos importa quem é seu deus. Não discutimos se o deus “A” é mais verdadeiro que o “B”, se o “C” é mais santo que o “D”, esta discussão pertence aos zelotes e não a Maçonaria. Jamais será permitido que dentre as paredes de um templo Maçom, um irmão seja desrespeitado em sua fé, jamais será permitido que suas crenças sejam agredidas, deixamos as discussões sectárias para os intolerantes da religião.
Que ninguém ouse duvidar, mesmo após iniciado, um Maçom continuará livre para cultuar seu deus, e jamais será constrangido a deixá-lo em nome de uma nova fé, independe se estamos a falar do cristianismo, budismo, islamismo, judaísmo, etc. Dentre nós maçons o homem sempre será livre para fazer suas escolhas, se estamos errados em assim proceder... Viva o erro.

PENSAMENTO, ORIGENS E TESTEMUNHO



Abdias Flauber Dias Barros

Como o leitor já deve ter notado, este texto é uma das raras publicações no blog, onde não sou o autor. Desta vez vos trago as palavras de Abdias Flauber Barros, um mórmon maçom, que em um texto bem elaborado, abusando da liberdade que goza como livre pensador nos apresenta suas conclusões e seu testemunho a partir de uma perspectiva histórica, onde ele, um filho de Geia, descontente com as decisões de Urano, saiu em busca, e conquistou a luz. [...] e a luz lhe foi dada.
Neste texto que para alguns pode parecer curto, ele compartilha parte de suas convicções. Para mim o texto é completo, é verdadeiro e transpira convicção, pois nele Flauber compartilha seu testemunho de uma forma lúcida sem tentar violar nosso livre arbítrio, ele escreveu: “[Ser Maçom] é uma escolha pessoal e não interfere em nada no seu relacionamento com Deus”. Nesta frase ele deixa claro sua convicção de que um Santo dos Últimos Dias é livre para ser maçom se assim desejar.
Convido a todos, para que façam esta leitura. Porém, antes, se desvencilhem das marcas impostas pela ignorância, que de todas, é a mais marcante característica dos fotofóbicos, pois só assim poderão desfrutar do texto em sua plenitude.
Cesóstre.

“Sempre fui muito curioso para saber ou entender as coisas que me despertavam o interesse. Saber como algo funcionava ou a origem do nome de um lugar sempre me fascinou. Ao longo destas buscas pessoais descobri inclusive que lendas e mistérios sempre tinham uma origem, uma explicação que deveria atender as exigências da razão.
Quando fui convidado para fazer parte de um grupo de livres pensadores me despertou o interesse em saber mais sobre uma antiga relação que havia entre os fundadores do mormonismo, minha religião, e esta antiga Ordem Maçônica. (ver History of the Church, vol. 4, ps. 550-551)
Queria saber de documentos gerados pela Igreja dando conta dos porquês, como, aonde e quem se filiou na ocasião. Queria saber a importância deste elo entre as duas organizações, até porque se esta relação teve tanta importância a ponto de resultar na filiação do profeta fundador da Igreja SUD juntamente com onze dos seus doze apóstolos na ocasião e mesmo após a morte deste, se perpetuou através dos quatro profetas seguintes, deveria ser uma instituição muito importante para a Igreja e com padrões que poderiam aperfeiçoar seus integrantes ainda mais. Uma observação que achei interessante e extremamente válida de ressaltar é que daqueles doze apóstolos quem não quis pertencer à Maçonaria foi Orson Pratt, que nem por isso foi “ostracizado” pelos demais membros do quórum dos doze ou mesmo o profeta. Foi uma escolha inteiramente pessoal. Por suas próprias razões ele decidiu ser desnecessário uma vez que sentia que no Evangelho se encontravam todas as normas e ditames para sermos salvos e retornar à presença do Pai Celeste.
Quero enfatizar este exemplo de Orson Pratt, pois posso utilizá-lo em defesa dos eventuais ataques quanto à decisão de ser maçom. Mais uma vez, é uma escolha pessoal e não interfere em nada no seu relacionamento com Deus, sua família e comunidade. Digamos que alguns sentem o desejo de querer obter ainda mais luz e conhecimento, desejam uma variedade maior de ferramentas as quais desbastarão a sua pedra bruta. A nem todos esta urgência ou necessidade lhes toca, pois já sentem em seus corações que o que lhes é ensinado lhes é o bastante e até mais que suficiente para digerir, o que é muito positivo.
“Qualquer princípio de inteligência que alcançarmos nesta vida, surgirá conosco na ressurreição. E se nesta vida uma pessoa, por sua diligência, e obediência, adquirir mais conhecimento e inteligência do que outra, ela terá tanto mais vantagem no mundo futuro” - [Doutrina & Convênios 130:18-19].
Já a outros, querem buscar algo a mais, pois já digerem o que está ao seu alcance mais rapidamente, o que também é positivo.
O importante é lembrar que um não é melhor que o outro, são degraus de conhecimento que uns galgam mais facilmente ou rapidamente que outros. Também que este canal de transmissão de conhecimento não é essencial e extensível a todos, apenas para os que sentem a necessidade de ferramentas diferentes para executar o trabalho, estes são os pedreiros livres, a quem chamamos, origem da palavra em inglês ‘freemasons’, da Inglaterra, lugar aonde a Maçonaria oficialmente se originou.
Um de nossos maiores trabalhos é o de combater a ignorância, pensando nisto resolvi escrever este pensamento como forma de agradecer ao excelente e extenso e exaustivo trabalho que o nobre e valoroso irmão Cesóstre tem realizado com seu blog.

