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A ORIGEM DO RITUAL DO TEMPLO MÓRMON


Cesóstre Guimarães de Oliveira

Quando, onde e como teve inicio a relação dos mórmons com a Maçonaria? Que implicância teve esta relação na elaboração dos rituais do templo? A resposta para estas perguntas tem se tornado em desafio quase desumano para os santos dos últimos dias que buscam saber. Porém, infelizmente, aqueles que deveriam dirimir as dúvidas são os primeiros a reagirem como se participassem de uma antiga brincadeira chamada "batata quente", onde o objetivo é somente passar determinado objeto em frente antes que a música pare, pois ao "perdedor" restará a resignação e paga de uma prenda.
Alguns dos irmãos mórmons que me escrevem se dizem surpresos, e outros, constrangidos, mas são unanimes quando alegam não entender por que os "idosos" com quem têm falado demonstram aviltante descaso com a iniciação maçônica de Joseph. Eles me dizem que quando perguntam ficam com a impressão de que os "anciões" agem como se desejassem manter em sigilo velado, este importantíssimo acontecimento na história da Igreja, que por várias vezes aqui tenho nomeado de "uma verdade inconveniente". Não entendo por que o silêncio, já que ensinamos que a verdade acima de tudo deve ser dita e discutida.
Sem intenção de atrair aplausos ou criticas, declaro que atualmente somente o blog Mórmons Maçons, que todos sabem não ser uma fonte oficial da Igreja, é o único canal de comunicação e esclarecimento que levanta a bandeira do mormonismo, e se manifesta enfaticamente para tentar explicar o que houve.
Os e-mails dos insatisfeitos se multiplicam na mesma velocidade que o blog é divulgado, e quase sempre alegam já haverem perguntado a um, ou outro, "sessenta mais dez", sobre a relação mórmons maçons, mas parece que suas respostas seguem um catecismo ritualístico (sic), pois invariavelmente as respostas são sempre as mesmas, (...) imensas novelos de lã que não satisfazem a ninguém, aparentemente nem mesmo àqueles que responderam.
Porém, a forma como os instruídos se pronunciam, do alto de suas pirâmides, obriga o perguntante a se declarar satisfeito, é neste momento, com mais dúvidas que antes, que acenam positivamente como se concordassem e entendessem tudo. Mas, a verdade é outra, eles dizem "sim, eu concordo com tua explicação" apernas por que temem dizer "não, eu não concordo com tua explicação", pois tal manifestação traria sobre si "maldição" do rótulo de apóstata.
É desta batata quente que lhes falo, o rótulo de apóstata é a prenda que deve ser paga.
Sendo assim, não lhes parece que o desejo era somente se livrar da pergunta?
(...) e assim vamos sobrevivendo, vazios de respostas, cheios de perguntas, nadando por um mar de dúvidas, nos afogando no medo de estar acreditando em algo que não seja o certo.
"Há Senhor Meu Deus...", será homens insensíveis, que ainda não entenderam que a falta de respostas lança os homens nos corredores de Dédalo, não temem o minotauro, ou será que o medo é do bode? Enquanto se mantiverem calados, nesta postura de exigência da subserviência, estaremos perdidos nos labirintos das informações duvidosas. Já lhes disse em outra oportunidade: "não são as respostas, mas as perguntas que movimentam o mundo", o que queres mais que eu te diga? Calar-se às perguntas, ou enovelar nas respostas apenas faz com que as dúvidas cresçam.
MIB's dizei-me quais são os seus temores e em quem depositai vossa fé?
Que seja eterna a determinação dos colaboradores do blog Mórmons Maçons, que o "arrojo" deste pequeno, mas, significante blog, fincado na imensidão do vasto império da internet, seja perpetuado até que a "ignorância, os preconceitos e os erros" sejam aniquilados.
"Se submeterem suas vontades", talvez aprendam ouvir a voz que vem do coração. Aquele que rejeita o diálogo abandona um bom principio, na verdade evitar os esclarecimentos é, talvez, a mais nefasta forma de impedir que a verdade veja a luz. Calar-se é uma contradição que faz com que aqueles que combatem a fé Mórmon proliferem em suas razões, iguais às ervas daninhas que crescem nos jardins abandonados.
(...) e por isso também somos culpados. O silencio de quem deveria falar, permite que seja fomentada a ideia de que nossos primeiros líderes cometeram o pior erro de suas vidas quando se filiaram a Maçonaria. O atalaia que se cala coloca em risco a vida daqueles que nele confiaram. Calar é contradição, calar é consentir, afinal somos ou não atalaias da verdade?
A culpa pelo pecado da omissão pesa sobre nós, permitimos com o silencio que os caçadores de mórmons cresçam e façam discípulos, que propagam suas incabíveis afirmações de que Joseph veio até nós (maçons) apenas para roubar os rituais que precisava para incorporar à sua recém-criada religião, o silêncio é toda afirmativa que precisam para corroborar suas ideias.
