Translator

REFLEXÕES MAÇÔNICAS

Cesóstre Guimarães de Oliveira
cesostre@hotmail.com

 

      Qualquer um que tenha acesso a internet e busque na página do Grande Oriente do Brasil uma definição para Maçonaria, encontrará a seguinte: “A Maçonaria é uma instituição essencialmente filosófica, filantrópica, educativa e progressista” [http://www.gob.org.br/gob/index.php?option=com_content&view=article&id=51&Itemid=65 em 06/05/2011, as 23:51h]. Depois disto segue detalhada dissertação na contextualização desta verdade, tencionando com isto dirimir as duvidas preconceituosas que insistem em existir.
      Mesmo sem discordar de nada ali registrado, eu, um livre pensador, [valendo-me da liberdade impar, que goza o Maçom], faço questão de deixar registrada minha própria definição sobre quem somos ou o que pretendemos. Porém, antes desejo falar-lhes que sou irremediavelmente convicto de que somente as palavras não podem definir com fidelidade a Maçonaria, pois acredito que também é necessário, ao que investiga passar pela experiência da iniciação, para que, só então, assimile de forma completa aquilo que as palavras tentam dizer, caso contrário, qualquer explicação apresentada será apenas um multiplicador de pensamentos confusos, e isto independe de quem faz a explanação.
Por esta razão, digo ser um desafio digno de Heracles, a ser batalhado pelo não iniciado que tenta compreender, o porquê da Maçonaria conceder direitos a cada Maçom de apresentar sua própria definição sobre a fraternidade. Em rápida análise esta liberdade pode parecer algo “excessivo” e “pernicioso” à própria fraternidade, mas só pensa assim, quem desconhece o mais básico dos direitos de um Maçom, a liberdade de expressão. É graças a esta liberdade, que minha interpretação se converte em prova definitiva de que a fraternidade não constrói, apóia ou mantém dogmas, pois estas são características das organizações que impõem o medo e o cerceamento da sagrada liberdade de expressão como forma de controle de seus cativos.
      A convicção maçônica afirma que somos “homens livres e de bons costumes”, que fomos escolhidos, após minuciosa seleção, para que desenvolvêssemos virtudes que já nos caracterizavam antes mesmo do ingresso na fraternidade, e que, estas virtudes agora crescidas e fortalecidas, deverão se tornar messes a humanidade.
      Em outras palavras, quero dizer que “A Maçonaria é uma instituição que existe para tornar homens bons em pessoas melhores. É nossa marca indelével combater sem nenhuma clemência os interesses duvidosos que visam privar o homem de seus direitos básicos”. É para lutar pelo bem que a Maçonaria conduz o iniciado por uma estrada que deverá ser percorrida até que ele [o iniciado] se torne uma pessoa [mais ainda] equilibrada.
      Procedendo assim o Maçom estar à luta por tornar o mundo um lugar melhor, onde cada ser humano viva em paz com seus semelhantes, independendo da raça, religião ou opção político-partidária de cada um. Agora que sou iniciado, muitas verdades antes incompreensíveis fazem sentido para mim, agora posso compreender o que significa dizer: “a Maçonaria é irremediavelmente opositora a qualquer um que faz uso da força como forma de obtenção do poder”. Agora entendo mais claramente nosso inalienável dever de primar pelo direito e pela justiça, lutando incansavelmente contra os tiranos déspotas, sem jamais esquecer que é nossa responsabilidade quando Maçom tornar o homem consciente de sua liberdade, para que, finalmente, e só então, possa ser dono de suas ações.
Pra definir Maçonaria, antes precisamos tornar marca indelével, que o ideal de liberdade preconizado pela Maçonaria é a visão de direito que não pode ser mergulhada nas escuras águas do esquecimento. Assim tem sido por toda nossa existência, para perpetuar este trabalho, temos buscado iniciar somente homens bons que de fato sejam compromissados com nossos ideais, embora, infelizmente, tenho que reconhecer [...], algumas vezes nos equivocamos em nossas escolhas, permitindo a contaminação da fraternidade com pessoas que são trazidas até nós, sedentas por saciar apenas seus interesses pessoais, mas, felizmente sua permanência é breve.
      Os indivíduos de quem falo, são os verdadeiros culpados de sermos tão criteriosos em nossas escolhas, pois a meta de cada Maçom têm sido iniciar somente aqueles que irão dar continuidade ao nosso trabalho de filantropia e justiça social. Como parte do processo de escolhas de um candidato, temos os submetemos ao crivo da Constituição de Anderson, que ainda hoje vigora como regra geral para todas as potencias regulares, pois a compreensão é que "todo homem livre e de bons costumes é um candidato em potencial.