LÚCIFER, SANTO OU DEMÔNIO?

Cesóstre Guimarães de Oliveira
cesostre@hotmail.com

Odorico Paraguaçu, “O Bem Amado” [Globo 1973], um belíssimo exemplar do típico político brasileiro, que com raríssimas exceções podem ser caracterizados como: falastrões, desonestos, populistas, neologistas e promíscuos. Odorico, um personagem de Dias Gomes [1922 – 1999], que transvestido pelo ator Paulo Gracindo, abusando do humor, retratou os políticos [desonestos] da época, os mesmos que nos deixaram como herança os modernos coronéis que trocaram a chibata pelo laptop.
Porém, antes que o leitor apolítico abandone a leitura deste texto, pensando trata-se de uma resenha de partidarização, faço-lhe o convite para que continue a leitura, pois mesmo o primeiro parágrafo sugerindo existir em mim pequena pitada de interesse pela política, o tema central desta escrita é a Maçonaria em sua relação com o Mormonismo. Por isso, retomando meu norte, neste texto estarei limitado ao meu propósito, apenas, usando como gancho, a mais celebre de todas as frases de Odorico Paraguaçu, razão única d’eu citá-lo: “A ignorância é que atravanca o progresso”. Agora, talvez, seja o momento de você dizer: “o Cesóstre viajou muito agora, o que tem haver Odorico Paraguaçu com a Maçonaria?
Minha resposta é... NADA, os assuntos não têm relação. Se, talvez, não fosse o chavão do personagem, ele nem seria citado neste texto. Mas, como seu dito retrata com eximia mestria minha indignação quando li o texto que me foi enviado há alguns dias por um irmão Mórmon que se auto-intitulou “um pesquisador do assunto Maçonaria”. Este irmão Mórmon veio até mim, munido de textos mal retalhados de seus contextos, onde em uma peça quasimoda, focada em sua desconfiança para com a Maçonaria, transita com certa tranqüilidade por perigosas vias. São sites e blogs editorados por anti mórmons e anti maçons que compulsivamente combatem as duas fraternidades. Fiquei perplexo com sua intimidade para com o raciocínio dos amigos protestantes que nos combatem.
Alegando um zelo invisível para mim, na ânsia por combater a Maçonaria ele ratifica sua fala citando referencias localizadas em sites protestantes que também combatem A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Para ele parece fácil acusa a Maçonaria de praticar o satanismo, embora em seu texto não tente explicar como fez para conciliar as afirmações dos sites protestantes [consultados], com a história do mormonismo.
Em seus devaneios, ele traça o perfil de uma Maçonaria que não reconheço, e prossegue manifestando pensamentos que muito se assemelham aos dos ignorantes que proliferam epidemicamente na internet, deixando em mim a impressão de que para esta contaminação não existe vacina. Abusando de sua habilidade para isolar textos de contextos, extrai levianamente, da obra de Albert Pike, a quem ironicamente chama “Papa da Maçonaria”, algumas linhas que pós [nova] contextualização, muda aquilo que foi dito por Pike.
E assim, agindo maldosamente, utilizando ferramentas que não condizem com o que se espera de um Santo dos Últimos Dias, este acéfalo, ao decifrar suas “fontes de pesquisas”, ignora que Satanás nada representa nos rituais da Maçonaria. Deslizando de forma sorrateira, abordando temas que não domina, sibila insinuações, que, se, em outro momento, eu aceitaria como inocência, se não fossem suas evidentes intenções factóides, quando afirma que a Maçonaria pratica um rito diabólico, e que dentre meus objetivos quando bloguista, estar á destruição da fé Mórmon.
Como pode ele, alicerçado nos ditos daqueles que combatem A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, vim até mim, lambuzado de conclusões preconceituosas, trazendo sua taça cheia do transbordo dos preconceituosos anti-maçons, ousar criticar a milenar fraternidade? Desesperadamente ele tenta me convencer de que suas interpretações às palavras de Albert Pike [escritas em Moral e Dogmas] são verdadeiras, e cita fora de seu contexto a expressão "luciferiano" que foi utilizada por Pike para referendar a necessária busca pelo conhecimento, como clara demonstração de que o mesmo era satanista.
Sem demonstrar constrangimento, ele continua a distorcer verdades que desconhece, se perde nas divagações, inclusive citando textos que não se relacionam. Claramente ele não entende que Albert Pike ao se referir a um caminho “luciferiano", não estar se referindo ao anjo bíblico caído, mas simplesmente buscava aplicar o significado literal da expressão Lúcifer, que é estrela da manhã, tendo como referencia o conhecimento, que é luz e verdade. Em nenhum momento dos escritos de Pike alguém encontrará qualquer expressão que surgira que o Lúcifer a que se refere é o mesmo anjo negro, [do pecado], que após sua expulsão da presença de Deus se tornou Satanás [ou diabo].
A compreensão para estas coisas ficam mais claras quando buscamos no latim, a tradução para a palavra Lúcifer, uma vez que ela não existe nos textos originais hebraicos. Aos que ignoram, Lúcifer é uma palavra de origem latina, que se o leitor pesquisar irá descobrir que a expressão significa apenas “estrela da manhã”, “portador da luz”, etc. Por tanto, quando se referiu à luz luciferiana, Albert Pike estava somente se reportando ao significado literal da palavra Lúcifer, qualquer um, que use de bom senso, concordará que ele estava correto em sua forma de pensar. Se buscarmos alguma alusão ao mal, nos textos de Albert Pike, jamais encontraremos qualquer sugestão que aponte para o maléfico, a não ser que intencional e maldosamente assim desejarmos fazer. Basta apenas algumas poucas leituras daquilo que foi dito por Pike para que se confirme que suas definições para Lúcifer, são antíteses do mal, e, que, por conseqüência de interpretação e bom senso, Lúcifer é o opositor da escuridão satânica.