Ninguém nunca ganhou uma guerra apenas por haver costurado a boca de seus soldados, porém, infelizmente alguns não aprenderam essa lição, enquanto tentam costurar bocas, os opositores difundem suas ideias do alto dos telhados e são muitos os que acreditam em suas falas, inclusive alguns debilitados mórmons, que por falta de acesso às informações verdadeiras, finalizam suas jornadas abrindo mãos da fé que outrora diziam ser "justa e perfeita".
A falta de conhecimento tem feito com que irmãos mórmons tratem a iniciação maçônica de Joseph tendenciosamente. É impossível não perder o piso quando leio mórmons preconceituosos e ignorantes, que nutridos por um falso desejoso de proteger nossa religião, criam fábulas que fariam até mesmo Jean de La Fontaine sorrir, eles dizem que "Joseph só aceitou ser iniciado Maçom por que precisava resgatar alguns símbolos e rituais sagrados que se haviam perdido", para estes, eu digo que seria mais crível afirmar que elefante voa e bota ovo. Sinto piedade por meus irmãos mórmons que privados do direito à verdade, são empurrados a proferirem afirmações contraproducentes que somente municiam os mais vorazes opositores do mormonismo.
Não existe procedência nesta afirmação, que só existe por que o desespero os convence de que precisam construir uma explicação que só serve para provar o quanto necessitamos do verdadeiro conhecimento.
- Então, por cargas d'agua qual a explicação coerente, qual a verdade por trás da ida de Joseph a Maçonaria?
- É simples:
"Joseph não suportava mais ver a Igreja, (seus membros), sofrer a intolerância das autoridades locais, era seu temor que se repetisse em Nauvoo, aquilo que acontecera em outros locais, que culminaram com a expulsão dos mórmons de suas casas. Foi através de Hyrum, seu irmão, Maçom de longas datas, que ele soube que vários políticos, juízes e empresários locais eram membros da fraternidade e que talvez a Maçonaria fosse o caminho da paz que ele tanto buscava para os mórmons. Joseph acreditou que sendo Maçom, as autoridades locais estariam empenhadas na defesa da causa Mórmon".
Em primeira análise este pensamento pode parecer indigno de alguém que reclama para si o título de enviado de Deus, porém, eu acredito que os atos de Joseph foram pautados no sublime sentimento do amor ao próximo, ele se preocupava, acima de tudo, com o bem estar de seus irmãos de fé.
Mesmo sabendo que sua iniciação maçônica não foi um fruto da inspiração divina ou não tenha sido um ato sagrado de resgate, devemos reconhecer que foi um gesto de nobreza altruísta, que por suas qualidades torna este ato, sagrado. Infelizmente, os que combatem contra o mormonismo, insistem que a única interpretação que justifica sua iniciação maçônica foi o desejo de plagiar. Eles se agarram com tanta força a esta teoria que algumas vezes penso que sua ida para o "céu" depende de provar que realmente aconteceu assim.
Replicar tamanha asneira é fácil, (...) sabemos que tão logo o mormonismo foi organizado como instituição religiosa, Joseph prometeu aos mórmons que em determinado momento lhes seria concedidos certos rituais, que por extensão são a continuação daquilo que recebemos no batismo. Até este momento Joseph não era Maçom, sua iniciação só ocorreu algum tempo depois de ter sido instruído quanto aos rituais sagrados que deveriam ser realizados no Templo. Joseph sabia que estes rituais deveriam ser conferidos somente àqueles que tivessem alcançado certo grau de maturidade na doutrina. Esta é uma boa razão para justificar a aceleração na construção do Templo de Kirtland, mesmo a custo de muito sacrifício para os mórmons. Mas, é uma pena que após a dedicação do templo de Kirtland, somente alguns poucos rituais foram compartilhados. Estes importantes rituais visavam preparar os mórmons para o que hoje entendemos como as investiduras, (por considerar as investiduras, um ritual sagrado, e por haver conveniado com Deus, através de um voto de sigilo, não o detalharei aqui).
Quando falo das semelhanças, lembro em minhas pesquisas que nenhum dos primeiros mórmons maçons se mostrou surpreso com as "similaridades", pois aquilo que viam já lhes havia sido anunciado.