      Espero que entenda que a liberdade alvo de minha reflexão neste texto é a filha do direito, é aquela que permite ao individuo tomar decisões que nortearão sua vida e a de outros, é aquela que empresta seu nome ao sentimento demonstrado pelos cativos dos dogmas que se quebram os aguilhões, é a mesma liberdade que habilita o candidato a Maçom, é aquela que se opõe aos maus hábitos, dentre os quais destaco o aprisionamento provocado pelo consumo das drogas ilegais, do uso que se faz de jogos que geram dependência psicológica privando o individuo de seu arbítrio sobre suas decisões.
Com certa freqüência tenho recebido e-mails de pessoas que manifestam o desejo de ser iniciado Maçom, em sua grande maioria são pessoas que se apresentam trazendo peculiar compreensão daquilo que julgam ser a Maçonaria. Eles quase sempre, se apresentam como profusos conhecedores do assunto, alguns alegam ter várias horas de navegação pela internet, como se estivessem a se candidatar a vaga de piloto de avião. Aparentemente como se buscassem o caminho mais fácil, também estão inscritos em sites de origem completamente desconhecida pela Maçonaria, sites duvidosos que em vez de lhes esclarecer suas dúvidas, criam novas, inclusive lhes prometendo uma [impossível] iniciação virtual.
      A estas inocentes vítimas da ganância de alguns desonestos, eu costumo lembrar que a internet é uma invenção do sagrado, que também pode ser usada pelo profano. Não duvido que se consiga alguma informação verdadeira sobre a Maçonaria na internet, existem os sites sérios. A página do GOB [www.gob.org.br] é um bom exemplo disto.
Aos pesquisadores recomendo atenção e muito cuidado, não permitam que lhes enganem, se deseja ser iniciado Maçom o primeiro passo é entrar em contato com alguém que comprovadamente você saiba ser Maçom.
      Aprenda como primeira lição: a iniciação maçônica é a combinação da experiência física com a espiritual, tentar separá-los é impossível. Se alguém lhes oferece iniciação pela internet ou através de qualquer outra forma que não seja a presença física em uma Loja [também física] regularmente constituída, saibam que estar sendo vitima de desonestos, não existe iniciação maçônica virtual.
A segunda lição é: ser Maçom é algo que ninguém poderá dar a você, tudo que podemos lhe oferecer é a oportunidade de realizar sua própria conquista iniciatica, somente você poderá decidir se é ou não Maçom.
      Alguns meses passado, uma vitima dos desonestos me escreveu alegando haver caído no conto do vigário [artigo 171 do Código Penal Brasileiro], ele disse: “A Maçonaria tem culpada na proliferação dos sites desonestos, pois, se a Maçonaria não evitasse a mídia todos teríamos mais informações sobre vocês, e assim seria impossível nos enganarem”. Eu sinto muito pelo ocorrido, é uma pena que pessoas cheias de boas intenções sejam vitimas de bandidos que abusam da boa fé, e por que não dizer da inocência de algumas pessoas, como esta que me escreveu.
      Mas ele foi injusto em sua acusação, uma vez que desconheço a fonte por ele consultada para dizer que a Maçonaria “foge” da mídia, confesso estar surpreso com esta afirmação, pois vários de nossos eventos são amplamente divulgados na mídia escrita, falada e televisionada, talvez este amigo [mais uma vez] tenha pesquisado no site errado, talvez novamente ele tenha recorrido a algum de origem e objetivos duvidosos, pois normalmente são nestas páginas que a verdade é distorcida.
      Nossos investigadores, como se estivessem a seguir uma excêntrica rotina, a cada novo dia nos surpreendem com seus pensamentos incongruentes. Em suas mentes viajam a deriva de mitológicas ficções, onde ser Maçom é sinônimo de riqueza e status, [como eu gostaria que isso fosse verdade]. Nestes seus devaneios, se assemelham a Bastian, o personagem central de um best seller de Michael Ende que em 1984 virou filme. Transvestidos de Bastian, estas pessoas se deleitam na leitura de sites fantasiosos buscando heróis imaginários que os livrem de uma possível Maçonaria dominadora do mundo, e sem nenhuma cerimônia aplicam aos maçons os mais estapafúrdios rótulos, dentre os quais destaco a acusação de que a Maçonaria é uma religião.
      Não sabem eles, que nos alistar no rol das religiões talvez seja dentre tantas a maior asneira que um anti maçom poderia elaborar, será que não entendem? Se Maçonaria fosse uma religião, seria a mais burra de todas, pois qual religião exige dos seus conversos que manifeste a crença em outra fé? Reflitam sobe isto.