A catequização efetuada pelo catolicismo, nos séculos de domínio totalitário religioso, parece ter entranhado na mente das pessoas, de tal forma, que mesmo após o movimento de reforma e restauração, alguns ainda continuam dependentes de suas interpretações para acreditar. Para estes, saber que Albert Pike afirmou que Lúcifer é o portador da luz faz suas mentes delirar, a exemplo disto temos este indouto irmão Mórmon, que em suas próprias palavras disse: “ao ler tal afirmação, por várias vezes fui do céu ao inferno, minha mente não consegue assimilar tal apostasia”. Suas palavras deixam claro que a simples afirmação de Pike foi suficiente para que tivesse a certeza de que a Maçonaria é um culto a Satanás, porém, mais uma vez, ao pensar assim, ele prefere ignorar os registros históricos... Joseph Smith, Brighan Young, John Taylor, Wilfor Woodrof, Lorenzo Snow e outros.
Pobre e infeliz bípede, como consegue nutrir tua fé? Talvez o que você precise seja de um pouco da luz luciferiana, [conhecimento]. Será meu irmão que você, que se diz ter vários anos de escrituras, nunca leu na Bíblia, no livro do Apocalipse, capitulo 22, verso 16, onde o próprio Senhor Jesus Cristo [o Filho Unigênito de Deus] chama a si próprio de Lúcifer, que por tradução [entre outros significados] é “resplandecente estrela da manhã”?
Ou talvez você precisa ler no segundo livro de Pedro, capitulo 1, verso 19, onde estar escrito: "E temos, mui firme, a palavra dos profetas, à qual bem fazeis em estar atentos, como a uma luz que alumia em lugar escuro, até que o dia amanheça, e a estrela da alva apareça em vossos corações." Você nem ninguém precisa cursar nenhuma faculdade ou realizar grandes feitos para entender que aqui a expressão traduzida como estrela da alva é Lúcifer, e também não pode ignorar que o Lúcifer referendado neste texto é nada mais, ou menos, que o próprio Senhor Jesus Cristo, o filho de Deus. Existem outras referências que poderiam ser citadas, inclusive eu poderia enumerá-las para você, mas não o farei, pois entendo que esta é uma discussão que deve permanecer no campo da semântica, e de modo algum pode invadir os espaços reservados a teologia.
Penso que além de você, existem mais alguns de meus outros leitores que ignoram que a expressão Lúcifer só foi adicionada ao léxico religioso quando o texto hebraico contido no livro de Isaías, no capitulo 14, verso 12, que diz: "Ben-Shachar HeYLeL" [Que significa: estrela da manhã, filha da alva.) foi traduzido para "heosphoros" [palavra grega que define o planeta Vênus como a estrela da manhã] na Septuaginta, sendo depois, e somente depois, traduzido para "Lúcifer" na Vulgata [do grego Septuaginta]. O capitulo 14 do livro de Isaías é na verdade uma profecia de denúncia contra os reis da Babilônia, especificamente contra Tiglate-Pileser III. Embora o texto trate dos protegidos de Deus, não é uma questão teológica, a discussão estar limitada a um governante que tenta exercer injusto domínio sobre a nação escolhida por Deus para cultuá-lo. Se observarmos no verso 12 do mesmo capitulo, notaremos que o profeta caracteriza a arrogância de Tiglate-Pileser III, que se apresenta como capaz de surgir no céu como a estrela da manhã [Jeovah].
O texto bíblico é claro ao descrever o que lhe aconteceu, ele caiu por terra, foi subjugado, foi humilhado pela vingança do Senhor que se manifestou.
Tentar provar que Albert Pike era satanísta, têm sido o desafio mor de todos os anti maçons. Eu os vejo como crianças, que de forma inconseqüente tentam agredir a Maçonaria apenas por que muitos o fazem. Saiba que usar a expressão Lúcifer como se esta fosse sinônima da palavra "Satã" [sathane], é um erro que se constitui em ofensa a deidade.
Você deve ter lido em tua pesquisa que alguns teólogos se referem a Lúcifer como a forma pela qual Satanás era nomeado antes de sua expulsão do Céu, já outros se referem a Lúcifer e Satanás, como se fossem duas entidades distintas, e ainda existem aqueles que igual a você, tratam as duas palavras como se fossem sinônimos. Se pesquisar bem [não muito, mais bem] observará que tanto as convenções literárias quanto os ensinamentos cristãos, historicamente parecem não entrarem em consenso quando o assunto é uma definição padrão. Mas, independente de haver ou não o consenso, deixo claro que um autor pode usar tanto o termo Lúcifer quanto luciferiano, sem que com isto esteja se referindo a Satanás, e foi neste contexto que usou Albert Pike.
Gostaria de ter mais espaço para abordar este tema, pois penso que seria necessário muitas laudas para explicar a confusão feita quando da interpretação dos textos de Moral e Dogmas, mas este é um outro projeto.
Entendo que o assunto é polêmico, ao ponto de que mesmo que se tente explicar, novas dúvidas irão surgir. Por isso não considero o assunto encerrado, pensar tal coisa seria muita presunção de minha parte, talvez meu texto elimine algumas dúvidas, mas sei também que muitas outras serão plantadas, de uma coisa tenho certeza..., minhas afirmações se tornarão em combustível a ser queimado na fogueira das vaidades.