Em 19 de Janeiro de 1841 Joseph, (que ainda não Maçom), declarou haver recebido por revelação a seção 124 de Doutrina e Convênios, onde o Senhor Jesus Cristo nos explica o motivo pelo qual pediu que o Templo de Nauvoo fosse construído, diz o texto:
Portanto em verdade vos digo que vossas unções e vossas abluções; e vossos batismos pelos mortos; e vossas assembleias solenes e memoriais dos vossos sacrifícios feitos pelos filhos de Levi por vós; e vossos oráculos nos lugares santíssimos, onde recebeis conhecimento; e vossos estatutos e julgamentos para o início das revelações e do alicerce de Sião e para a glória, honra e investidura de todos os seus munícipes são prescritos pela ordenança de minha casa santa, a qual meu povo sempre recebe ordem de construir a meu santo nome. Pois digno-me revelar a minha igreja coisas que têm sido mantidas ocultas desde antes da fundação do mundo, coisas pertinentes à dispensação da plenitude dos tempos. E eu mostrarei a meu servo Joseph todas as coisas relativas a essa casa e a seu sacerdócio, assim como o lugar onde será construída.
(D&C 124:28,39,41,42)
Em 4 de Maio de 1842, (agora sim já com quase três meses de iniciado Maçom) Joseph improvisou uma sala, na parte superior de sua loja de ferragens, para concessão dos rituais do templo a vários líderes da Igreja. Este procedimento foi repetido várias vezes, neste mesmo local. Foi ali que Joseph instruiu os diversos líderes mórmons sobre o templo que seria construído em Nauvoo.
Embora o que lhes tenho dito seja a verdade, não cabe a mim convence-los daquilo que não querem acreditar. Não nego os vários pontos de semelhanças, fazê-lo seria contrariar os bons princípios que tenho aprendido tanto no mormonismo quanto na Maçonaria, as evidencias estão aí, e são muito fortes. Porém, peço que entendam que estas semelhanças não têm relação com as questões básicas, todas estão limitadas ao mecanismo de realização do ritual. Além disto, as semelhanças são comuns a qualquer fraternidade iniciática, e estão sendo utilizadas livremente ao longo dos séculos. Sendo assim, considero perfeitamente normal que Joseph tenha "usado e abusado" destes métodos e símbolos para explicar o sagrado, sem que isto tenha ferido suas intenções. Acusá-lo de plagiador somente por que alguns símbolos ou métodos didáticos têm certas semelhanças, é puro extremismo.
Os contestadores querem nos fazer crer que Joseph estava limitado ao uso dos símbolos da Maçonaria na elaboração dos rituais mórmons. Mas deixam de falar do batismo, que é praticado por boa parte dos cristãos, por isso vos pergunto: por que aqueles que não se entendem quanto à forma correta de batizar, (se por imersão ou aspersão), nunca o acusaram de haver plagiado o batismo de outro seguimento religioso anterior ao cristianismo? Talvez por que ao acusa-lo teriam que assumir que também fizeram o mesmo. Caro leitor, o batismo é uma prática religiosa anterior a Jesus Cristo. Não existe consenso quando ou com quem esta prática teve inicio, esta informação igual a tantas outras, está perdida nas brumas da antiguidade.
Entendam que o ritual do templo é essencialmente simbólico. Nada é literal, com exceção dos significados. Ele não é só antigo, também representa verdades profundas. Não consigo conter minha irritação ao saber que os predadores da fé mórmon vivem a buscar evidencias entre os rituais da Maçonaria e do mormonismo, motivados unicamente pelo desejo da disputa religiosa. Assim como também fico irritado quando sinto que intencionalmente ignoram as diferenças entre as duas práticas, a isto chamo tendenciosidade. Eles fazem questão de não saber que no mormonismo, diferente da Maçonaria tradicional, as mulheres e os homens recebem o ritual do templo. Mas, apenas quando juntos, um homem e uma mulher, podem receber as bênçãos mais altas do local sagrado. Existem muitas diferenças, no templo Mórmon a promessa maior é de que pela nossa obediência à lei de Deus, além de outras promessas de bênçãos infindáveis, poderemos um dia ser um com Ele. Na Maçonaria, este privilégio nem é cogitado, quando maçons, trabalhamos pelo agora, pelo presente, nosso objetivo é ajudar o homem a se tornar um cidadão melhor para seu país, um marido melhor para sua esposa, um pai melhor para seus filhos, e finalmente, um adepto melhor para a religião que escolheu como sua, se essas forem qualidades de um satanista, alguns conceitos precisam ser revistos.
A amarga acusação pejorativa feita tanto aos mórmons, quanto aos maçons, de sermos secretos, é uma injuria para a qual ainda se busca perdão, pois como seremos secretos se todos sabem onde e quando nos reunimos, onde estão construídos nossos prédios e até mesmo onde trabalhamos? Será que não sabem que qualquer um que atenda aos requisitos necessários poderá ser iniciado maçom ou entrar no templo mórmon?
O templo mórmon é o local sagrado, é o lugar pelo qual o mórmon tem maior respeito e reverencia, enquanto que o templo maçom o local destinado à lapidação de nossas arestas, é o local que escolhemos para polir o ego humano transformando-o em algo verdadeiramente benefico a humanidade.