REFLEXÕES MAÇÔNICAS

Cesóstre Guimarães de Oliveira
cesostre@hotmail.com

 

      Qualquer um que tenha acesso a internet e busque na página do Grande Oriente do Brasil uma definição para Maçonaria, encontrará a seguinte: “A Maçonaria é uma instituição essencialmente filosófica, filantrópica, educativa e progressista” [http://www.gob.org.br/gob/index.php?option=com_content&view=article&id=51&Itemid=65 em 06/05/2011, as 23:51h]. Depois disto segue detalhada dissertação na contextualização desta verdade, tencionando com isto dirimir as duvidas preconceituosas que insistem em existir.
      Mesmo sem discordar de nada ali registrado, eu, um livre pensador, [valendo-me da liberdade impar, que goza o Maçom], faço questão de deixar registrada minha própria definição sobre quem somos ou o que pretendemos. Porém, antes desejo falar-lhes que sou irremediavelmente convicto de que somente as palavras não podem definir com fidelidade a Maçonaria, pois acredito que também é necessário, ao que investiga passar pela experiência da iniciação, para que, só então, assimile de forma completa aquilo que as palavras tentam dizer, caso contrário, qualquer explicação apresentada será apenas um multiplicador de pensamentos confusos, e isto independe de quem faz a explanação.
Por esta razão, digo ser um desafio digno de Heracles, a ser batalhado pelo não iniciado que tenta compreender, o porquê da Maçonaria conceder direitos a cada Maçom de apresentar sua própria definição sobre a fraternidade. Em rápida análise esta liberdade pode parecer algo “excessivo” e “pernicioso” à própria fraternidade, mas só pensa assim, quem desconhece o mais básico dos direitos de um Maçom, a liberdade de expressão. É graças a esta liberdade, que minha interpretação se converte em prova definitiva de que a fraternidade não constrói, apóia ou mantém dogmas, pois estas são características das organizações que impõem o medo e o cerceamento da sagrada liberdade de expressão como forma de controle de seus cativos.
      A convicção maçônica afirma que somos “homens livres e de bons costumes”, que fomos escolhidos, após minuciosa seleção, para que desenvolvêssemos virtudes que já nos caracterizavam antes mesmo do ingresso na fraternidade, e que, estas virtudes agora crescidas e fortalecidas, deverão se tornar messes a humanidade.
      Em outras palavras, quero dizer que “A Maçonaria é uma instituição que existe para tornar homens bons em pessoas melhores. É nossa marca indelével combater sem nenhuma clemência os interesses duvidosos que visam privar o homem de seus direitos básicos”. É para lutar pelo bem que a Maçonaria conduz o iniciado por uma estrada que deverá ser percorrida até que ele [o iniciado] se torne uma pessoa [mais ainda] equilibrada.
      Procedendo assim o Maçom estar à luta por tornar o mundo um lugar melhor, onde cada ser humano viva em paz com seus semelhantes, independendo da raça, religião ou opção político-partidária de cada um. Agora que sou iniciado, muitas verdades antes incompreensíveis fazem sentido para mim, agora posso compreender o que significa dizer: “a Maçonaria é irremediavelmente opositora a qualquer um que faz uso da força como forma de obtenção do poder”. Agora entendo mais claramente nosso inalienável dever de primar pelo direito e pela justiça, lutando incansavelmente contra os tiranos déspotas, sem jamais esquecer que é nossa responsabilidade quando Maçom tornar o homem consciente de sua liberdade, para que, finalmente, e só então, possa ser dono de suas ações.
Pra definir Maçonaria, antes precisamos tornar marca indelével, que o ideal de liberdade preconizado pela Maçonaria é a visão de direito que não pode ser mergulhada nas escuras águas do esquecimento. Assim tem sido por toda nossa existência, para perpetuar este trabalho, temos buscado iniciar somente homens bons que de fato sejam compromissados com nossos ideais, embora, infelizmente, tenho que reconhecer [...], algumas vezes nos equivocamos em nossas escolhas, permitindo a contaminação da fraternidade com pessoas que são trazidas até nós, sedentas por saciar apenas seus interesses pessoais, mas, felizmente sua permanência é breve.
      Os indivíduos de quem falo, são os verdadeiros culpados de sermos tão criteriosos em nossas escolhas, pois a meta de cada Maçom têm sido iniciar somente aqueles que irão dar continuidade ao nosso trabalho de filantropia e justiça social. Como parte do processo de escolhas de um candidato, temos os submetemos ao crivo da Constituição de Anderson, que ainda hoje vigora como regra geral para todas as potencias regulares, pois a compreensão é que "todo homem livre e de bons costumes é um candidato em potencial.