CRISTIANISMO E PAGANISMO


Cesóstre Guimarães de Oliveira

Você já pensou na relação existente entre as grandes religiões do mundo? Já pensou do por que existirem tantas semelhanças entre o hinduísmo, taoísmo, zoroastrismo, budismo, confucionismo, islamismo, e outros tantos ismos, que detém características que outrora foram pensadas exclusividade do Cristianismo?
Eu pensei, e pesquisando, observei que estas semelhanças são bem mais profundas que havia imaginado. (...) várias vezes enquanto pesquisava me deparei com fatos aparentemente inexplicáveis, que alguns preferem ignorar sua existência. Os detalhes são tão sutís, que em alguns momentos quase não os percebemos, e devido a esta sutileza, os mesmos, anonimamente fazem parte de nosso dia a dia. Como por exemplo:

  1. A crença em um ser supremo;
  2. A crença na imortalidade (da alma) do homem;
  3. A crença em um plano divino que pretende orientar o homem em sua fatídica busca pela felicidade.
Existem ainda outros pontos salientes, que exigem nossa atenção, pois não podemos ignorar que as similaridades doutrinárias, ressaltam a importância que se deve dar ao progresso espiritual, que só ocorre onde existe:

  1. Força de vontade;
  2. Capacidade do ser humano em controlar suas ações e seus desejos, além da;
  3. Autodisciplina.
Quem pesquisa estas semelhanças, não tem permissão para negar que é comum aos diversos seguimentos religiosos, a aceitação de que todos os homens e mulheres são irmãos, pois esta é uma afirmação obrigatória para aquele que abraça a fé, até mesmo o cristianismo, onde este pensamento esteve mais fortemente acentuado em seus primeiros momentos quando religião, fazendo com que "os não cristãos" cressem que o incesto era uma prática permitida e até mesmo incentivada pelos seguidores de Yehoshua Bem Joseph (o cristo), já que era é comum os cristãos realizarem casamentos entre irmãos.
Pode parecer estranho aos olhos dos cristãos, ter um outro que levanta estas questões, mas as semelhanças não param por aí, sem nenhuma dificuldade posso relacionar várias outras similaridades, porém, mesmo contrariando um colaborador, penso que cita-las uma a uma, tornaria o texto em um cansativo glossário, que além de fugir a seu objetivo, não o enriqueceria em nada.
Por tanto, neste segundo momento, apenas abordarei o batismo, uma ordenança que para alguns cristãos é exclusividade nossa. Porém, infelizmente, para estes, por mais que relutem em aceitar uma verdade tácita, tenho que lhes dizer: "não somos os únicos a ter direitos sobre esta sagrada ordenança". Esta não é uma afirmação minha, vários autores, tais como: H. H. Rowley - O batismo de João e a seita de Qumran e A. Dupont-Sommer - O censo anual, atribuem a diversas seitas anteriores a João Batista praticas similares do batismo, onde lhes era comum a lavagem dos corpos como parte da preparação na iniciação do neófito a nova religião. Estes autores deixam claro que a prática do batismo, também, era comum às religiões que não têm o Cristo como figura central da fé. Acrescento ainda que hoje existem dezenas, e por que não dizer centenas de religiões que praticam o batismo (por imersão ou aspersão, escolha você um formato), que nem mesmo reconhecem Jesus Cristo como divindade.
Por minhas afirmações, já fui rotulado de herege e apóstata, sei que alguns cristãos têm dificuldades em aceitar que sou convicto da fé ensinada pelo cristo. Talvez até se questionem como posso alegar ser cristão e ao mesmo tempo afirmar que a doutrina da celebração de uma nova vida que ressurge "das águas do batismo", seja um patrimônio de todos os credos. Nesta forma de pensar, pode parecer que estou a negar Cristo. Porém tudo que lhes desejo afirmar é que a prática do batismo é comum a todos os seguimentos religiosos, sem com isso questionar quem é o detentor dos direitos autorais.
A origem do batismo (por imersão ou aspersão), já tirou o sono de muita gente, e é constante tema de discursão nas rodas teológicas, inclusive, o pesquisador, cristão ou não, poderá constatar que a pratica ritual do batismo (ablução), sempre esteve presente nos processos de iniciação, entre os judeus, os egípcios e os essênios, antes mesmo de João Batista implantar no cristianismo esta pratica, (vale ressaltar que consultando a Bíblia vocês irão descobrir que Jesus Cristo não batizou a ninguém).
Falar de semelhanças entre religiões é reconhecer a obrigatoriedade de retroceder no tempo, pois os paralelos são tão profundos e arraigados que somos facilmente arremetidos ao Decálogo. É logico que você sabe que estou a falar do conjunto de leis concedido a Moisés, que cruzou as linhas do tempo e da fé para além dos hebreus. Antes de continuar, preciso dizer que não duvido da origem divina dos "Dez Mandamentos", sei que foram entregues por Deus a Moisés no Monte Sinai, porém, "sou um pesquisador, e não me permito negar que estas mesmas leis já eram velhas conhecidas dos povos anteriores ao divisor do Mar Vermelho", (Código de Hamurabi - Lei das XII Tábuas - Antonio Orlando de Almeida Prado).