      Espero que entenda que a liberdade alvo de minha reflexão neste texto é a filha do direito, é aquela que permite ao individuo tomar decisões que nortearão sua vida e a de outros, é aquela que empresta seu nome ao sentimento demonstrado pelos cativos dos dogmas que se quebram os aguilhões, é a mesma liberdade que habilita o candidato a Maçom, é aquela que se opõe aos maus hábitos, dentre os quais destaco o aprisionamento provocado pelo consumo das drogas ilegais, do uso que se faz de jogos que geram dependência psicológica privando o individuo de seu arbítrio sobre suas decisões.
Com certa freqüência tenho recebido e-mails de pessoas que manifestam o desejo de ser iniciado Maçom, em sua grande maioria são pessoas que se apresentam trazendo peculiar compreensão daquilo que julgam ser a Maçonaria. Eles quase sempre, se apresentam como profusos conhecedores do assunto, alguns alegam ter várias horas de navegação pela internet, como se estivessem a se candidatar a vaga de piloto de avião. Aparentemente como se buscassem o caminho mais fácil, também estão inscritos em sites de origem completamente desconhecida pela Maçonaria, sites duvidosos que em vez de lhes esclarecer suas dúvidas, criam novas, inclusive lhes prometendo uma [impossível] iniciação virtual.
      A estas inocentes vítimas da ganância de alguns desonestos, eu costumo lembrar que a internet é uma invenção do sagrado, que também pode ser usada pelo profano. Não duvido que se consiga alguma informação verdadeira sobre a Maçonaria na internet, existem os sites sérios. A página do GOB [www.gob.org.br] é um bom exemplo disto.
Aos pesquisadores recomendo atenção e muito cuidado, não permitam que lhes enganem, se deseja ser iniciado Maçom o primeiro passo é entrar em contato com alguém que comprovadamente você saiba ser Maçom.
      Aprenda como primeira lição: a iniciação maçônica é a combinação da experiência física com a espiritual, tentar separá-los é impossível. Se alguém lhes oferece iniciação pela internet ou através de qualquer outra forma que não seja a presença física em uma Loja [também física] regularmente constituída, saibam que estar sendo vitima de desonestos, não existe iniciação maçônica virtual.
A segunda lição é: ser Maçom é algo que ninguém poderá dar a você, tudo que podemos lhe oferecer é a oportunidade de realizar sua própria conquista iniciatica, somente você poderá decidir se é ou não Maçom.
      Alguns meses passado, uma vitima dos desonestos me escreveu alegando haver caído no conto do vigário [artigo 171 do Código Penal Brasileiro], ele disse: “A Maçonaria tem culpada na proliferação dos sites desonestos, pois, se a Maçonaria não evitasse a mídia todos teríamos mais informações sobre vocês, e assim seria impossível nos enganarem”. Eu sinto muito pelo ocorrido, é uma pena que pessoas cheias de boas intenções sejam vitimas de bandidos que abusam da boa fé, e por que não dizer da inocência de algumas pessoas, como esta que me escreveu.
      Mas ele foi injusto em sua acusação, uma vez que desconheço a fonte por ele consultada para dizer que a Maçonaria “foge” da mídia, confesso estar surpreso com esta afirmação, pois vários de nossos eventos são amplamente divulgados na mídia escrita, falada e televisionada, talvez este amigo [mais uma vez] tenha pesquisado no site errado, talvez novamente ele tenha recorrido a algum de origem e objetivos duvidosos, pois normalmente são nestas páginas que a verdade é distorcida.
      Nossos investigadores, como se estivessem a seguir uma excêntrica rotina, a cada novo dia nos surpreendem com seus pensamentos incongruentes. Em suas mentes viajam a deriva de mitológicas ficções, onde ser Maçom é sinônimo de riqueza e status, [como eu gostaria que isso fosse verdade]. Nestes seus devaneios, se assemelham a Bastian, o personagem central de um best seller de Michael Ende que em 1984 virou filme. Transvestidos de Bastian, estas pessoas se deleitam na leitura de sites fantasiosos buscando heróis imaginários que os livrem de uma possível Maçonaria dominadora do mundo, e sem nenhuma cerimônia aplicam aos maçons os mais estapafúrdios rótulos, dentre os quais destaco a acusação de que a Maçonaria é uma religião.
      Não sabem eles, que nos alistar no rol das religiões talvez seja dentre tantas a maior asneira que um anti maçom poderia elaborar, será que não entendem? Se Maçonaria fosse uma religião, seria a mais burra de todas, pois qual religião exige dos seus conversos que manifeste a crença em outra fé? Reflitam sobe isto.