"O Código de Hamurabi", um conjunto de leis e regras elaboradas pelo rei de mesmo nome, que viveu aproximadamente em 1700 a.C discutiu questões similares as abordadas pelas tábuas (de pedra) da lei, falava sobre:
  1. Questões sobre falso testemunho;
  2. Roubo e receptação;
  3. Estupro;
  4. Família;
  5. Escravos; 
Negar que existem notáveis semelhanças entre o Decálogo e o Código de Hamurabi é algo que não pretendo fazer, nega-las seria muito cinismo de minha parte. Talvez, questionar por que existem tantas semelhanças, seja a atitude mais coerente, porém, a resposta deve ser cuidadosa, deve estar respaldada no conhecimento secular e teológico para que não se cometa o erro do achismo.
Uma vez que vários autores cristãos, ou não, já se manifestaram sobre este assunto, recomendo aos meus leitores que busquem outras informações, pois reconheço que o espaço por mim dedicado nesta abordagem, é pequeno e insuficiente para uma conclusão definitiva.
Ainda no contexto das semelhanças, destaco duas tentativas contrapostas de justifica-las:

1 - A primeira diz que houve um desenvolvimento independente das semelhanças, nas diferentes terras dos diferentes povos. As práticas religiosas foram surgindo espontaneamente em vários pontos eqüidistantes. As similaridades são explicadas pela "unidade psíquica" que conduz os homens a um destino comum.
Os que defendem esta teoria alegam que existe uma "convergência de idéias" apontando para uma única conclusão. Em outras palavras, eles querem dizer que o acaso, de alguma forma mística, é a explicação racional para as semelhanças. Confesso que a principio este pensamento invadiu minha mente, igual o clarão de uma lâmpada, que sendo ligada invade o quarto escuro. Talvez você conheça uma vinheta da TV Futura que diz: "Não são as respostas, mas as perguntas que movem o mundo". Acredite, esta é a verdade.
Compor um texto respaldado naquilo que penso ser a verdade, não estar sendo um trabalho simples, meu desejo é escrever algo que esteja a altura do leitor, para isso foi preciso rebuscar em obras que não compõem meu habitat natural, por essa razão cheguei até o antropólogo Celso Castro que em sua obra "Evolucionismo Cultural" reúne textos de Lewis Henry Morgan, Edward Burnett Tylor e James George Frazer, onde, aparentemente, todos obedecem a mesma ideia-chave que aponta para teorias e métodos característicos do evolucionismo cultural, me permitindo notar que as primitivas culturas, mesmo sem contato direto, foram enriquecidas pelas semelhanças em seus folclores, lendas e mitos. A teoria do "desenvolvimento independente" traz ainda a certeza de que a presença da morte e outras experiências que agitam os sentimentos do homem existem em todas as culturas, trazendo à luz do conhecimento, a certeza de que dessa crença nasceu a religião, que igual as pessoas, evoluiu..., evoluiu..., e evoluiu, até se tornar uma ciência.

2 - A segunda teoria tem por objetivo justificar as similaridades, nos fazendo crer que houve uma difusão de idéias religiosas e culturais a partir de uma única fonte. Essa teoria não nega a possibilidade do "desenvolvimento independente", mas, insiste em dizer que tal desenvolvimento não pode ser provado. Para ratificar este pensamento, seus defensores alegam as evidências históricas da difusão de idéias, que são os artesanatos e as artes. A partir deste contexto, é comum ler pesquisadores que dizem: "desde o inicio de sua história, seja ela adâmica ou evolucionista, a raça humana tem viajado exaustivamente". Em minha humilde compreensão, entendo que a ideia é afirmar que a constante mudança de lugar permitiu que a sabedoria e a habilidade do homem fosse passada de cultura a cultura, de indivíduo a indivíduo. Alguns pensam que a doutrina de difusão seja a mais adequada para explicar as semelhanças religiosas que tento abordar neste texto.

Além das fontes históricas tradicionais, também podemos recorrer à literatura Mórmon, onde em vários momentos os líderes do mormonismo dão dicas de como as semelhanças podem ser explicadas. Inclusive se a fonte de consulta for o básico manual "Princípios do Evangelho". Nele encontraremos a afirmação de que Adão foi instruído sobre regras redentoras, aprenderemos que ele foi batizado (acredito que por imersão), e que pela imposição das mãos recebeu o dom do Espírito Santo, sendo posteriormente ordenado ao Sacerdócio. Embora os registros a que tenho acesso não detalhem amiúde como este processo ocorreu, não é difícil acreditar que o pai da raça humana recebeu o conhecimento e a plenitude do Evangelho, além de todos os seus dons. Na qualidade de guardião da verdade, Adão zelosamente ensinou a doutrina a seus filhos, aos filhos de seus filhos.
Agora que assumir uma postura religiosa, é bem provável que o cético diga: "tudo bem, você explicou como Adão recebeu o sagrado, mas como este acontecimento pode ser relacionado ao sincretismo religioso?"
Quem pesquisa a história das religiões sabe que todas têm seus deuses e seus demônios, com o cristianismo não poderia ser diferente. Nós temos nosso próprio anjo negro, Satanás, um ser outrora, (Lúcifer), iluminado que em consequência de suas "escolhas errada" tornou-se o diabo.
É para este ser profano que costumamos direcionar todas as mazelas do homem, é para ele que apontamos nossas culpas, e foi ele quem usou de maquiavélica sutileza para distorcer as verdades outrora puras que foram compartilhadas por Adão. É o diabo, quem convence os fracos e os tímidos, a cederem, fazendo-os afastarem-se do caminho de luz, levando consigo pequenas partes da verdade que se tornam em retalhos de doutrina, que serão encaixados nos seus desejos, que por via de regras são teologicamente deformados.
Porém, "o momento adâmico" não foi um acontecimento isolado, a difusão da verdade e sua posterior distorção, aconteceu também no período pós-dilúvio. Noé, um homem justo, foi chamado por Deus para desenvolver um trabalho de esclarecimento espiritual. Ele ensinou o plano de salvação em toda sua extensão a uma geração. Alguns dos que ouviram sua mensagem a receberam, outros não. No entanto, mesmo aqueles que a recusaram, absorveram parte do que foi ensinado, e as utilizaram na composição de suas próprias crenças, que não passam de cópias mal feitas da verdade plena.
O assunto que desta vez resolvi abordar, é de fácil fluidez, não é difícil se alongar nele, mas, creio que já escrevi o suficiente para assimilarem o que penso sobre as semelhanças entre os vários seguimentos religiosos. Acredito que o escrito é suficiente para explicar como as verdades sagradas se espalharam por toda a terra, sendo pulverizadas em todos os seguimentos religiosos. Em resumo, penso que os fundadores das grandes religiões, até mesmo daquelas consideradas menos importantes, usaram a seu próprio critério, para elaborar suas verdades, partes de todo o conhecimento que só deveria ser encontrado na doutrina sagrada do Cristo, foi assim no passado, estar sendo assim no presente.

FÉ E ONTOLOGIA


Cesóstre Guimarães de Oliveira
Um irmão mórmon maçom, que em sua vida eclesiástica tem desenvolvido diversos cargos de proeminência (na Igreja), me escreveu, eis sua fala:

A DÚVIDA
Caro Cesóstre,
Em primeiro lugar gostaria de expressar meu carinho e apreço pelo blog mormonsmacons, sendo eu um de seus leitores mais assíduo, me arrisco a dizer que o blog se tornou uma ferramenta de comunicação que preenche as lacunas deixadas na história do mormonismo por aqueles que a deveriam preservar. O trabalho que vem desenvolvendo talvez nunca seja completamente compreendido, mas como você mesmo disse certa vez, "a unanimidade é uma utopia".
Embora já tenhamos trocado vários e-mails, além das muitas conversas por telefone, (...) esta será a primeira vez que terei meu pensamento tornado público. E só o faço por entender que estou ajudando aos que vivem as mesmas dúvidas que eu.
(...)
Mesmo acreditando que a verdade sempre será benéfica (você disse isso em um de teus textos), pude notar no resgate que faz da história, inevitáveis efeitos colaterais, como por exemplo: minha constante luta por conservar o testemunho.
Você é sabedor de que foi a partir dos teus escritos que nasceu em mim o interesse pela Maçonaria. Inclusive, ao ser comunicado do memorável dia em que seria iniciado, depois de minha esposa, você foi a primeira pessoa com quem compartilhei esta noticia. Na ocasião, novamente te perguntei se minha fé corria risco, se existia algum conflito entre a Maçonaria e a Igreja, ao que você respondeu: "siga tranqüilo, na Maçonaria não encontrará nada além daquilo que é ensinado como verdade, pela Igreja".
Agora iniciado Maçom, nutrido pela fome de conhecimento, tenho buscado mais e mais conhecimento, e em alguns momentos esta busca tem me levado a novos horizontes, (...) mas, acredito que estes novos caminhos estão em harmonia com o texto que nos manda resgatar: (...) qualquer coisa virtuosa, amável ou louvável (...) (13º Regra de Fé), de onde quer que elas estejam.