CONFLUÊNCIAS MÓRMON MAÇOM

Cesóstre Guimarães de Oliveira
cesostre@hotmail.com


      Independente das teorias que tentam explicar a existência da Maçonaria, todos concordam que ela é uma instituição muito antiga, e a isto eu acrescento: sua existência estar perdida nas poeiras do tempo. Tentar localizar seu nascimento em determinado ponto da história, é abordar um tema que só serve para gerar dividendos aos especuladores especializados em escrever livros repletos de achismos, esta têm sido uma fonte inesgotável de combustível para especulação. Embora eu não tenha a pretensão de pretender me igualar a nomes já consagrados pelas pesquisas realizadas sobre esta questão, timidamente tento expor meus pensamentos sobre a fraternidade. Como não tenciono angariar fundos com meus escritos, sem nenhum problema de consciência me dou ao direito de em alguns momentos discorrer sobre sua origem antiga, em outras abordagens minha tenho apresentado a Maçonaria como uma instituição que tem ramificações em quase todos os países do mundo.
      A inquestionável presença da Maçonaria em quase todo o planeta deveria ser interpretada como ponto positivo, mas, infelizmente, os preenchidos pela animosidade, vêem até mesmo nesta presença algo maléfico, eles dizem a presença da Maçonaria em todos os lugares acontece motivada por razões duvidosas. Estes implacáveis críticos, não perdoam nem mesmo as ações filantrópicas realizadas pela Maçonaria, alegam que o trabalho caritativo que realizamos tem por objetivo camuflar a verdadeira intenção da Maçonaria, que é domínio do mundo com objetivo de aniquilar as religiões.
      O que mais posso dizer dos que assim pensam? São intolerantes, são indivíduos desqualificados pelo bom senso, indivíduos que ousam nos definir como mais uma instituição dentre as muitas similares a máfia, em suas torpes palavras nos acusam de atrairmos além dos bons, também os oportunistas, os cismáticos, os irreligiosos, os políticos inescrupulosos, talvez existam alguns dentre nós que possam assim ser definidos, mas este não é um privilégio somente da Maçonaria, pois afinal quem nunca ouviu falar dos corruptos líderes religiosos que roubam dinheiro publico escondendo na cueca? Os maus existem, mas [...] por pouco tempo, somente até serem descobertos e expurgados dentre nós. Alguns críticos mais afoitos, em sua ânsia de criticar ultrapassam as barreiras do bom senso quando afirmam que o principal objetivo da Maçonaria é combater as religiões. Tamanha asneira somente se explica pela inércia de conhecimento. [...] e assim eles prosseguem, invertendo valores, apresentando vitimas como se estas fossem os predadores, nos caçam em safáris psicóticos, onde qualquer pensamento que seja contrário ao defendido pelo grupo dominante é aceito como maléfico, e por isso deve ser combatido.
      Somos acusados de maquinar o mal para obter o lucro fácil ou enriquecimento ilícito, nas cabeças dos desinformados existimos como uma irmandade onde a proteção corporativa é premio para os incompetentes que ocupam altos cargos nos governos, nas indústrias, no comércio, ou onde quer que exista um maçom. Como se isto não bastasse, ainda acusam a Maçonaria de realização de manobras intimidadoras que obrigam os maçons a fazerem juramentos que nos mantêm prisioneiros “desta sociedade secreta”. Corroborando estas idéias estapafúrdias “os imaginadores” disseminam sem nenhum constrangimento, fábulas que falam de uma terrível e implacável "vingança maçônica" que caça sem piedade os traidores da ordem.
      Transbordando pensamentos característicos de uma mente desprovida de conhecimento, alimentados pela falta do habito da “leitura sadia”, estas pobres vitimas da evolução deformada, estagnaram em seu primeiro estágio disseminando contos da leitura de cordel, onde o bode é o vilão. Com olhos de toupeiras enxergam precariamente, para suprir esta carência valem-se de lentes defeituosas que lhes provocam falsas visões de uma instituição tão pródiga em seus benefícios à humanidade. Eles apenas repetem as verdades nascidas nas mentes maquiavélicas de retrógados religiosos, que como prêmio os arrebanham em nome de uma falsa devoção.
      É impossível não ficar compadecido do sofrimento causado pela ignorância e desvirtuação da verdade a que estas pessoas são submetidas, eles não compreendem que a Maçonaria é uma associação de homens livres e de bons costumes, que tem como principal objetivo o bem da humanidade. Não entendem que cada Maçom estar comprometido por sua palavra e honra em se tornar uma pessoa melhor, para que, sendo, possa servir com mais qualidade a humanidade.
      É impressionante a sagacidade dos implacáveis críticos, eles conseguem desvirtuar até mesmo as razões pelas quais fazemos uso de rituais. Preguiçosos da boa leitura e da pesquisa preferem saber de frases montadas a ter que se aprofundarem em conhecimento, tentam convencer a todos de que desconhecem que nossos rituais não passam de uma forma simples [e eficiente] de transmissão didática de uma instrução que vem sendo aperfeiçoada pelo uso nos vários séculos de nossa existência. Estes indoutos críticos não entendem que para nos assimilar é imprescindível que o individuo passe pelo processo de iniciação, caso isto não ocorra, torna-se impossível a assimilação da mensagem que a Maçonaria tem a transmitir, pois se lhes fosse permitido adentrar a nossos conhecimentos sem prévia preparação, incorreriam no erro das interpretações erradas. Ratificando o que lhes digo, apresento a pluralidade religiosa dentro do contexto cristão, onde uma só idéia, uma só doutrina foi desmembrada e desvirtuada para agradar a compreensão de vários “sábios”, deixando em alguns de nós a certeza de que somos vitimas de um engodo, que foi gerado para satisfazer as aspirações de alguns sabidos.
      Já vos tenho dito que a Maçonaria é uma livre associação de homens resgatados de todas as camadas sociais e econômicas. Somos arrebanhados pelo puro desejo de alcançar qualquer meta que seja benéfica à humanidade, lutamos por tornar todos socialmente iguais, se existir entre nós alguém que não compartilhe desta esperança, este é um câncer que será extirpado. A Maçonaria quando instituição concede a todos iniciados o privilégio de respirar a mesma atmosfera de liberdade, respeito mútuo, estudo e companheirismo, em medidas proporcionalmente igualitárias. A conquista da filosofia é patrimônio incontestável da Maçonaria, temos nos especializado nos estudos profundos e imaginativos dos símbolos e alegorias, e estamos predestinados a prosseguir pelo desenvolvimento do pensamento crítico, e da lógica construtiva, até obtermos como resultado final os frutos desse melhoramento que nos torna totalmente transformados em benfeitores da humanidade.