Agora que tenho o privilegio de lapidar minha própria pedra bruta, mesmo estando sentado em lugar de pouca luz, consigo ver e ouvir atentamente a tudo, foi lá que te reconheci, quando me reconheceste. Também, foi lá que aprendi com tua ajuda o porquê de "sacrificar o Homem profano, para permitir nascer o Homem Maçom".
Ecoando em minha cabeça, são tuas palavras que me incentivam a galgar os degraus sonhados por Jacó. Agora que posso enxergar melhor, não tropeço mais. Porém (...) buscar a verdade é um desafio colossal, isto também se tornou um fardo para mim. Mas não me queixo, você havia dito (...) que algumas vezes o caminho é solitário, até que se descubra que nunca se esteve só.
Foi andando por uma estrada sem fim, que me deparei com algo que julgava saber. Agora corretamente instruído por quem viveu a história, a luz foi dada!
Já fazem alguns anos que descobrir em um apologista anti mórmon que o "Profeta Joseph Smith só restaurou os rituais da investidura dois meses após iniciado Maçom", durante muito tempo vive com a dúvida, finalmente parei de perguntar, havia cansado, sem obter uma resposta satisfatória, por que nossos manuais não falam sobre isso?
Buscando uma resposta te encontrei, e notei tua solidão na defesa de nossas crenças, já que outros autores apontam as semelhanças como prova de um possível plágio cometido pelo profeta Joseph Smith. Acusam-no de haver usado os rituais da maçonaria para estabelecer os rituais do templo. E assim..., entalado num universo de afirmações e negativas, confesso que não tenho mais certeza de quem estar certo ou errado.
Mas continuo minha jornada de Mórmon Maçom, mesmo não tendo permissão de caminhar além dos passos de um ébrio. Agora que tenho quase dois anos de iniciado, (ou seriam sete anos de vida?), descubro que aprendi muito mais sobre a investidura do templo e seu significado, após a iniciação maçônica, do que nos meus vinte e cinco anos anteriores de frequência ao templo. Hoje vivo um grande conflito, não sei se conseguirei continuar negando a acusação de que o profeta de Deus copiou e alterou os rituais da Maçonaria, lhes dando nova realidade, transformando-os nos rituais do templo (que aprendi serem sagrados).
(...)
Caro irmão, para equacionar minhas dúvidas não diga que devo procurar meus líderes, tenho feito isto há bastante tempo, se busco tua ajuda é por que eles preferem me ignorar. Várias foram minhas tentativas de dialogar, inclusive com aqueles que dividem uma designação comigo. Deles somente recebi, além do olhar de reprovação e censura, (...) "conselhos" que mais parecem ameaças, tudo que dizem é que devo ter "cuidado com a apostasia". O ultimo a quem recorri, inflado pelas boas intenções, e sem demonstrar nenhum interesse por minhas dúvidas, apenas disse: "ore com sinceridade, pergunte a Deus, e Ele aquietará teu coração". (sic) tenho feito isso mesmo antes de recorrer a eles, mas a resposta não veio.
O coração não aquietou.
- Quantas batidas serão necessárias até que alguém pergunte o que quero?
- Não sei!
(...) por esta razão recorro a você, que se achar justo, me ajude a entender o que é perfeito.
Atenciosamente,
(...)
A RESPOSTA
Querido irmão (...),
Não ouso censurá-lo por me escrever, entendo teu e-mail como fruto da providencia divina, pois tuas palavras não retratam apenas tuas dúvidas, elas somam às de vários outros irmãos que comigo compartilharam suas incertezas. Saiba que mesmo quando se sentiu só, eu estava contigo. Quando teve que descer à masmorra, eu também estava lá. Quando as espadas tilintaram, eu te defendi. Quando cruzou as águas caudalosas, nadei ao teu lado. Quando estavas cego e precisou de uma mão amiga, eu te guiei. Tuas angustias também são minhas, entendo cada uma de tuas dúvidas, sei de tua necessidade, um dia elas também foram minhas... Mas "eu venci o mundo" (João 16:33) e oro para que você também vença e não esqueça quem é.
Faça como Paulo: combata o bom combate, acabe sua carreira, e guarde a fé (II Timóteo 4:7). Se fizer assim, descobrirá que no final tudo é explicado, até mesmo o que agora parece sem explicação.
Lendo as questões que suscitou, me preocupo com risco que corre tua vida pós-mortalidade. A simples sugestão de que poderá concordar com aqueles que atribuem a condição de plagiador ao profeta Joseph Smith agride nossa inteligência religiosa.
Na defesa de tua fé, é importante que entenda que se aceitar como verdade fria, sem nenhuma análise de contexto, a possibilidade do profeta de Deus ter se apossado dos rituais maçônicos, para "criar" a cerimônia de investidura do templo, terá também que aceitar que todo o trabalho que realizamos, tanto pelos vivos, quanto pelos mortos, foi em vão. Terá que aceitar que boa parte de tua vida foi dedicada ao nada. Se esta fosse á verdade, a própria humanidade estaria em risco, pois não haveria justificativa para nossa existência.