MITOS MÓRMONS MAÇONS

Cesóstre Guimarães de Oliveira
cesostre@hotmail.com

O mexeriqueiro revela o segredo, mas o fiel de espírito o mantém em oculto. Provérbios 11:13

      Embora minha formação acadêmica não seja no campo das pesquisas históricas, algumas vezes tenho me aventurado a pesquisar tudo que se relacione a Maçonaria, até mesmo, por entender que este é um dever, antes de ser privilégio, concedido a todo iniciado Maçom. Talvez por ter essa compreensão, algumas vezes me arrisco também nas especulações sobre nossa origem.
      Sei que [...], este tema apaixonante, também é um ponto de discórdia entre aqueles que se aventuram a pesquisar o assunto, uma vez que até mesmo não maçons tentam abordá-lo, mesmo não estando qualificados. Sendo assim, a salada esta pronta para o deguste, sirva-se. Contra-senso, é assim que defino suas tolas tentativas de nos explicar. Em suas razões para nos “investigar”, vejo apenas esquálidas tentativas de desvirtuar uma existência, que a muito foi marcada pela história como benéfica. Nomes que já conquistaram notoriedade no cenário das pesquisas, ao nos investigar, cometem o erro primário de baseia-se apenas nos registros fabricados, tendenciosos, deixando claro que desconhecem a mesma que afirma: “qualquer um que tente explicar a origem da Maçonaria deve estar preparado para um desafio digno de ser relatado na Teogonia [origem dos deuses da mitologia grega]. Somente os tolos não sabem que por maior que sejam seus esforços, ninguém, jamais, conseguirá alguma forma de consenso que aponte para o marco zero de nossa origem.
      Vários foram aqueles que já tentaram, eu mesmo tenho me arriscado a fazer conjecturas, mas dentre os especuladores, os que mais me incomodam são aqueles que nem iniciados são, como ousam falar de algo que lhes é estranho? Esta presença alienígena em nossos assuntos me incomoda, mas, a coerência me impõe o dever de aceitar que todo pensamento, mesmo quando divergente, têm seu valor e merece respeito.
      Mesmo assim, considero utopia a esperança que alguns têm de que em dado momento da história nossa origem seja resgatada do limbo do esquecimento. Não creio que isto aconteça nunca, talvez seja possível o consenso, mas, somente, na certeza de que a Maçonaria é a mais antiga organização fraterna do mundo. Apenas para registro, digo-lhes que sou partidário do pensamento que afirma ser verdadeira a origem da Maçonaria anterior a 1717.
      Mas, embora tenha iniciado desta forma este artigo, não foi para falar unicamente da origem que iniciei este novo trabalho [...], meu verdadeiro intuito é abordar os mitos que nos são atribuídos. Para que entenda o porquê desta forma de abordagem apresento-lhes duas razões que penso me justificar:

a) a primeira razão seria a paixão que tenho por este tema,

b) a segunda razão, e talvez, o verdadeiro motivo, é a necessidade de linkar o leitor ao tema que pretendo abordar.

      [...] e, a partir deste contexto lhes convido a fazerem comigo um passeio pela história. Não sem antes, lembrar-los que mesmo anterior a nossa existência se tornar de domínio publico, já existíamos como opositores aos tiranos. Já eramos lutadores de uma incansável batalha deflagrada contra os déspotas. Em função desta louvável postura, ao longo dos séculos, a Maçonaria foi “conquistando” o ódio de muitos, nos obrigando a conviver com doutores indoutos, que em seus procedimentos, se na idade média, seriam condenados até mesmo pelo mais benevolente inquisidor. E, são estes desvirtuadores da verdade que têm acusado a Maçonaria de ser praticante dos mais bizarros e mitológicos rituais. Nesta insana, desmedida liberdade, onde as regras e o respeito nada significam, eles detalham com minuciosa riqueza aquilo que suas mentes doentes lhes convenceu ser a verdade. Procedendo assim induzem alguns pobres incautos a crerem que as práticas visualizadas pelos delírios de uma mente perversamente fantasiosa realmente existem.
      Penso que a facilidade com que se publica na internet, somados a fascinação que alguns cineastas “hollywoodianos” têm pela Maçonaria, faz com que os mitos e lendas perniciosos a Maçonaria cresçam de forma descontrolada. Algumas das fantasias alimentadas pelos adubadores de mentes me lembram o filme “A Hora do Pesadelo” [Filme de terror da década de 1980], onde dormir era perigoso. Os criadores de monstros conduzem o leigo a tal estado de pavor, que a simples sombra de uma palmeira ao luar os faz tremer de medo. São crianças, [só que sem sua inocência], brincam com fogo, sem ponderar as conseqüências de suas ações. Estes trapalhões não passam de verdadeiros pavões, que enfeitados com títulos adquiridos em cursos teológicos que proliferam nas esquinas, ensinam de forma irresponsável inverdades que nem mesmo eles acreditam. É comum ouvi-los dizer: “A Maçonaria é uma religião anticristã que estar alicerçada em princípios satanistas”. Estes pândegos que em sua maioria não conhecem nem mesmo a origem dos rituais da fé que professam, se nomeiam defensores de uma verdade que é somente sua. Se soubessem pelos menos suas origens não nos lançariam seus olhares remelentos de preconceitos, que os privam da visão da verdade. Julgam-nos como se a verdade fosse parte de seu patrimônio religioso, e por não ser, eu lhes pergunto: como pretendem explicar o que lhes é inexplicável?
      Perdoem-me leitores, mas terei que repetir mais uma vez: “a Maçonaria não é religião”. Nossas práticas estão além daquilo que os donos da fé religiosa estão acostumados. O bom disto tudo, é que por mais que tentem, por mais que distorçam a verdade, [...] aquele que planeja ser iniciado nunca, jamais, será induzido a crer que poderá alcançar uma “salvação” além daquela que sua fé religiosa lhe oferece.
      Eu e outros autores [mesmo leigos como eu] temos dito [e é verdade], que o Maçom é instruído a seguir a fé que escolheu, e que a Maçonaria em nenhum momento de nossas práticas irá interferir em nossos assuntos de religião, a não ser, que estes assuntos se tornem em ferramentas de aprisionamento e cessamento do direito. Infelizmente nem todos compreendem que ser Maçom, é embarcar na busca pelo conhecimento, sem ter que abraçar uma nova promessa de salvação ou mudança de religião. Não permitam que lhes enganem, a Maçonaria não é uma seita, nem mesmo uma nova religião, embora existam aqueles que os tentem a pensar assim. As acusações de satanismo não passam de palavras lançadas ao vento, ao contrário disto, somos pessoas comprometidas com as boas e saudáveis práticas da religião. Se isto não for à verdade, o que dizer dos valorosos cristãos que são maçons?
      Faz parte dos objetivos da Maçonaria ajudar o Maçom a perceber a importância dos valores morais, além de fortalecer os ensinamentos que cada um recebe em sua religião, procedendo assim, acreditamos estar contribuindo na construção do caráter de cada iniciado. Quem confunde estes objetivos com crenças ou rituais satânicos é alguém que no mínimo pode ser analisado como desprovido de bom senso, e com certeza têm sérios desvios no senso comum.
      É claro que as ações dos indivíduos sem nenhuma qualificação, que se predispõem a nos explicar, baseados unicamente em seus preconceitos, não deveriam me incomodar, mas, embora eu entenda suas limitações, este é um sentimento que ainda estou a trabalhar nele. Não consigo ignorar estes terroristas do bom senso, que perpetuam maldosas fábulas onde maçons passeiam montados em bodes e fazem transfusão de sangue do animal para si [como se fosse possível sobreviver a isto].
      Algumas destas “fábulas” são repetidas desde a longínqua Idade Média, quando a mente frenética de alguns religiosos, desejosos por se tornarem únicos, passaram a associar o bode, [um pobre animal [...], feio e fedorento] ao diabo. Esta asneira que nasceu na parte mais escura dos porões das mentes perturbadas dos inquisidores medievais, é filha do medo de perder fiéis. Graças aos criadores de monstros e demônios temos um diabo de pele vermelha, chifres, rabo de ponta, pés de bode, que traz a mão um tridente, uma espécie de cetro com o qual deveria perfurar a pele dos condenados, enquanto estes amargavam eternamente mergulhados em um lago de piche.
      Os dramáticos inquisidores medievais diziam que certas mulheres [sempre elas] eram bruxas, e que em suas orgias diabólicas convidavam o diabo para que participasse de seus rituais, sendo que no final, ele retirava-se montado em um bode preto cruzando as ruas das cidades em busca de almas pecadoras. Foi aí, neste lúgubre clima de terror e medo que pela primeira vez, os cristãos medievais receberam a doutrina do bode demônio, nos deixando como herança seu medo e suas dúvidas.
      Não demorou muito, com o apogeu dos Templários, o nascimento e crescimento do protestantismo, o clérigo católico se viu obrigado a combatê-los, e como eu disse no principio, tendo a Maçonaria como defensora dos injustiçados, a Igreja dominante partiu para mais uma “santa” guerra, desta vez contra a Maçonaria. A visão do clero era: “a fraternidade maçônica é um inimigo, e como tal deve ser combatida”.
      Eles não estavam dispostos a dividir o domínio que exerciam sobre as pessoas, de olho nesta empreitada passaram a acusar todos os maçons de bruxaria, sodomia e satanismo. Aos olhos dos cristãos medievais, cada Maçom passou a ser um adorador do diabo, os líderes [religiosos] passaram a ensinar suas ovelhas, que para ingressar na fraternidade, o candidato teria que montar em um bode preto, como forma de provar que era digno dos favores do diabo [eles diziam que este passeio sobre o bode simbolizava o passeio do diabo pela terra]. Infelizmente esta idéia também foi absorvida pelo protestantismo, que não conformado em aceitá-la, também incorporou a suas crenças, igual fez com algumas outras doutrinas do catolicismo medieval.
      Para alguns esta idéia pode parecer absurda, mas ainda hoje, existem aqueles que acreditam nesta bobagem, e eles são muitos. Conseguem localizar o bode até mesmo na estrela de cinco pontas, que também é um símbolo do judaísmo [o berço do cristianismo]. Os cauterizados de mente não percebem que em síntese, na Maçonaria, a estrela de cinco pontas faz referencia à glória resplandecente do Grande Arquiteto do Universo [que é Deus], e enche com sua luz, [conhecimento], o universo. Para um Maçom, a estrela de cinco pontas, [ou estrela pentagonal], também representa a “capacidade de compreensão, que deve possuir cada ser humano, para transformar a si mesmo num centro irradiante de vida, como uma estrela no firmamento” [http://leonildoc.orgfree.com/ini11-2.htm – em 23/03/2011].
      Quem em sã consciência encontrará nesta estrela, uma referencia ao satanismo? Somente as mentes perturbadas que conseguem ver até mesmo nos inocentes desenhos infantis de Walt Disney alguma manifestação diabólica.
      Tudo na Maçonaria os incomoda, até nossa discrição é motivo para nos rotularem de satânicos. Será que eles não sabem que todos os procedimentos legais de uma Loja Maçônica são registrados, e estão à disposição da justiça e do público em geral? Será que não vêem os adesivos do esquadro e compasso fixados nos pára-brisas de nossos automóveis? Se a Maçonaria fosse realmente uma organização secreta [no sentido pejorativo], que tolo se exporia assim? Se fossemos, quem além de nós saberia dos nossos locais de reuniões? Pensem nisto.