Nem a razão, nem a fé, permitem que eu acredite que durante vinte e dois anos de minha vida estive destinado ao nada. Caro irmão, não deixe que lhe convençam que sua vida pode ser explicada como uma medíocre participação no Show de Trumam.
- Pode abrir os olhos meu irmão.
- Veja a luz!
Quem melhor do que um Mórmon Maçom para dizer ao mundo que o profeta de Deus não cometeu um plágio?
Não leste que a maçonaria durante suas heras de existência absorveu, [para guardar], o bom e o belo das religiões, tornando-se guardiã das coisas boas?
Não nego as semelhanças, se elas existem, por que devem ser citadas como plágio, já que nenhuma das partes intencionou copiar?
Eu tenho o testemunho de que Joseph Smith foi um verdadeiro profeta de Deus, e isto eu compartilho com você. As sagradas investiduras do templo não podem ser explicadas como simples plágio, apenas por que estes rituais sagrados também podem ser encontrados em outros locais.
Ao estudar a doutrina Mórmon aprendemos que a plenitude do evangelho primeiramente foi concedida a Adão, que recebeu todos os sinais, palavras e aventais a que se refere. Porém, embora, no principio, o pai Adão, e outros signatários do plano divino, tenham sido zelosos com as coisas de Deus, inevitavelmente estas coisas foram incorporadas a outros rituais. Hoje, ainda é possível encontrarmos fragmentos dos rituais sagrados que são praticados em nossos templos de adoração, distribuídos em todas as partes do mundo, e por que não dizer, até mesmo na Maçonaria.
Para completar meu raciocínio recomendo que faça a leitura do artigo intitulado "Qual a Razão dos Símbolos?" [A Liahona, Fev 2007, 14], pois nele o Presidente Gordon B. Hinckley, usando de uma liberdade conferida somente aos profetas de Deus, pergunta ao mesmo tempo em que responde: "Teria Joseph Smith reinventado o templo, reunindo novamente todos os fragmentos — judeus, ortodoxos, maçons, gnósticos, hindus, egípcios, etc.? Não, não foi assim que aconteceu. Pouquíssimos fragmentos estavam disponíveis em sua época, e o trabalho de reuni-los, como vimos, só começou na segunda metade do século XIX. Mesmo que estivessem disponíveis, aqueles míseros fragmentos não poderiam ser reunidos para formar um todo. Até hoje, os estudiosos que os coletam não sabem o que fazer com eles. (...) O fato de que algo de tamanha plenitude, coerência, engenhosidade e perfeição tenha sido trazido à luz num único local e momento — da noite para o dia, por assim dizer — é uma prova muito adequada de uma dispensação especial.".
Não creio que as investiduras sejam apenas resultado de um plágio. A explicação que apresento como justificativa para as semelhanças entre os rituais da Maçonaria e o ritual Mórmon pode ser encontrada em meu livro os "Os Mórmons e a Maçonaria – Os Construtores de Templos", e ainda, se pesquisar encontrará a afirmação que faço, onde digo que tanto a Igreja quanto a Maçonaria beberam em uma mesma fonte, as duas fraternidades habitaram a mesma morada, compartilharam o mesmo espaço, trabalharam com a mesma ferramenta, então nada mais natural que compartilhem do mesmo ritual.
Infelizmente, mais uma vez, minhas afirmações serão causadoras de novas críticas. Alguns irmãos mórmons tomarão minhas palavras na literalidade, e darão suas próprias interpretações a elas, dirão coisas que eu não disse, e a partir de suas conclusões entenderão que não precisamos mais da Maçonaria, que nada justifica um Mórmon ser iniciado Maçom, já que a verdade foi restaurada. Por isso recomendo que não ignore as lacunas deixadas pela 13º Regra de Fé quando diz que "(...) Se houver qualquer coisa virtuosa, amável, de boa fama ou louvável, nós a procuraremos".
Embora o fonema do texto sagrado não diga que alguém deve ser iniciado Maçom, somente por que na Maçonaria existem coisas boas, os sinais gráficos enfatizam as convicções do mormonismo quando diz: "Cremos em ser honestos, verdadeiros, castos, benevolentes, virtuosos e em fazer o bem a todos os homens; (...)". Sendo assim, esta afirmação nos leva à compreensão de que tanto a Maçonaria quanto a Igreja são semeadoras de atos bons, nos permitindo ter a oportunidade de realizar todas as coisas boas, afinal é "Melhor é serem dois do que um, porque têm melhor paga do seu trabalho." (Ec 4.9). "E, se alguém prevalecer contra um, os dois lhe resistirão; e o cordão de três dobras não se quebra tão depressa." (Ec 4.12).